31 de maio | 2015

Beto Puttini ou, o parlapatão, a soberba, a arrogância e a prepotência que entediam

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Willian Zanolli

Um direito de resposta quando solicitado deve se ater ao que foi discutido, o invocado pelo parlapatão Beto Putini de forma alguma, no mundo civilizado pode ser considerado como tal, visto que não se ateve ao discutido e não respondeu as questões levantadas.

O parlapatão Beto Putini visitou algumas escolas e alguns pais e alunos por não gostarem do gesto, por interpretá-lo como antecipação do pleito eleitoral, ou por se antipatizarem com a figura do parlapatão, se incomodaram e levaram suas queixas ao nosso conhecimento e dos ouvintes da Rádio Difusora.

Meu artigo pedia explicações claras ao parlapatão Beto Putini, se ele pode ir as escolas outros pré-candidatos também poderão ir e ai os alunos deixarão de assistir aulas.

Na resposta, o parlapatão optou pela tradicional postura ditatorial de sempre, visando desqualificar o oponente para se qualificar, tipo você não é nada e quem criou o mundo foi eu.

Posso não crer que tenha sido ele que escreveu a resposta tomando por base a fragilidade intelectual de seus discursos públicos, e a falta de honestidade acadêmica da resposta, se foi, elogios a perceptível evolução no cuidado em tentar dourar a agressividade.

No meio do artigo imagino que me elogia, por afirmar que é simpático, me faz crer que não esteja me atacando quando me chama de parlapatão.

Minha humildade cede a ele o elogio se elogio for, e me coloco em um segundo plano por reconhecer que minhas qualificações morais e intelectuais não fazem frente ao pujante histórico da reconhecida, simpática, educada, estimada, gentil e sempre fina figura pública, me contento em ser um humilde parlapatinho.

Já que é briga de ego, de vaidades, de comparações, comecemos o histórico das insignificâncias do parlapatinho diante do soberbo, robusto e respeitado histórico do parlapatão

Simples artista plástico, jornalista mal informado como bem avalia o dono da verdade que pode ter escrito o direito de resposta.

Na passagem pela vida “de grátis” contribuiu para que se fundasse o Sindicato dos Funcionários Públicos de Olímpia, a ONG Humanizar, responsável pelo Educandário Roque Biscioni e a Rádio Comunitária, rádio Cidade.

Desenhista, ilustrei gratuitamente vários anuários do folclore para o professor Santana, tenho sobre meu poder mais de 250 desenhos originais que ilustraram os anuários, que a mim foram devolvidos pelo professor por ter sido esta a condição para elaborá-los sem custo.

De forma voluntária participei por anos do Conselho Municipal de Saúde, no governo ditatorial do Carneiro a quem o senhor se opunha, e pasme, fui expulso no governo do ditador Geninho que você defende.

Voltei ao cargo por força de decisão judicial, reassumi e fui novamente expulso, na mesma reunião, pelo governo ditatorial que você apóia.

Vamos as insignificantes questões políticas.

Representei contra o nepotismo que acontecia debaixo da sua barba, e coloquei fim nele na administração Carneiro, enquanto o senhor discursava tolamente e nada fazia contra.

Impedi através de representação que as árvores da Praça da Matriz fossem arrancadas e por força da representação o MP fez, através de TAC, que o ditador de plantão que o senhor aplaude plantasse mais de cento e cinquenta árvores à margens do Rio Matadouro, para compensar as que retirou da praça, o senhor nada.

Representei contra a falta de acessibilidade no Fórum local, e hoje lá tem uma passarela e um elevador. Contra as queimadas promovidas pela Usina Guarani, que provocavam sujeira e doenças na população, o senhor nada.

Contra a Itamaraty por conta do abuso dos passageiros mal acomodados e que viajam em pé nas viagens a Rio Preto e o senhor e seus pares nada, a não ser demagogia. Quando na minha opinião, bastaria a simples revogação da lei que transformou a viagem a Rio Preto em intermunicipal para acabar o sofrimento do nosso povo e Olímpia deixaria de ser considerada vila de Rio Preto pela Itamaraty.

Representei contra o absurdo que era a exploração dos contratados pela frente de trabalho que não tinham seus direitos reconhecidos, o senhor e seus pares, omissos, não só não fizeram nada como empurraram com a barriga, como ajudaram indiretamente o município a ser multado em quinze milhões pela previdência e a ser alvo de uma investigação no MP Federal contra o ditador que o senhor apóia.

Encaminhei Ação direta de Inconstitucionalidade ao Tribunal de Justiça, contra o fato de vereadores darem nome de ruas a pessoas vivas e consegui que se acabasse com esta palhaçada, assim como com pensão paga a viúvas de ex-prefeitos, e o senhor nada. 

