22 de março | 2015

Provedor pode ter usado o hospital para expor os nomes de candidatos

Compartilhe:

Como se recorda, em se­tem­bro do ano passado, quando se aproximava o dia das eleições gerais, principalmente para deputados federais e estaduais, o provedor da Santa Casa de Olímpia, Mário Fran­cisco Montini (foto), mesmo alegando que falava como cidadão, pode ser considerado que possa ter utilizado a instituição para expor candidatos que entendia tinham ajudado o hospital.

Não que se tratasse de uma fuga à regra, mas pela primeira vez a questão foi tratada de maneira pública com destaque inclusive em jornal da cidade.

O assunto inclusive foi motivo de chamada principal em primeira página da edição do dia 20 de setembro de 2014, de um dos vários jornais que mantêm ligações estreitas com o gabinete do prefeito Eugênio José Zuliani, com a manchete: “Pro­vedor aponta os candidatos que ajudaram a Santa Casa”, chamando para a leitura na página dois.

A­in­da na primeira página aparecia uma ampla foto da parte frontal do prédio da San­ta Casa, mostrando no canto direito, embaixo, uma foto em destaque do deputado federal Rodrigo Garcia, que segundo comentários que circulam nos meios políticos, seria considerado o principal mentor da administração de Zuliani, de quem seria amigo bastante próximo.

Mas na página interna, página dois, verificava-se que o tema em questão fazia menção a uma “carta aberta de um cidadão olimpiense”, com data de setembro de 2014, as­sinada pelo provedor.

“Eu, Mário Montini, que a esta subscreve, cujas atividades sociais são de conhecimento público e prescindem de esclarecimento nesta oportunidade, preocupado com o momento político por qual passamos, exorta a todos buscarem a melhor opção de voto em 3 de outubro, com pensamento naquilo que os candidatos escolhidos poderão vir a contribuir com a nossa sociedade e, em especial, com a única instituição hospitalar regional”, fazia a apresentação o provedor.

Na carta, Montini apontava os valores dos recursos “arrumados” por 10 deputados, sendo dois deles federais, e o total geral do dinheiro que teria sido recebido pela Santa Casa entre 2011 e 2014.

Também na nota Montini esclarecia que se tratava de valores já efetivamente recebidos e que “promessas de dis­po­nibilização de verbas” não teriam sido consideradas.

Além disso, destacava que o maior valor entre todos os valores que haviam chegado a título de “benemerências”, se referia ao trabalho realizado exclusivamente pelo deputado amigo do prefeito Zuliani.

Sta. Casa recebeu R$ 550 mil através de políticos em 2014

Embora preocupado com a possibilidade de passar uma imagem de que não estaria faltando dinheiro no caixa da instituição, de acordo com o diretor administrativo da Santa Casa de Olímpia, Vivaldo Mendes Vieira (fo­to), em 2014 o hos­pital recebeu ajuda de R$ 550 mil através de emendas parlamentares obtidas com ajuda de políticos.

“Em 2014 nós tivemos três emendas que foram recebidas”, observou o diretor durante entrevista que concedeu a uma emissora de rá­dio local para comentar o relatório final do balancete do ano passado.

Entretanto, fez questão de ressaltar que, como diz um ditado popular ‘nem tu­do que reluz é ouro’, e que não chegou todo o dinheiro que chegou a ser ventilado principalmente por vereadores e até pelo provedor Mário Francisco Montini, por ocasião das eleições proporcionais realizada em outubro de 2014.

“Quero ressaltar aqui que é muito comum alguns políticos divulgarem que houve emendas para a Santa Casa. Na realidade o que acontece é que é um pedido, requerimento. O requerimento que é feito não quer dizer que vi­rá o recurso”, avisou.

Além disso, o diretor remunerado acrescentou: “Eu já vi divulgações de candidatos de vereadores colocando nos seus materiais que pediu tanto para a Santa Casa de O­lím­pia. Pediu, mas não chegou até nós”.

“Então, tudo que é propagado pensam que conseguimos e pensam que a Santa Casa está nadando em dinheiro. No ano passado recebemos R$ 550 mil de e­mendas”, reforçou.

De acordo com o diretor remunerado foram R$ 250 mil do deputado Rodrigo Garcia, para utilizar em custeio; R$ 270 mil de Dilador Gomes, que foi usado para a aquisição de um arco cirúrgico; e R$ 30 mil de Welson Gasparini, que foi utilizado para dar início à reforma da UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas