04 de agosto | 2013
Um Folclore para poucos
DO CONSELHO EDITORIAL
Este ano, sem sombra de dúvidas, a cidade de Olímpia vivenciou o pior Festival do Folclore dos últimos quarenta e nove anos.
Nada foi como deveria ter sido, desde a apresentação dos grupos até a pouca presença de público.
Sem contar que houve cheiro de pólvora nos bastidores provocada, talvez por grupos bacamarteiros que ao que tudo indica, pelos comentários e entrevista do Secretário de Cultura, Guto Zanetti, fizeram arte e farra muito com verbas públicas.
Alguém que se mostra com notório saber na arte dos festivais viu em dúvida sua longa prática de organizar eventos dançantes e quermesses com características folclóricas, pelo insucesso da festa e pelas dúvidas levantadas na contratação dos animadores do espetáculo.
O pior é que a somatória dos valores aplicados na festa, que durou uma semana, em nada correspondeu a expectativa de público, segundo assumem os próprios organizadores.
Havia uma previsão nos órgãos de bajulação oficial de uma estimativa de presença de público que chegaria a casa de 70.000 (setenta mil pessoas) e as informações divulgadas após o festival estima a presença de 50.000 (cinqüenta mil pessoas) na semana do folclore, no recinto.
Uma baixa de 20.000 (vinte mil) pessoas na expectativa que significa que não houve empolgação, faltou propaganda, e sobrou incapacidade no sentido de organizar o evento.
Foi realmente um fracasso, muito decadente o festival deste ano, com a vantagem de que alguns políticos perceberam que a ideia lançada e defendida pelo ex secretário de Cultura e atual Presidente da Câmara, Humberto José Puttini, endossada pelo Prefeito Eugênio José Zuliani e a maioria dos vereadores da época, de transferir o festival para julho foi um retumbante fracasso.
Fracasso que eles terão que assumir em suas biografias, já que foram devidamente alertados para o risco que corriam quando arbitrariamente produziram esta situação que se vivenciou neste festival.
Por populismos exagerados sem se basear em nenhum estudo que mostrasse a viabilidade de seus desejos pessoais, seus “achismos” equivocados, fizeram de maneira irresponsável mais um entre tantos laboratórios com o que já foi o cartão de visitas da cidade de Olímpia.
E tanto fizeram que conseguiram destroçar a imagem construída com sangue, suor e a vida do professor José Santana, que projetou Olímpia para o mundo com seu folclore, enquanto esta gente paupérrima de juízo e miserável de criatividade não consegue projetar o folclore para além dos muros da cidade.
O Festival Nacional deste ano foi o pior de todos, em quase todos os sentidos, desorganização quase total, havendo poucas possibilidades de se fazer pior, restando agora, além do resgate da imagem do folclore, a imagem dos que arranharam as suas próprias imagens nos bastidores.
É necessário, como bem frisou o Secretário de Cultura, Guto Zanete, reorganizar a contratação dos grupos, pois da forma como estava sendo, com os mesmos valores, segundo ele poderia ter se trazido mais grupos indicando ou sugerindo de forma bastante explícita que o festival falhou e de forma muito grave até neste quesito.
Resta agora saber exatamente de quem foi a falha, qual foi a falha, apontar a gravidade desta falha publicamente, saber se ela ocorreu apenas neste festival, e com a festa fracassada dar novo rumo a nau, com acertos de direção para que não encalhe vergonhosamente em dúvidas e fracassos como ocorreu neste, em que conflitos e confrontos marcaram a pobreza da festa.
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