28 de abril | 2024

André L. Monteiro relata tragédia pessoal vivida com a morte da esposa por dengue

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CAOS QUE MATA!
Um caso de dengue hemorrágica levanta questões sobre cuidados de saúde em Olímpia. A falta de diagnóstico e tratamento adequado resulta em fatalidade; família acusa sistema de saúde de negligência.

Na manhã de quarta-feira André Luiz Monteiro registrou um boletim de ocorrência na delegacia de Olímpia, relatando a morte de sua esposa, Fabiana Barros, de 39 anos, que segundo ele, faleceu devido a complicações de dengue hemorrágica após uma série de falhas no diagnóstico e tratamento pelo sistema de saúde local.

De acordo com André, sua esposa sofreu por dez dias com sintomas severos antes de seu falecimento. “Eu vim fazer um boletim de ocorrência devido à morte da minha esposa”, disse ele em entrevista.

CHEGOU A PAGAR CONSULTAS PARTICULARES

Relatou que chegou a pagar por consultas particulares e procurou várias vezes assistência médica na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) e outras unidades de saúde, mas o diagnóstico correto só veio após repetidas visitas.

A situação se agravou na madrugada de quarta-feira, quando Fabiana começou a sangrar pela boca e pelo nariz, sintomas característicos da forma mais grave da doença.

“Ela sentiu a dor na barriga, certo, e chegou a procurar o serviço público de saúde para atender ela”, explicou André. Ele detalhou que apesar das evidências de uma condição grave, a intervenção médica necessária não foi fornecida a tempo. “Ela chegou até pedir pelo amor de Deus para interná-la e ninguém fez nada”, lamentou.

FALTA DE AÇÃO E COMPETÊNCIA

André expressou frustração com o tratamento recebido, apontando a falta de ação como uma falha fatal. “Já que não tem capacidade, manda para outra cidade. Infelizmente aqui a gente não tem… ela chegou a ficar tomando soro, e depois dela juntar com a mão na mão da enfermeira e pedir pelo amor de Deus para internar ela que ela não aguentava de dor, mandaram para casa”, disse ele.

A dor e o desespero são palpáveis nas palavras de André ao relatar os eventos que levaram à morte de sua esposa. “E quando foi essa madrugada ela não resistiu, ela veio a óbito”, continuou.

SEM PREPARO PARA LIDAR COM CASOS DE DENGUE

André criticou o sistema de saúde local pela falta de comunicação e preparo para lidar com casos de dengue, especialmente durante surtos. “Na UPA falaram que era uma infecção de urina, depois mandaram para a UPA de novo, fez ultrassonografia aí deu que era dengue, que o fígado dela estava inchado”, informou.

Este tipo de atraso no diagnóstico e na adequação do tratamento é crítico para condições como dengue hemorrágica, onde cada hora pode ser crucial para o desfecho do paciente.

ACUSAÇÃO DIRETA À GESTÃO DE SAÚDE

A entrevista de André é uma acusação direta à gestão da saúde na cidade de Olímpia. Ele relata que levou sua esposa quatro vezes a UPA e outras quatro ao posto de saúde, sem receber o atendimento necessário para salvar sua vida. “Aí mandaram pro posto, e a dor da barriga não passava, não passava, não passava”, contou.

O caso de Fabiana Barros não é um incidente isolado, segundo relatos de André e de outros moradores da cidade, sugerindo um problema sistemático no tratamento de emergências médicas e na gestão da saúde pública local.

A entrevista termina com André expressando sua perda e o impacto devastador que a morte de sua esposa teve sobre ele e seu filho pequeno. “Agora tem meu filho pequeno, ele chegou em casa, primeira coisa que fez foi pedir pela mãe, e aí como que eu fico? Não tem mais mãe”, disse ele, destacando o trágico resultado pessoal de falhas no sistema de saúde.

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