31 de julho | 2016

Para Martines mecânico teria mais chances se tivesse UTI na Santa Casa

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O médico cirurgião e diretor clínico da Santa Casa de Olímpia, Nilton Roberto Mar­tines (foto), ao explicar que os procedimentos que foram feitos na UPA foram corretos, destacou que se a nova UTI da Santa Casa estivesse funcionando, o mecânico olimpiense falecido na quarta-feira, 27, quatro dias após ter sofrido um capo­tamento, teria muito mais chance de se recuperar.

O atendimento que o paciente com fratura grave teve aqui em Olímpia, segundo o médico, foi feito corretamente. Este tipo de fratura sangra muito e chega a perder de 7 a 8 litros de sangue. Então a primeira atitude foi feita corretamente, que é estancar esse sangramento. Após o paciente estabilizar é que se vê o que vai ser preciso operar.

“O atendimento de Olímpia foi absolutamente correto – continuou o médico – se eu pegasse uma radiografia com esse tipo de lesão e fechasse essa bacia eu tomaria a medida necessária. Não se justifica a mudança de nome se era ou não era daquele paciente porque as fraturas são as mesmas apenas muda a posição do fechamento correto que foi feita corretamente aqui na UPA de Olímpia”.

E complementou: “Foi feito o fechamento da bacia com a manobra certa, você passa um lençol ou passa um cinto, fecha a bacia, com isso você diminui 60% do sangramento, pode ser que o paciente continue sangrando e não estabiliza ai tem que ser operado. Chama-se estancamento pélvico que é feito e após aguarda-se de 48 até 72 horas que o paciente estabilize. Parou de sangrar, você pega e opera e tira essas compressas e este paciente é estabilizado, ai você faz as correções necessárias na fratura de bacia”.

O diretor clínico da Santa Casa afirmou que a Santa Casa tem condições de prestar este tipo de atendimento, o chamado pós-traumático. O resto teria necessidade de ter uma UTI em condições, funcionando perfeitamente.

“Hoje a UTI nossa está pronta, mas ela custa em torno de 160 mil por mês para estar funcionando de novo em condições ótimas e ela continua fechada. Este dinheiro seria para tocar entre médicos plantões, enfermeiras, de tudo isso ai. E se a gente conseguisse esse dinheiro para tocar de cinco a seis meses ela teria condições de subir um degrau e melhorar sua classificação e se tornar auto-sustentável”, acrescentou.

Atualmente a UTI funcina sem médico. “A gente interna o paciente lá e tem que ficar. Quando eu interno um paciente grave tenho que ficar; tenho até que dormir lá para não desassistir o paciente. Nós temos todo o equipamento de primeira qualidade mas não temos médico 24 horas. Então é muito difícil, porque quando você interna uma pessoa aos seus cuidados você tem que ficar lá e isso mata a gente de cansaço”, destacou. Nilton conclui dizendo: “As instalações e os equipamentos da nova UTI – Unidade de Terapia Intensiva da Santa Casa é de primeiríssima qualidade é uma pena que não tenhamos atualmente como viabilizar o seu funcionamento”.

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