Embora a freqüência possa não ser total aos dois blocos levados ao ar de segunda-feira a sábado, até dois dias antes da eleição, é certo que os programas dos horários eleitorais gratuitos dos candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereadores, cuja série iniciou na terça-feira desta semana, dia 19, são ouvidos por aproximadamente 70% dos entrevistados na enquête realizada nesta semana pela reportagem desta Folha.

A finalidade principal da enquête foi a de saber se a pessoa ouve ou se pelo menos já ouviu ou ainda vai ouvir, os programas do horário eleitoral gratuito no rádio, no caso de Olímpia, principalmente, que não possuiu um canal de televisão. Os programas vão ao ar em dois blocos, o primeiro das sete horas até às 7h30 e das 12 horas às 12h30.

Se há quem acompanhe atentamente os programas para conhecer as propostas dos candidatos, há também as pessoas que não se desligam de outros afazeres, mas pelo menos um pouco de atenção dispensam ao que está sendo levado ao ar pelas emissoras de rádio da cidade, diga-se de passagem, obrigatoriamente. Porém, há também quem nem quer saber de ouvir falar sobre tais horários e se pudessem os proibiriam, com toda certeza.

Quem ouve e confessa não prestar muita atenção, embora considere importante dentro do processo eleitoral, é a balconista Kelly Cristina de Souza Ramos Mendes: "Ouvi só um pouquinho, não ouvi muito não". O lado completamente oposto aparece na resposta do aposentado Gilberto Collinetti, que ao ser perguntado foi incisivo em sua reposta: "Não". Ele que confessa não destinar muito tempo a isso, asseverou: "Política eu não gosto".

A atendente Mirelli Souza de Alencar, porém, vai além de ouvir apenas um pouco. Ela considera os programas importantes para saber escolher em qual candidato votará no dia cinco de outubro. Conhecer a proposta de cada candidato, para Mirelli, é muito importante: "Tenho sempre que estar me atualizando e saber a pessoa certa para não prejudicar a cidade inteira por quatro anos".

Ainda não tinha escutado nenhum programa, confessava a comerciante Fátima Maria Marcuzzo. Porém, garantia que ouviria para conhecer os planos de cada candidato e poder escolher com tranqüilidade. "Não ouvi porque não me chamou atenção ainda, mas até posso ouvir para ver o plano de governo de cada candidato", avisou.

APRENDENDO VOTAR

O trabalhador rural José Maria dos Santos contou que tinha escutado o programa do dia anterior ao qual era entrevistado e que estava achando interessante poder ouvir as propostas. Ele contou que é a primeira eleição que se interessa em ouvir os candidatos. "Nunca tinha me interessado e hoje procuro ouvir as propostas dos candidatos. Acho que muita gente ainda não sabe votar. Então, estou procurando ver se aprendo a votar", explicou.

De outra forma, embora não soubesse explicar o porque, o pintor Maurício Rodrigues foi enfático ao dizer que "não" escuta. "O porque não sei responder", acrescentou. Perguntado se não tem interesse, foi novamente enfático: "Não". Mas a importância de conhecer as propostas volta à tona na resposta da vendedora Roseli Cristiane Arruda Salmazo. "Escuto porque é muito importante para saber o que os políticos pretendem e depois cobrar deles o que estão falando", disse.

Tem até gente que não gosta, mas não deixa de lado a oportunidade de saber o que pretendem os candidatos. "Gostar eu não gosto, mas talvez no horário da refeição está passando, a gente pára para ouvir e acaba escutando as coisas que estão falando e prometendo fazer", disse o motorista Marcos de Andrade.

Ficar a "par" (sic) das propostas dos políticos é a finalidade do aposentado Geraldo Benine: "Já ouvi, ouço sim e vou continuar ouvindo", garantiu. Mas a disponibilidade de tempo muitas vezes não permite, mesmo a quem queira poder acompanhar os programas.

E esse tipo de caso não é tão raro assim, porque muitas pessoas até nem fazem questão de ouvir. "Só escuto quando estou dentro do carro e muito raramente. Não tenho interesse, parece que é sempre o mesmo lenga, lenga", fala o balconista Fábio José Marcondes.