20 de junho | 2016

As mil e uma faces de Marco Nanini em “Êta Mundo Bom!”

Compartilhe:

O ator que durante anos interpretou o inesquecível Lineu do seriado “A Grande Família” está mostrando todas as suas facetas artísticas na novela de Walcyr Carrasco / Sérgio Zalis-RG

Em “Êta Mundo Bom!”, Marco Nanini interpreta o professor Pancrácio, que está desempregado há muito tempo e para sobreviver vive de pedir dinheiro nas ruas, cada dia usando um disfarce diferente / Estevam Avellar-RG

 

 

Se tem alguém que está dando um verdadeiro show de interpretação no sucesso global “Êta Mundo Bom!” é o veterano Marco Nanini. O ator que, durante anos interpretou o inesquecível Lineu do seriado “A Grande Família”, está mostrando todas as suas facetas artísticas na novela de Walcyr Carrasco. Oficialmente ele encarna dois personagens na novela: o professor de Filosofia Pancrácio e seu irmão mau-caráter Pandolfo. Até aí tudo bem, mas acontece que Pancrácio está desempregado há muito tempo e para sobreviver vive de pedir dinheiro nas ruas, cada dia usando um disfarce diferente e é aí que começa o show de interpretação do ator. Nanini não nega que o ritual de caracterização de seus personagens é muito cansativo e demorado, mas o resultado final é pura satisfação.

De freira à vedete, passando por mendigo e mulher grávida, Pancrácio usa os mais diversos – e divertidos – disfarces para faturar o pão de cada dia. Seus golpes vão muito bem até que no capítulo desta segunda, o professor vai para o xadrez, preso em flagrante quando dava mais um de seus famosos golpes. O pior é que Anastácia (Eliane Giardini) se decepciona ao chegar à delegacia e ver seu grande amor fantasiado de bailarina. Pancrácio por sua vez fica muito magoado com Candinho (Sérgio Guizé) por ter permitido que Anastácia o visse fantasiado e atrás das grades.

Nascido Marco Antônio Barroso Nanini, em Recife, capital do Pernambuco, no dia 31 de maio de 1948, Marco Nanini, como é conhecido, antes da fama trabalhou em um banco e em um hotel, até que sentiu o gostinho de atuar pela primeira vez em uma peça infantil no ano de 1965.

Seu primeiro papel na televisão foi em 1969, como um figurante, lutador de esgrima na novela "A Ponte dos Suspiros" da Rede Globo. A partir dos anos 70 fez filmes para o cinema e com o passar dos anos até o final da década 90 esteve envolvido na produção de novelas na Rede Bandeirantes, na extinta Rede Tupi e em sua maioria na Rede Globo, fazendo uma carreira de sucesso na telinha. No ano de 1986 estreou a peça “O Mistério de Irma Vap”, montagem protagonizada junto com Ney Latorraca e reconhecida pelo Guinness Book como a peça que manteve o mesmo elenco por mais tempo, sendo 11 anos em cartaz.

Na época em que estava atuando em “A Ponte dos Suspiros”, o ator foi convidado por Dary Reis para entrar na companhia de teatro de Dercy Gonçalves. Tendo aceitado, ao lado da grande atriz fez várias peças.  A paixão pelos palcos falou mais alto, mas ele voltaria à TV pouco depois, para não mais sair.

O primeiro papel de destaque de Marco Nanini na televisão foi interpretar o cineasta Julinho da novela “O Cafona”, exibida em 1971. “Eu nunca tinha trabalhado num papel com a importância que o Julinho teve. Durante muito tempo, fiquei intimidado pelas câmeras. Meu habitat era mais o teatro”, revela o ator.

A novela “O Primeiro Amor”, de Walther Negrão, marcou muito a memória de Nanini. É que o protagonista da trama, interpretado por Sérgio Cardoso morreu durante as gravações e teve que ser substituído por outro ator, abalando assim todo o elenco da novela.

Na Globo fez muitas novelas de sucesso, mas Marco Nanini também se destacou no humorístico “TV Pirata” de 1988. Apesar de sua passagem pelo “TV Pirata” ter sido curta, ela marcou o início de sua produtiva parceria com Guel Arraes. Nanini trabalhou em vários projetos do diretor, em séries como “Terça Nobre”, “A Comédia da Vida Privada” e especiais como “Brava Gente”.

Entre 2001 e 2014, o ator viveu o Lineu no remake do seriado “A Grande Família” e até hoje é lembrado por este personagem. “Eu sofri bastante para compor o Lineu, porque nunca tinha feito uma sitcom”, revela Nanini.

Em 2011, Nanini aceitou o desafio de protagonizar a minissérie “O Bem-Amado”, como personagem Odorico Paraguaçu, o prefeito de Sucupira que foi eternizado por Paulo Gracindo, no início da década de 80. A minissérie inicialmente foi exibida nos cinemas como um longa-metragem e depois foi reeditada por Guel Arraes para estrear na televisão com cenas extras. 

Ainda em 2011, em entrevista a uma famosa revista, o ator admitiu ter tido experiências homossexuais. Nanini nunca se casou e também não tem filhos, mas com certeza, isso não faz diferença numa carreira de sucesso desse, que é considerado um dos maiores atores da teledramaturgia brasileira. E Pancrácio e Pandolfo estão aí para provar tal teoria.

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas