16 de agosto | 2017

Para delegada ninguém nunca vai saber motivo de homem matar a mulher e a filha em Guaraci

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DA REDAÇÃO COM TV TEM

A delegada responsável por investigar o caso da mãe e da filha mortas pelo pai a tiros no domingo, 13, Dia dos Pais, em Guaraci, SP, disse em entrevista para a TVTem de Rio Preto dois dias depois que não acredita que alguém ainda vai ficar sabendo qual o verdadeiro motivo que levou o agente penitenciário a realizar um ato tão bárbaro.

"O que pode ter levado um pai a expressar tanto ódio para dar três tiros no peito de uma filha? Ninguém nunca vai saber porque, não deu tempo nem dela desabafar com alguém", disse a delegada Débora Cristina Abdala Nóbrega que ficou chocada com a gravidade do crime.

O agente penitenciário Ronaldo da Silva Corrêa, de 49 anos, atirou na mulher, Rosicleia da Silva, de 46, que era professora e diretora em uma escola municipal, e na filha Anna Victoria Corrêa, que fez homenagem de Dia dos Pais para ele minutos antes de ser morta.

Segundo a delegada, Anna tinha 17 anos e não 18 como a Polícia Militar havia divulgado inicialmente. Ela afirma que vai ouvir alguns parentes das vítimas, entre eles a mãe de Rosicleia, para instaurar inquérito e encaminhar para o Fórum, onde deve ser arquivado, já que o autor do duplo homicídio morreu. Após matar mulher e filha, Ronaldo deu um tiro na cabeça, chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital.

"Não temos o que apurar. Vou ouvir a família para instruir o inquérito porque é procedimento que deve ser feito devido às mortes, porque o suicídio dele não é crime", explica.

O casal tinha três filhos, entre eles um menino de 5 anos, que teria presenciado o duplo homicídio e conseguiu correr para pedir ajuda. Ele foi acolhido por vizinhos, não se feriu e deve ficar com parentes até a Justiça decidir de quem será a guarda dele. "Não há condições de ouvi-lo. Ele é muito novinho e será encaminhado para tratamento psicológico", diz a delegada.

De acordo com ela, a mãe de Rosicleia esteve na casa da família cerca de 20 minutos antes do crime. "Segundo o que apurei no local, a mãe dela foi à casa, mas aparentemente estava tudo bem."

Débora diz que em 21 anos de carreira já viu alguns casos chocantes, mas nunca vai se acostumar com histórias como a do domingo. "Sou mãe, tenho família e ouvir uma criança de cinco anos dizer que está com saudade e quer a mamãe é muito difícil. Não existe motivo para ele ter feito isso."

A delegada comenta que Guaraci, cidade com cerca de 10 mil habitantes, está totalmente triste. "Até o ar da cidade está triste. Há muitos comentários sobre o motivo do crime, mas isso não tem mais importância. Acabou a história, acabou tudo", lamenta.

Ela comenta que o fato de o crime ter ocorrido logo após a jovem ter feito homenagem ao pai fez com que a história fosse ainda mais comovente.

"Pelo o que contamos no local, ele deu três tiros no peito, um na fonte (cabeça) e um na perna da filha, mas não estamos com o laudo ainda, por isso, não temos certeza de quantos tiros foram disparados. Foi terrível. A pessoa pode trabalhar 50 anos, mas nunca vai se acostumar com cena como esta e, infelizmente, ninguém nunca vai saber o que de fato aconteceu."

Após o crime, o filho mais velho do casal, que mora em Mato Grosso, veio à cidade e não quis falar com a imprensa. Os três corpos foram velados e enterrados no cemitério em Guaraci. 

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