10 de abril | 2016

Folha flagra mães desistindo de atendimento a filhas na UPA

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A reportagem desta Folha da Região flagrou duas mães desistindo de aguardar por atendimento a suas filhas na Unidade de Pronto Atendimento (UPA). O fato ocorreu no final da tarde desta sexta-feira, dia 8, quando um representante do jornal foi encaminhado ao local para fazer um trabalho fotográfico mostrando a atua situação que os pacientes estão enfrentando. Além do grande número de pessoas, há demora até para o recebimento de um laudo de exame.

A corretora Gracieli Cristina Sasso era uma das mães que deixavam a UPA bastante irritada e sem conseguir completar o atendimento da filha. “Eu trouxe a menina que está com muita tosse, dor de cabeça, dor no peito, e falta de ar. E a gente espera para ser atendido, eu esperei mais de meia hora, a gente passou pela triagem, pede para esperar mais um pouco, a gente passou pela médica”.

Mas acrescentou: “A médica passou uma medicação e pediu para esperar mais um pouco, a menina está com muita tosse e está com falta de ar e faz mais de meia hora esperando para ser medicada e não foi. Sabe o que eu vou fazer? Eu vou à farmácia, porque não está tendo condições. Eu não posso deixar a minha filha com falta de ar e esperando. Eu estou aqui desde as 14 horas e agora são 16h15”.

No entendimento da corretora é uma péssima (sic) situação: “eu acho que Olímpia só está dando preferência para o Turismo. Estão esquecendo da saúde, está morrendo gente a revelia e na Santa Casa tem um monte de internados e a nossa saúde está assim, indo por água abaixo. Eu acho que alguém tem que tomar alguma providência. Hoje ainda está calmo, mas ontem teve gente que ficou das 9 horas da manhã até as 19h30”.

A irritação fazia parte também da imagem da diarista Tatiane Raquel de Souza, que havia chegado à UPA com a filha por volta de 8h30: “eles foram me atender às 9 horas. Ela estava com dores na barriga. Ontem reclamou de dor no corpo durante todo o dia e eu aqui desde as 9 horas da manhã”.

“Foram chegando crianças e eles foram passando na minha frente, a médica pediu o raios-X, foram colher o sangue dela era 13h30. Ela sem tomar banho, sem comer, sem nada. Onde já se viu isso? Está uma palhaçada esse UPA”, reforçou.

E acrescentou: “Não sei por que insistir nesse UPA. Sem comer, sem nada. Uma água quente. Só Deus na causa. Sinceramente está uma pouca vergonha esse UPA. Eu não desejo isso para ninguém. Quem tiver dinheiro, pague uma consulta porque esta uma pouca vergonha”.

A diarista contou também: “estava esperando o resultado dela, até agora (16h30) e médica disse que não tinha previsão de que hora iria chegar. Pois eu pedi o termo de responsabilidade e estou indo embora. E se a minha filha passar mal eu pago uma consulta e a levo ao médico. Se depender do UPA, os nossos filhos morrem aqui mesmo”.

“A situação está caótica! Porque o negócio está feio aí dentro. Tem poucos funcionários. A gente se sente indignada com isso, porque são os nossos filhos aqui doentes e a gente vendo que não pode fazer nada. Sinto muito, mas está uma pouca vergonha”, finalizou.

 

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