18 de agosto | 2019

Olímpia está entre os 20 municípios da região com casos suspeitos de sarampo

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DA REDAÇÃO COM DIÁRIO DA REGIÃO

Embora Olímpia ainda não esteja entre os municípios da região com casos confirmados, já aparece entre as 20 cidades que registraram casos suspeitos que carecem de confirmação dentro do maior surto de sarampo desde 2006, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS),  doença que avança na região de Rio Preto.

A Prefeitura de Olímpia, no entanto, em matéria publicada pelo Diário da Região de São José do Rio Preto na quinta-feira, 15, negou que o caso exista e que, embora tenha tido a suspeita, teria sido descartado. Em nota que enviou para o jornal destacou “que o município não possui nenhum caso confirmado de sarampo, nem notificações suspeitas ou em investigação”. Segundo o setor, o caso suspeito apresentado pelo Centro de Vigilância Epide­mio­lógica da Secretaria Estadual de Saúde foi notificado no mês de março. “Mas, após investigação, foi descartado em abril, inclusive com laudo emitido pelo Instituto Adolfo Lutz”, completa o texto. 

Já são 37 casos positivos em quatro cidades – Fernandópolis (28), Rio Preto (7), Jales (1) e José Bonifácio (1) – e outros 20 municípios têm ocorrências suspeitas da doença, segundo a Secretaria de Estado da Saúde.

O sarampo é altamente contagioso, pode deixar sequelas graves e até levar à morte e não tem remédio específico para trata­men­­­to. Por outro lado, a doença pode ser evitada com apenas uma pica­dinha – a da vacina.

Fernandópolis continua sendo o município com a maior quantidade de casos positivos na região e a quin­ta do Estado, com 28 confirmações. Rio Preto vem em seguida com sete exames positivos para a doença. Em Jales, um caso foi confirmado em um adulto na faixa etária de 20 a 39 anos, morador da zona rural do município. José Bonifácio também registrou um caso da doença.

SOBRE A DOENÇA

O sarampo é uma doença infecciosa transmitida pela tosse e espirro, extremamente contagiosa, que pode ser contraída por pes­soas de qualquer idade.

Sintomas – os principais são manchas vermelhas, que surgem primeiro no rosto e atrás das ore­lhas, febre alta e dor de cabeça. Além de conjun­tivite, coriza e tosse.

Complicações – as mais comuns são infecções respiratórias, otites, doenças diarréicas e neurológicas.

As complicações podem deixar sequelas tais como diminuição da capacidade mental, cegueira, surdez e retardo do crescimento. Pode também levar à morte.

COMO SE PROTEGER

As crianças devem ser vacinadas aos 12 e aos 15 meses – com duas doses, o esquema está completo. As doses são tríplices vi­rais e protegem também contra rubéola e caxumba.

Diante do surto, o Ministério da Saúde alerta que crianças entre seis meses e um ano devem tomar uma dose extra da vacina (que não interferirá nas duas doses do esquema normal). Além da proteção, a medida visa a interromper a cadeia de transmissão do vírus.

Quem não foi vacinado quando pequeno e tem até 29 anos precisa ter duas doses.

Em adultos com idade entre 30 e 59 anos, uma dose é suficiente. Idosos não precisam da vacina, pois se entende que já tiveram contato com o vírus em outros momentos em que ele circulou.

Se a pessoa não sabe se tomou a vacina é só procurar a unidade de saúde mais próxima e tomar, conforme indicações para sua faixa etária. É importante guardar a carteirinha de vacinação para que, em caso de ocorrências suspeitas, as autoridades de saúde saibam quem deve receber o bloqueio.

CAUSAS DO AVANÇO

O sarampo é uma doença altamente contagiosa, que chega de mansinho – sintomas parecidos com a gripe – e pode levar à morte. Nos anos de 2000, a doença tinha previsão de erradicação no Brasil, mas voltou a assustar. Já nesta quarta-feira, 14, a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou 364.808 notificações, em 182 países, em 2019.

O professor da Famerp e chefe do setor de infecto­logia da Fun­farme, Irineu Maia, afirma que o surto é con­sequência de movimentos conservadores e da falta de informações. “O pessoal mais leigo acha que sarampo é uma doença própria da criança ou do adulto jovem”, afirmou. “Só que esquecem que antes da vacinação o sarampo era responsável por mais de 2 milhões de mortes por ano no mundo.”

A doença se manifesta camuflada de gripe e resfriado, com sintomas como mal-estar, febre, tosse, coriza e conjuntivite. Depois dessa fase inicial, de dois a três dias, avança para as manchinhas vermelhas. “Até aí a pessoa ficou há sete dias transmitindo a doença”, afirma o infectologista.

Até o diagnóstico, a criança ou adulto infectado pode ter ido à creche, à escola, ao supermercado, ao shopping, ter viajado de ônibus, avião. “E se você estiver em um ambiente com sarampo e não tomou a vacina, a chance de infectar é de 90%”, afirma Maia.

Mulheres grávidas, pessoas em tratamento de câncer, tratamento com corticóides, portadores de doenças crônicas e com doenças autoimunes podem ter o quadro de saúde piorado em caso de infecção com sarampo. “Pode complicar com outras doenças como meningite e pneumonia.”

Sem um antiviral para combater a doença, a única e eficaz alternativa é a vacina. “A única maneira de bloquear, especificamente na nossa região, é com a vacina, com efeitos colaterais mínimos”, finalizou.

O MAPA REGIONAL DA DOENÇA

Cidades com casos confirmados: Rio Preto: 7; Fernandópolis: 28; Jales: 1; José Bonifácio: 1.

Cidades com casos suspeitos: Mirassol, Estrela d’Oeste, Monte Azul Paulista, Catanduva, Olímpia, Uchôa, Bálsamo, Orindiúva, Meridiano, Guarani d’Oeste, Ilha Solteira, Potirendaba, Nova Aliança, Mirassolândia, Nipoã, Tanabi, Votu­po­ranga, São João de Iracema, Macedônia, Santa Fé do Sul.

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