18 de julho | 2010

Cerca de 38% do corpo clínico da Santa Casa não atua no hospital

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 De acordo com o diretor clínico da Santa Casa de Olímpia, Fábio Martinez, cerca de 38% dos médicos que compõem o corpo clinico não estão atuando no hospital, atualmente. No total, segundo ele, são 48 cadastrados, tem muitos que há muito tempo não freqüentam o hospital. Por isso considera o quadro reduzido e pretende modificar esse panorama, convocando todos para que retornem.

“Ou voltem ou saiam do corpo clínico. Na verdade tem 30 médicos trabalhando efetivamente. Então, é um corpo clínico extremamente reduzido, que já tem uma idade avançada, isso tem o lado bom da experiência, mas tem o outro lado que às vezes a pessoa está cansada de atender urgência e quer conviver mais com sua família”. Ainda assim, elogia a qualidade técnica do corpo clínico. “É muito bom”, enfatiza.


De acordo com ele, a proposta, agora, é solucionar alguns problemas organizacionais do hospital, como centro cirúrgico, atrair novos médicos que estão na cidade, mas não fazem parte do corpo clínico, que não vivem o dia-a-dia, ou seja, renovar o corpo clínico.


“Principalmente nas áreas que estamos com mais dificuldades, como otorrinolaringologia, neurologia e neurocirurgia, que é um tendão de Aquiles. Na própria minha área, que é a cirurgia, o hiato entre a geração de cirurgiões e a minha tem mais de 25 anos, então hoje estou extremamente sobrecarregado na urgência do hospital”, explica.


Martinez explica que está tentando fazer isso em conjunto com a administração do hospital e com a Secretaria de Saúde, porque “ninguém vem para Olímpia só porque acha a cidade bonita, o médico é um profissional e avaliará uma proposta profissional, condições de trabalho e remuneração”.


“Não adianta ter a ilusão que vai convidar um médico e ele sairá de um lugar onde tem uma estrutura boa e um salário bom, para vir para cá ganhar menos porque gosta de Olímpia. Estamos, inicialmente, tentando trazer de volta os filhos da cidade”, reforça.


Porém, ele ainda não tem dados precisos de quantas cirurgias a Santa Casa realiza por mês. “Mas sei te falar se o volume é grande e no volume de urgência, o que desorganiza qualquer serviço. Se tem uma estrutura, tem um mapa, chega uma urgência e muda tudo”, diz.


ANESTESISTAS

Um gargalo que aponta é relacionado às anestesias. “Temos, no corpo clínico do hospital, três médicos anestesistas, sendo que dois estão afastados. Então, estamos com apenas um, que é um problema que também está sendo levantado, porque precisamos sanar. Amanhã ou depois ele bate o carro e quebra a mão, você não tem mais”, lamenta.

No entanto, informa que tem alguns anestesistas vindo a Olímpia para suprir necessidades pontuais, mas considera ainda longe de ser o ideal. “A gente quer dinamizar, melhorar e aumentar o centro cirúrgico, porque a gente sabe que uma quantidade de cirurgia está sendo represada por diversos fatores”, finaliza.

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