23 de dezembro | 2020

Cunha anuncia em vídeo que governo cancelou 40 leitos de UTI do Nossa Senhora em Barretos

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PERIGO DE MORTE ESTÁ DE VOLTA?
Olímpia e região de Barretos ficam sem metade
dos leitos de UTI. Em Olímpia leitos também
foram descredenciados, mas prefeitura
está bancando. A região ficou com
apenas 43 leitos em plena
manifestação da segunda onda.

José Antônio Arantes

O prefeito Fernando Cunha, mostrando preocupação com a situação do avanço da Covid-19 em Olímpia e região, gravou um vídeo na sexta-feira, 18, deixando claro que a situação, neste final de ano, poderá ficar catastrófica se a população não seguir as medidas de contenção, em razão do fechamento por parte do governo federal de 40 leitos de UTI no Hospital Nossa Senhora em Barretos.

Em Olímpia leitos também foram descreden­cia­dos, mas a prefeitura está bancando. A região ficou com apenas 43 leitos em plena manifestação da segunda onda. Se as inter­na­ções continuarem aumentando vai ter gente morrendo nos corredores de hospitais sem direito a um respirador na UTI.

Durante o pico da pan­de­mia, em agosto, a região conseguiu passar sem ter que escolher quem iria para UTI e quem deveria morrer no corredor aguardando um respirador, porque a situação foi dimen­sio­nada para atender a população dos aproximadamente 20 municípios que compõem a DRS V – Divisão Regional de Saúde que tem sede em Barretos.

NOSSA SENHORA TINHA 53 LEITOS CREDENCIADOS

O governo federal tinha credenciado o Hospital Nossa Senhora, em Bar­retos, com 53 leitos, para ser o hospital referência no tratamento de Covid-19 e os 10 leitos no segundo andar da Santa Casa de Olím­pia. No momento mais crucial da pan­de­mia, o governo do Estado cre­den­ciou e colocou em funcionamento mais 20 leitos de UTI em Bebedouro. Portanto, até o início de dezembro, a região tinha à disposição exatamente 83 leitos para tratamento da infecção do novo coronavírus.

Em Olímpia, inclusive, adotou-se, na Santa Casa, segundo seu diretor técnico, médico Fábio Marti­nez, o critério de enviar para Rio Preto os pacientes que possuíam convênios médicos, aliviando os sistemas local e regional.

Acontece que, segundo o prefeito, neste início de dezembro o governo federal descredenciou 40 leitos de covid-19 de Barretos e mais cinco de Olímpia, pas­sando então a região a contar apenas com os 20 de Bebedouro, os agora 13 de Barretos (eram 53) e os 10 de Olímpia, que continuaram a ser 10 em razão de a prefeitura estar bancando o funcionamento dos cinco descre­den­cia­dos.

REDUÇÃO DE 50% PODERÁ PROMOVER O CAOS NA SAÚDE REGIONAL

A medida do governo federal provocou uma redução de quase 50%, ou seja, a região passou a contar com apenas 43 leitos (eram 93) que é o que está em funcionamento hoje, quando a região está registrando uma segunda onda com o crescimento do número de casos de infecção e de internação.

Acontece que, nesta nova fase da pandemia, as vagas estão escasseando também na cidade de São José do Rio Preto. Em razão disso é que nos últimos dias começaram a surgir apelos pelo Facebook sobre falta de leitos de internação juntamente com o vertiginoso aumento de mais de 300% da média de número de casos no desde o início de dezembro.

CONSCIENTIZAÇÃO DAS PESSOAS

O prefeito, embora não anuncie em seu vídeo nenhuma atitude mais rígida para conter o avanço na cidade e descarte uma maior rigorosidade na fiscalização, apenas apela para a conscientização das pessoas nas reuniões no final do ano e garante que está, junto com prefeitos da região e o deputado Geni­nho Zuliani, fazendo ingerências junto ao governo federal para o recredencia­mento dos 40 leitos cancelados em Barretos.

Segundo ele, o governo federal já teria sinalizado para o recredenciamento no mês de fevereiro, mas se isto não ocorrer, e a população não se conscien­tizar, em janeiro e, mesmo nos últimos dias de de­zem­bro, poderemos ter em nossa região a mesma situação que se verifica no Rio de Janeiro onde uma artista da área do humor da rede Globo morreu recentemente sem ter um leito de UTI para ser internada.

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