14 de junho | 2021

Filha do prefeito de Olímpia vai assumir Meio Ambiente em município da Suécia

Compartilhe:

Filha do prefeito Fernando Cunha, que é vereadora na cidade em que mora na Suiça, vai assumir em novembro a secretaria do Meio Ambiente do município e passar a se dedicar exclusivamente à vida pública.


Clique acima e assista a última entrevista de Naiara ao Cidade em Destaque em novembro de 2020

Naiara Cunha (foto), advo­gada, formada em São Paulo, casada com um sueco e filha dos olimpienses prefeito Fer­nan­do Au­gusto Cunha e advogada Sheila Ribeiro, vai se licenciar de seu trabalho na iniciativa particular em novembro para atuar exclusivamente na vida pública na cidade onde vive atualmente e é vereadora, na Suécia.

Ela foi eleita internamente para assumir a liderança de seu partido (o Partido Verde) no município onde mora e a secretaria do Meio Ambiente.

Naquele país a liderança política é repartida entre duas pessoas, um homem e uma mulher, mas o seu colega, que também exerce a liderança do partido, estará de licença paternidade e ela foi indicada para substituí-lo.

Naiara esteve em Olímpia para acompanhar a reeleição do pai no final do ano passado. Antes tinha voltado a Olímpia, também no final do ano, mas em 2018. Nas duas ocasiões foi entrevistada pelos âncoras do programa jornalístico Cidade em Destaque, pela rádio Cidade, Facebook e Youtube.

REALIZADA POR TRABALHAR
E EXERCER A POLÍTICA POR VOCAÇÃO

Em 2018, ela disse, entre outras coisas, que na Suécia onde reside há quase dez anos e é ve­rea­dora, estudou de no­vo e se sentia realizada por trabalhar e exer­cer a política por vocação naquele país. “Lá os políticos não ganham co­mo aqui. Lá a pessoa em que gostar de política mesmo”, disse ela na ocasião.

Entre as coisas que destacou de positivo naquele país, na entrevista que deu na rádio Cidade, estão a saúde e a educação que são de graça, mas que lá também existe muito forte o preconceito racial.

Sobre seu pai, durante entrevista que concedeu ao jornalista José Antônio Arantes, âncora do programa Cidade em Destaque, que é levado ao ar diariamente pela rádio Cidade FM, Naiara Cunha disse que quem tem que avaliar são os moradores, mas que acredita que o pai é um grande gestor.

PAI É UM GESTOR E É A INSPIRAÇÃO

“Eu não vivo em Olímpia, quem tem que avaliar é quem sofre as con­sequências das decisões, quem mora aqui. Eu venho de fora, o que eu vejo é diferente do que quem vive aqui. Mas vejo que a cidade está bem mais limpa, mais bem es­tru­tu­rada. Ele é gestor, é minha inspiração”, contou.

Atualmente ela trabalha em uma empresa global que combate a pirataria, controlando na inter­net o que está sendo vendido e tira o que é falsificado, o foco é global. Trabalhou na maior ONG da Suécia, com pessoas que moram debaixo da ponte, pessoas que precisam comer, sobreviver, enfim, com imigrantes. Afirma que hoje a taxa de imigrantes pseudoin­digen­tes é de menos de um por cento, porque tem um sistema que funciona. A Suécia é um dos países mais ricos da Europa.

MEDO DOS DIREITOS QUE
OS BRASILEIROS VÃO PERDER

“Racismo lá existe também e eu sofro preconceito lá. Se você não trabalhar a questão do preconceito você não consegue se enquadrar em serviços”, avisa. 

Sobre o Brasil ela disse: “Eu fico preocupada, sou pragmática e tento ser realista, mas tenho uma visão social com foco em todos e tenho muito medo dos direitos que vamos perder”.

De acordo com ela, hoje no Brasil “acontece uma coisa que me preocupa muito, este negócio de que se pode matar todo mun­do, bater em todo mundo, isso é tortura, é crime. E tem a questão ambiental também, eu venho de um partido que tem um foco ambiental”.

CORRUPÇÃO

Sobre a corrupção conta que na Suécia também existe, mas em setores financeiros. Além disso, diz que os suecos são muito solitários e que lá tem um índice muito alto de suicídio.

Todas decisões das secretarias de lá são resolvidas em conselhos, compostos por representantes de todos os partidos e que o presidente das secretarias não decide nada. “Lá você só ganha no dia que você está tomando decisão, se não tem nada para decidir você não ganha nada. As reuniões até nas empresas são abertas. O salário quando eu digo que é baixo, é porque é baixo perto de tudo que você faz, lá tudo é muito mais caro. Quem está lá não está pelo dinheiro, porque tem que ser por vocação”.

NA SUÉCIA QUEM MANDA É O POVO

Na Suécia quem manda é o povo, então começa desde a estrutura trabalhista, depois de seis meses você não pode ser demitido, é como se fosse um funcionário público, quer dizer, é muito difícil ser demitido. Lá o trabalhador tem vários direitos”.

Já os políticos de lá participam como representantes do povo: “eu tenho o emprego normal na firma global de pirataria; nas horas vagas sou presidente do conselho da empresa de lixo e como vereadora a gente se reúne uma vez por mês para tomar as decisões”, destacou.

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas