19 de março | 2017

Conselho aprova tombamentos da Beneficência e da Estação

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Da redação e assessoria

O Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Cultural e Turístico – COM­DE­PHACT aprovou por unanimidade na noite de quin­ta-feira, dia 16, o tombamento de dois complexos arquitetônicos históricos da Estância Turística de Olímpia, ou seja, os prédios da Sociedade Beneficência Portuguesa e Estação Ferroviária. Os dois patrimônios foram colocados em discussão para o Conselho de Preservação pela Secretaria de Cultura.

Além disso, a presidente do Conselho, Maria Jus­tina Boitar Riscali, informou que já estão em estudo para inventário e instrução de tombamento de mais dois prédios públicos: Pre­feitura Municipal e o Museu de História e Folclore “Maria Olímpia”.

Antes da votação, a arquiteta e especialista em Patrimônio Cultural Arqui­tetônico, Rosely May­se Se­no, fez a apresentação do Inventário e da Instrução de Tombamento dos bens. A arquiteta expôs os valores históricos, arqui­tetônicos, culturais, urbanísticos e ambientais que possuem.

O levantamento mostrou que o prédio da Beneficência Portuguesa expressa a expansão sócio econômica do Município, com relevante potencial da indústria cafeeira da região, que era representada por um dos maiores cafeicultores do Estado de São Paulo, Ge­remias Lunar­delli, que em 1921 doou os prédios principais do Complexo Arqui­tetô­nico, com o objetivo de ser o Pa­ço Municipal de Olím­pia. Em 1926, os prédios foram adquiridos pe­la Sociedade Beneficência Portuguesa, Instituição representativa da colonização que lhe confere o título.

ESTAÇÃO FERROVIÁRIA

Já a Estação Ferroviária relata através de suas edi­fi­ca­ções a relevância histórica do auge da economia cafeeira que utilizava esse meio de transporte, para o escoamento do café e outros produtos agrí­colas. Ainda ho­je, po­de se observar na antiga edificação da Estação, os guichês para compra de passagens e o guichê destinado aos correios e telégrafos, um dos maiores meios de comunicação da época. O prédio da bagagem revela a chegada e a distribuição dos jornais e revistas para a população. Importante destacar também um fato histórico, que fez parte da história de Olímpia: a chegada dos pracinhas, relatada na pes­quisa iconográfica in­serida no Inventário apre­sentado. Incontestável também é a relevância desse meio de transporte para a população, que o utilizava para as mais variadas atividades: viagens até Bebedouro e depois São Paulo, pa­ra dar aulas nas cidades e fazendas pró­ximas e outras. Segundo a presidente do COMDEPHAT, os próximos passos serão de notificar os responsáveis dos prédios, aguar­dar prazo de 15 dias pa­ra possíveis manifestações e posterior encaminhamento ao prefeito para publicação do decreto de tombamento.

REUN IÃO

Além de Tina e Rosely, também participaram da reunião do Conselho, os representantes do Poder Público, Tania Mara Ro­drigues Gottardi (diretora de Cultura) e Luiz Carlos Rodrigues Rosa Júnior (diretor de Assuntos Jurídicos) e os representantes da sociedade civil: Miguel Ramos e André Renato Galvão (Arquitetura e Engenharia); Ivone Albano Simões e Dioneia Apa­recida Lemos Amim (Artes); Padre José Antônio Quis­soto e Maristela Apa­re­cida Araujo Bijotti Me­niti (Educação); Luzia Cris­tina Contrin (Meio Am­biente) e José Antônio Aran­­tes (Imprensa). O vereador Hélio Lisse Junior também esteve presente na reunião e manifestou importantes contribuições sobre o tema.

NOVA DIRETORIA

Durante a reunião também houve a eleição da nova diretoria do COM­DE­PHACT. Além da presidente Tina Riscali, nomeada pelo decreto 6703, de 27 de janeiro de 2017, foram eleitos para a diretoria do Con­selho, o arquiteto Miguel Ramos, para a vice-presidência; a diretora da divisão de Cultura, Tania Mara Rodri­gues Go­ttardi para primeira secretária; a advogada e far­ma­cêutica, Luzia Cristina Contrin para a segunda secretária. Luzia e Miguel também são representantes da sociedade civil no Conselho.

O COMDEPHACT

Criado por lei no ano de 2010, o COMDEPHACT tem por finalidade sugerir medidas de preservação, conservação, tutela, restauração e re­va­lorização de unidades de interesse histórico, artístico, cultural e turístico, além de man­ter e motivar a consciência da comunidade sobre o valor de suas produções mais expressivas ao longo do tempo.

Cabe ao conselho, opinar sobre medidas da administração municipal que envolvam questões pertinentes ao seus objetivos; efetuar intercâmbio e/ou convênios com entidades con­gêneres; cadastrar, tom­bar e adquirir com ou sem ônus ao município bens de qualquer natureza, desde que enquadrados em seus objetivos, entre outros.

 

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