03 de outubro | 2013

Porteiro morre de meningite após uma semana tratando problemas do coração

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O porteiro Jamil Barbosa de Castro morreu de meningite na terça-feira, dia 1.º de outubro, uma semana depois de permanecer em tratamento de problemas do coração. Ele faleceu no Hospital de Base em São José do Rio Preto, onde deu entrada no dia anterior, mas porque foi levado por conta própria pela família.

Seu drama começou uma semana antes, no dia 24 de setembro, quando sua família o levou à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com vômito e inchaço nas pernas. Um eletro cardiograma teria sido realizado e em seguida ele foi internado na Santa Casa de Olímpia.

Quem relata todo esse drama é a empregada doméstica, Patrícia Aparecida de Castro, filha do porteiro. Segundo ela, a meningite foi detectada somente após o pai ser levado para Rio Preto, mas já era tarde de mais.

Patrícia conta que a romaria teve início oito dias antes da morte, no dia 24 de setembro, quando a família o levou a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). “Ele chegou com vômito e inchaço nas pernas”.

O médico realizou um eletrocardiograma e diagnosticou como sendo um caso cardíaco e encaminhou para internação na Santa Casa de Olímpia. “O médico falou que o coração dele estava muito fraco”.

“Chegamos na Santa Casa e Dr. Tássio. Ele falou que era o coração dele que estava fraco e não se propôs a fazer nenhum exame mais aprofundado”.

No entanto, segundo Patrícia relata, como o Dr. Tássio viajaria no sábado, dia 28, na quarta-feira, dia 25, o caso foi passado para o Dr. José Carlos Ferraz, que deu continuidade ao tratamento.

ALTA HOSPITALAR
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o sábado, o vigia pediu para ter alta hospitalar e continuar o tratamento em casa: “meu pai falou que se fosse para tomar os mesmos remédios que ele estava tomando em casa, ele queria alta”.

Porém, Patrícia conta que na noite da sexta-feira, dia 27, quando falou com o pai por telefone, percebeu que havia uma piora. “Eu vi que ele estava com a voz estranha e tinha tido piora e o médico, eu não sei o que aconteceu dele não ter visto, deu alta”.

O pai chegou em casa no sábado por volta das 11 horas da manhã, mas por volta da meia noite voltou a passar mal e teve que ser levado novamente para a UPA: “começou a vomitar e nada parava no estômago. O Dr. Antônio o consultou e passou um soro na veia e mandou novamente para casa”.

No domingo, dia 29, a família percebeu que não houvera melhora: “ele continuava do mesmo jeito do que quando tínhamos levado para a UPA”. Segundo conta Patrícia, o pai apresentava manchas vermelhas pelo corpo, situação que foi considerada normal: “o médico falou que era normal”.

LEVAR PARA RIO PRETO
Em razão disso, por conta própria, ou seja, sem interferência da UPA ou da Santa Casa, na segunda-feira, dia 30, ele foi levado para o Hospital de Base em São José do Rio Preto, onde os exames iniciais já constaram que na realidade ele estava com meningite.

Também segundo Patrícia, o pai chegou ao Hospital de Base já em estado de coma, com o diabetes alto, o que surpreendeu a família que não tinha conhecimento do problema que teria sido detectado somente em Rio Preto, e com os rins paralisados.

“O médico (de Rio Preto), ontem (3.ª feira, dia 1), antes do meu pai ir a óbito, perguntou para mim: os médicos de Olímpia não viram que seu pai estava com meningite? Não fizeram os exames mais profundos? Eu falei que não. O médico falou que se tivesse diagnosticado aqui ele estaria vivo”.

De acordo com Patrícia o pai reclamava pouco de dor de cabeça. Mas para a família houve erro tanto na UPA quanto na Santa Casa: “com certeza”. O pai, segundo ela, embora com o problema cardíaco que tinha, levava uma vida normal: “Tirando isso era uma pessoa saudável”.

ERROS DE MÉDICOS
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or isso, a família está acreditando que realmente houve erros médicos em todas as fases de atendimento, antes de Jamil ter sido levado para Rio Preto. Além disso, ainda reclamam do atendimento na UPA, porque não deixaram que a esposa dele entrasse e acompanhasse o tratamento que realizava.

“Eu acho que Olímpia precisa de mais médicos capacitados. Está morrendo muita gente inocente. Muito sofrimento. Hoje está sendo eu e se não tomarem providências amanhã vai ser a família de outro, outros e outros”, desabafa.

Patrícia afirmou ainda que pretende levar o caso à justiça: “Eu sei que isso não vai trazer o meu pai de volta, mas tem que ter uma explicação de tudo o que aconteceu”, finaliza. Clique abaixo e assista ao vídeo com a entrevista completa de Patrícia.

 

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