Fiz o mesmo com a inconstitucional lei dos observadores da cidade do vereador Salata, que conferia privilégios a alguns cidadãos no SUS, o senhor nada.

Com a lei que criava cargos em comissão, esta o senhor fez alguma coisa, contrariando em minha opinião a decisão do TJ, criou, com a maioria, outra lei ampliando o número de cargos comissionados que deveriam ser extintos.

Levamos a efeito a campanha o DAEMO É NOSSO quando houve a intenção de privatizá-lo, entregá-lo para a Sabesp, a companhia que deixou São Paulo sem água.

Fomos também responsável pela campanha contra a instalação do “Bóstodromo” ao lado Thermas, aquela que o senhor tentou tirar uma casquinha e puxar para o seu lado, inclusive, naquela época, o ditador que o senhor agora apóia era a favor da lagoa perto do Thermas.

Estas coisinhas sem nenhum valor nós fizemos sem ocupar cargos e sem nenhum custo para os cofres públicos.

Mesmo que o senhor não confira valor, faremos mais, na medida de nossas forças, por pensar que contribuímos para a moralização da coisa pública. 

Agradecemos as pessoas que possibilitaram que estas minúsculas ações fossem feitas, ninguém faz nada sozinho, isto é o que foi possível e o que pode fazer este parlapatinho, sem estar sozinho.

Quanto ao senhor, parlapatão Beto Putini, dezesseis anos de mandato é tempo, daria para fazer muitas coisas.

Sem contar que o senhor recebeu para isto, diríamos que esteja em torno de cinco mil reais o salário do vereador, diríamos, pode ser mais ou menos, isto é hipótese.

Cinco mil vezes doze daria quanto por ano?

Sem somar o custo de cada um, com assessor, despesa de viagem, sessão extraordinária, os “escambaus”.

Cinco vezes doze, sessenta mil no ano, vezes dezesseis, se for só cinco mil, daria em torno de um milhão e seiscentos mil reais sem as mordomias do cargo, se menos daria pelo menos mais de um milhão.

Quase nada diante do que vossa excelência afirma que fez, teria mesmo que fazer alguma coisa, recebeu alguma coisa pra isto, mesmo que tenha sido pouco.

Como não teve o zelo de enumerar, vou eu a minha moda falar das coisas que merecem registros no teu nome.

Entre uma tarefa importante e outra levava membros da família com o carro da Câmara no dentista e se presume pelas declarações que deu a época, em outros lugares, visto não haver nada de ilegal no ato, segundo sua compreensão de mundo.

Contrariado, mandava democraticamente que os opositores alugassem um carro e mudassem da cidade, bem a moda branda da ditadura militar.

Quando oposição se posicionava, se comportava como toda oposição local, contra até a sombra, na situação é a favor até de beliscão.

Ajudou aprovar o aumento do IPTU e achava à época que Geninho entraria para a história de Olímpia pelo gesto, e verdadeiramente deve ter entrado, resta saber se pela porta da frente ou dos fundos, basta ver a crise do setor imobiliário no momento para compreender a previsão do parlapatão.

Pintou o Museu do Folclore que na seqüência se conseguiu verba para se pintar de novo, foram feitas duas vezes a mesma coisa com o dinheiro público, genial isto.

Conseguiu verba, quinhentos mil reais, para se resgatar a antiga Prainha e só depois foi descobrir que o terreno não pertencia ao município, o que impediu a obra.

Chupou a ideia do vereador Salata e anunciou que com o dinheiro da Prainha revitalizaria a Avenida Brasil transformando-a em um mini Sambódromo, misto de feira de artesanato e feira de final de semana.

Não saiu do papel e nem das intenções até agora a ideia salatista expropriada pelo parlapatão.

Assim, de derrota em derrota, parece que segue o parlapatão. Pintou de vermelho alguns trechos da Avenida Aurora Forti Neves para dedicá-los aos ciclistas, coisa de ditador que quer limitar o espaço das pessoas.

Bem assim, a cidade é pequena mas você vai andar com sua bicicletinha de domingo na pista livre do Beto Putini, pintadinha de vermelho, que vai da ponte do Amadeu até a Câmara Municipal, vai ter cone, e a avenida será só tua nos domingos pela manhã de tal hora a tal hora.

Só que ninguém levantou cedo, só que ninguém entendeu bem a vontade da grande prepotência e hoje a pista não é mais que uma marca vermelha no asfalto que ninguém entende em dia nenhum da semana, muito menos aos domingos.

Presidiu a Câmara Municipal como ninguém fez nos últimos cem anos, conduzindo-a no imaginário popular como a pior representação de todos os tempos na cidade de Olímpia.

Conseguiu, com seu espírito democrático, transparente e aberto, acabar com a Tribuna Livre, único espaço aberto de participação popular naquela casa que nunca mais foi utilizado depois da criação da Tribuna Roda Presa na gestão do parlapatão Beto Putini.

Por um milhão e seiscentos mil sóóóó ….você fez coisas demais.

Tudo tem um começo e um fim, estamos chegando ao final, e como o parlapatão, no seu direito de resposta, não se ateve ao questionado, achei que tinha também este direito.

Para fechar este parlapatinho vai tecer três considerações sobre três questões do texto.

Uma delas se refere ao fato de ter sido criado o projeto Câmara Jovem com vereadores mirins e isto ter sido utilizado como se fora resposta ao que foi questionado. Não é, Câmara é lugar de debate político, portanto adequado para que haja presença de estudantes.

Já escola, a menos que o tema tenha a ver com as questões pedagógicas, e isto é o que alunos e pais questionaram, não é lugar de se fazer política, promoção pessoal.

Antes, porém, digo que até compreendo, os alunos da escola no Câmara Jovem apresentaram projetos que foram elogiados pela mídia e pela sociedade, o que geralmente não acontece com os nossos parlamentares que ganham fortunas e não sabem por que lá estão, enquanto as crianças não só sabem como fazem perfeitamente bem o que deveria ser desenvolvido pelos vereadores.

Eis ai um motivo para se levar crianças a Câmara, para que os vereadores aprendam o básico com eles e evitar que vereador vá as escolas para que os alunos não desaprendam o que já sabem sobre política.

Segunda questão, secretaria de Turismo criada a pedido do Estado, é grosseria, né. O prefeito pode ter seguido a sugestão do Estado mas a discricionariedade do cargo permite visualizar que seria intromissão indevida. Ademais, o que se discutiu pela mídia e pelos bastidores é que a Secretaria de Turismo seria criada e entregue ao senhor para ajudar  alavancar sua candidatura, coisa comum no Brasil. Ninguém tem bola de cristal tão certeira ao ponto de adivinhar que o secretário seria o senhor e foi.

Final, falarei aqui mais uma vez das tradicionais repetições do meu “fracasso eleitoral”

 O parlapatão Beto Putini sem nenhuma criatividade copiou o discurso do Niquinha. Deveria agora, por conta da cópia, fazer uma doação ao Olímpia Futebol Clube.

Só que o discurso do meu fracasso eleitoral na boca do Niquinha soa mais criativo, tem identidade. Na boca do parlapatão, parece agressão de porta de escola, coisas do tipo quem for homem cospe aqui.

Faltou a quantidade de votos. A xerox é sempre pior que o original, sempre.

Na primeira eleição tive 68 votos e na segunda 197, nenhum comprado, nem negociado com cargos ou outras vantagens. Campanha pobre, cívica, de alguém que seria vereador, como foi conselheiro ou ilustrador de anuários, gratuitamente.

Creio que o parlapatão tenha sido eleito de forma honesta, que conta com a simpatia da população e seja respeitado e se respeite como eu para não ter se corrompido e nem tentado corromper ninguém comprando votos.

Creio, honestamente creio, por que comigo foi assim e sempre será assim, não me vejo comprando ou negociando a cidadania de ninguém. Por esta razão tenho que crer que outras pessoas façam isto, entre elas, o ilustre parlapatão.

Este parlapatinho, participante de outras campanhas, de outras derrotas, sabe que nem todos chegam ao poder por via honesta, por vias sérias, senão não seria este o país da corrupção. Há quem lá chegue e bem votado por vias tortuosas. Fico feliz que não tenha sido o caso deste parlapatinho, nem do parlapatão.

Há gente que promete emprego, paga churrasco, festa de casamento. Teve um candidato, coisas de ouvir falar, que pagava o dobro para as pessoas tirarem placa com o nome de outro colega de coligação da casa, para colocar a sua.

Para se ter uma ideia de quanto é suja a campanha política.

Como não tenho posses nem disposição para atitudes deste nível baixíssimo de corrupção; como não conto com o respeito que a sociedade em massa presta ao parlapatão Beto Putini, continuo tendo a quantidade de votos que tenho.

Cento e noventa e sete almas honestas e generosas que apostaram em mim e a quem sou extremamente grato, derrotado pelo voto mas vencedor na atitude de respeito a si mesmo.

Cheguei no final, não tive tempo de ver na wikipédia o que é parlapatão, mas acho que deve ser algo muito legal.

Um recado, a soberba, a arrogância e a prepotência me entediam.

 

Willian A. Zanolli é ar­­tista plástico, jornalista, estudante de Direito, pode ser lido no www.willianzanol­li.­blo­gs­pot.com e ouvido de segunda, quar­ta e quin­tas-feiras, das 11h30 às 13h­00 no jornal Cidade em Des­taque na Rádio Cidade FM 98.7 Mhz. E, aos do­min­­gos, das 10h00 às 12h­00 no programa Sarau da Ci­dade.

 

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