10 de dezembro | 2018

Médico diz que a meningite viral não tem vacina e nem tratamento

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Contra a meningite viral que acometeu e pode ter sido a causa da morte do menino Miguel Henrique Costa Simões de Souza, que morreu com 7 anos de idade, não existe vacina e nem um tratamento específico. “Vai depender muito do vírus que a pessoa contrair, se é muito agressivo ou não, e da resistência do organismo”, explicou o médico Nilton Roberto Martinez, durante entrevista que concedeu ao jornalista José Antônio Arantes, âncora do programa Cidade em Destaque, levado ao ar diariamente pela rádio Cidade FM, na terça-feira desta semana.

De acordo com a informação divulgada pelo jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto, no atestado de óbito de Miguel Henrique consta meningoencefalite viral. Jean Gorinchteyn, médico do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, diz que no geral as meningites virais são menos graves que as bacterianas, mas ressalta que alguns vírus podem causar problemas sérios, como as arboviroses (dengue, zika, chikungunya, febre amarela), que podem levar à inflamação do encéfalo.

Porém, contra as várias espécies de meningites bacterianas que têm incidência no país, as vacinas são fornecidas pelo Governo Federal e são encontradas nos postos de saúde, no caso de Olímpia, em uma Unidade Básica de Saúde (UBS), ou no Postão.

“No Brasil, faz parte do calendário vacinal, três vacinas. A pneumo 10, a meningo C e a hematros, que é a pentavalente. Contra essa meningite bacteriana, as pessoas que fizeram as vacinas normalmente estão protegidas”, comentou Martinez.

Mas há outros tipos de vacinas, também contra meningite bacteriana, como é o caso da meningo B, que pode ser encontrada e adquiridas em lugares particulares. “Mas ela é extremamente rara no Brasil, por isso que ela não faz parte do calendário vacinal”, acrescentou.

Nilton Martinez explicou que a maior parte das meningites no Brasil e no mundo, são as virais. “Para essas não tem vacina porque você pode, por exemplo, ter uma gripe e, por consequência, ter uma meningite”, reforça.

Tem um caso de meningite no Brasil, que chega a causar convulsão e sequelas mais graves, que também não tem tratamento. Mas lembra o médico que uma meningite pode ser até causada por excesso de medicamentos sem acompanhamento médico, principalmente. “Existe até a meningite causada por medicação que irrita a meninge”.

A meningite menin­gocócica é, segundo Martinez, que dá causa aos surtos ou às epidemias. “Se fizer diagnóstico, que é raro, não é frequente, tem que fazer a quimioprofilaxia. Quer dizer, todas as pessoas que tiveram contato com o paciente têm que tomar antibiótico durante quatro ou cinco dias para a prevenção. Ela causa a epidemia, as outras não”.

Entretanto, uma meningite viral pode surgir de uma caxumba, de um dente infeccionado com abcesso, uma gripe, sinusite, garganta inflamada. “São sintomas de qualquer infecção inicial, que podem ser uma porta aberta para a meningite, que é a inflamação da meninge, uma membrana que envolve o cérebro”, observa Martinez.

Entretanto, até mesmo as mudanças climáticas e a poluição podem causar problemas e originar um vírus. Uma forma de prevenir é evitar grandes fluxos de pessoas, situação que favorece a grande transmissão de doenças.

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