10 de fevereiro | 2013

Crise faz Santa Casa local fechar o Hospital do Olho

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Sem os recursos financeiros necessários para cobrir os custos operacionais, a diretoria da Santa Casa de Olímpia resolveu fechar o Hospital do Olho (HO) denominado “Eunice Carvalho Diniz”, construído anexo ao hospital e que foi inaugurado no dia 12 de dezembro de 2010. Segundo se apurou na tarde desta sexta-feira, dia 8, os procedimentos deixaram de ser realizados a partir de meados de dezembro do ano passado.

Curiosamente, é mais uma situação negativa envolvendo a saúde pública de Olímpia, cujo sistema é municipalizado, após a eleição municipal realizada no dia 7 de outubro de 2012.

Embora ao ser procurado o médico Guilherme Kill Júnior (foto) tenha negado qualquer ligação, aparentemente a situação teria se complicado a partir da inauguração da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), a partir de quando foi encerrado o convênio para a Prefeitura Municipal de Olímpia subsidiar o hospital.

Mas, de acordo com Guilherme Kill, o problema estaria relacionado à remuneração que é feita pelo SUS (Sistema Único de Saúde), que considera que paga pouco pelos serviços prestados e até em razão da pequena quantidade de procedimentos.

Reclamando dos atrasos para receber os pagamentos previstos no contrato que tinha com a Santa Casa, Kill afirma que foi obrigado a propor a paralisação ao provedor Mario Francisco Mon­ti­ni, que resolveu aceitar.

Kill ainda explicou que, em razão do baixo fatu­ra­men­to do HO, em todos os meses ele tinha de colocar dinheiro próprio para cumprir os compromissos firmados com os fornecedores. “Usava o mesmo material que uso em meu consultório particular”, disse. Segundo ele, o contrato com a Santa Casa tinha o valor de R$ 30 mil mensais.

CÂMARA MUNICIPAL

A situação do HO foi tema de comentário na tribuna da Câmara Municipal de Olímpia na sessão ordinária realizada na noite da segunda-feira desta semana, dia 4, pelo vereador Luiz Antônio Mo­reira Salata, que é o líder da bancada que defende ações do prefeito Eugênio José Zuliani, na casa.

Durante entrevista que concedeu à imprensa local, o vereador afirmou: “Desde o ano passado o Hos­pital do Olho, por parte do seu diretor Guilherme Kill, foi obrigado a deixar de realizar os procedimentos tendo em vista problemas de ordem financeira que afetam a Santa Casa e, portanto, numa questão lógica afetam também o Hospital do Olho”.

Entretanto, também segundo a afirmação do vereador, a volta das atividades do HO estaria dependendo de entendimentos com o provedor Mario Francisco Mon­tini, que envolveriam também o prefeito Zuliani.

SITE DA PREFEITURA MUNICIPAL

Embora Guilherme Kill tenha evitado fazer qualquer ligação do HO com a Prefeitura Municipal de Olímpia, através da Secretária Municipal de Saúde, aparentemente a situação seria diferente, pelo menos pelo que se pode observar no endereço eletrônico do município na internet.

Foram encontradas duas notas falando do HO, sendo que uma delas diz que “Enquanto os governos Federal e Estadual não credenciarem o hospital, a Secretaria Municipal da Saúde contrata os serviços da Santa Casa Misericórdia de Olímpia, um acréscimo de R$ 32 mil mensais ao contrato existente”.

“O recurso repassado será utilizado para os procedimentos oftalmológicos com maior demanda. A Santa Casa será responsável pelos procedimentos realizados no Hospital do Olho e pela contra­ta­ção do médico oftalmologista”, explica uma informação atribuída na época à secretária Silvia Elizabeth Forti Storti.

Na mesma nota, o então provedor Marcelo Elias Najem Galette, informa que o HO, além de cirurgias, realizaria vários atendimentos ambulatórias, dentre eles: campo visual; retina (mapeamento), yag lazer; retina (angio), retina (ret), fotocoagulação, ultrassom e pterígio (catarata).

OUTROS LADOS

Na tarde foi tentado contato com o provedor Mário Francisco Montini para ouvir sua versão a respeito do fechamento do HO. No entanto o telefone não foi atendido em seu escritório.

Já em relação à Secretaria Municipal de Saúde, como se sabe há muito tempo a secretária Silvia Elizabeth Forti Storti não atende esta Folha para fornecer as informações necessárias.

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