31 de março | 2020

Paciente morre na UPA e médico colhe material para saber se foi por Covid-19

Compartilhe:

Um paciente chegou à UPA – Unidade de Pronto Atendimento de Olímpia, na segunda-feira, 30, e acabou falecendo vítima de problemas respiratórios. O fato repercutiu na internet, pois a deficiência pulmonar é uma das consequências dos problemas causados pelo coronavírus. O médico Nilton Martines no entanto rebateu as afirmações de que seria a primeira morte pelo Covid-19 em Olímpia, como chegaram a dar a entender na internet, pois não existe resultado de exame para comprovar e deu a entender que pelo quadro de sintomas o percentual para esta probabilidade não seria elevado.

“A primeira morte do coronavírus em Olímpia? Não se pode falar isso de maneira nenhuma, porque pode ser uma diabete, pode ser uma pneumonia típica, pode ser por outros problemas”, destacou Martines.

O médico Nilton Martines, que já foi diretor clínico da Santa Casa e está em isolamento em sua residência por fazer parte do grupo de risco, ouvido por aplicativo de celular, pelos âncoras do programa “Cidade em Destaque”, na “live”, que é transmitida para as redes sociais entre 11 e 12h30, da terça-feira, 31, explicou que o pessoal da UPA seguiu o procedimento que é indicado pelos órgãos de saúde para o caso.

“A secretaria alega que quando ele chegou na UPA, o médico fez uma investigação e que poderia ser. Poderia ser… não tinha certeza. Não tinha histórico familiar, não tinha nada assim. Então, eles colheram o “Swab” (um cotonete estéril que serve para coleta de exames microbiológicos), porque pode ser colhido até 24 horas e mandou para a avaliação”, destacou.

Martines foi enfático ao declarar: “Não se pode criar um pânico na população de Olímpia achando que essa morte seja do coronavírus, porque não há nenhuma prova. Nem aqueles outros que estavam suspeitos, que foram colhidos, os testes chegaram ainda. Quer dizer, há mais de 15 dias”.

E complementou: “Esse é um grande problema que os epidemiologistas estão enfrentando, você não tem uma estatística real de quem é e de quem não é. Nós estamos fazendo assim, fica quietinho em casa, observa, mas você não sabe se é um H1N1, se é uma influenza ou se é o coronavírus”.

Nilton pergunta e responde: Qual o problema de tudo isso? Testagem. Se você tem um teste rápido, você faz o teste nessas pessoas e já sabe se é sim ou não. O governo determinou o seguinte: ‘só vai fazer a testagem em indivíduo internado grave, porque nós não temos a testagem’. Então fica complicado você ter noção real do que está acontecendo. E este caso só vamos ficar sabendo daqui a 15 dias ou mais”, lamentou.

Perguntado se seria possível afirmar com 100% de certeza que o caso não possa ser uma contaminação pelo coronavírus, o médico respondeu. “Claro que não. Mas não é por causa disso que você vai entrar em pânico. Para você dizer que teve a primeira morte com coronavírus em Olímpia, você tem que ter o teste positivo comprovando isso”, concluiu.

A secretaria de Saúde de Olímpia, emitiu nota sobre o assunto, na manhã de terça-feira, confirmando o caso e explicando como os fatos se deram: “o paciente E.B.S (masculino), de 55 anos, deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em decorrência de uma parada cardiorrespiratória. O paciente, que era diabético, veio a óbito com insuficiência respiratória aguda. Material foi colhido para analisar a causa da morte”.

E conclui a nota: “segundo o diretor técnico da UPA, eles atenderam o paciente em parada. Mas sem sinais característicos do Covid-19. Como ele tava com insuficiência respiratória teve que colher material para exame”.

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas