21 de abril | 2024

Experiência de videomaker mostra que caos e indignidade continuam na UPA

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CAOS NA UPA!
Mais gritos de socorro de todos os lados pelo fim do uso político da Saúde e o tratamento com dignidade para a população de Olímpia. Cidadã relata tratamento inadequado e o sofrimento vividos ao levar amiga em Unidade de Pronto Atendimento – UPA. Desumano e estarrecedor.

No último episódio de quinta-feira, 18, do podcast “Pod Pai e Filha” a videomaker Jenifer Santos compartilhou uma experiência alarmante que vivenciou ao levar uma amiga para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A entrevista foi transmitida ao vivo no dia 18 de abril, alcançando ouvintes por meio de plataformas como Youtube, Facebook e pela Rádio Cidade.

Durante o podcast, Santos detalhou a situação caótica encontrada na UPA, onde sua amiga, gravemente doente, foi tratada com desdém e negligência. “Fomos tratados como se fôssemos animais dentro de um curral,” desabafou Santos, enfatizando a falta de humanidade com que foram recebidas na unidade.

SUPERLOTADO E DESORGANIZADO

Santos relatou que ao chegarem na UPA, ela e sua amiga enfrentaram um ambiente superlotado e desorganizado, com espera prolongada por atendimento. “Chegamos às 8:30 da noite e só fomos realmente atendidos uma hora e meia depois,” explicou. A situação piorou quando, após a triagem inicial, a demora para a aplicação de medicamentos essenciais prolongou o sofrimento de sua amiga.

A crítica à infraestrutura e ao atendimento da UPA foi corroborada por outros pacientes que também aguardavam cuidados. “A UPA está cheia e não tem o que a gente fazer, se vire,” foi uma das respostas que Santos recebeu de uma enfermeira ao solicitar ajuda, ilustrando o desespero tanto dos pacientes quanto dos profissionais sobrecarregados.

É DESUMANO VER A DOR
NAS PESSOAS SEM RESPOSTA

Ao longo da entrevista, Santos usou seu tempo de fala para clamar por mudanças no sistema de saúde pública. “É desumano, você vê alguém no estado que ela estava, queimando de febre, com dores, e as pessoas não fazem nada,” lamentou. Esse relato foi apenas um exemplo dos muitos problemas que ela identificou durante a visita, incluindo a falta de camas disponíveis e a aparente indiferença dos funcionários.

De acordo com Santos e outros testemunhos coletados na UPA, o local sofre com uma série de deficiências estruturais e operacionais. “Não tinha lugar para sentar lá fora, graças a Deus que nós não ficamos lá na recepção, porque sem condições o tanto de criança que tinha naquele lugar,” relatou. Além disso, a falta de camas e a superlotação exacerbaram a situação, deixando pacientes em cadeiras de rodas por horas, aguardando atendimento.

NEM RODAR A BAIANA RESOLVEU

Uma das falas mais impactantes da entrevista veio quando Jenifer expressou sua frustração com a ineficácia e insensibilidade dos funcionários: “Eu falei assim: ‘Calma aí, amiga, que eu vou resolver o seu problema’. Passou outro enfermeiro, eu falei: ‘Escuta aqui, minha amiga tá ruim, ela precisa deitar, e se acontecer alguma coisa com ela, eu vou pôr fogo nessa UPA’”. Esse momento ilustra o nível de desespero dos que aguardavam por cuidados médicos adequados.

Outros pacientes também compartilharam suas angústias, como a mãe de uma criança que estava visivelmente frustrada com a falta de comunicação sobre os tratamentos administrados aos pacientes. “Que remédio é esse?”, perguntou ela aos profissionais de saúde, que muitas vezes pareciam tão sobrecarregados quanto os pacientes.

PARECE FILME DE TERROR,
MAS É SÓ A SAÚDE LOCAL

A amiga de Jenifer chegou perto dos 40 graus de febre, teve convulsões e esteve prestes a ter um AVC e os exames que estavam disponíveis na UPA os médicos afirmaram que ela não tinha nada. Deram tramal para a paciente e mandaram-na de volta pra casa.

A febre e as dores continuaram da noite de quarta-feira até a sexta-feira, quando ficaram sabendo que o exame de dengue que não tinha na UPA, estava à disposição da população no “dengário”. Foi quando foi constatado que a amiga de 22 anos estava com dengue.

“Parece filme de terror, mas não é. É apenas a história nua e crua de uma moradora de Olímpia que é obrigada a usar os serviços públicos de saúde administrados por um grupo político colocado pelo prefeito atual, concluiu o jornalista José Antônio Arantes.

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