27 de abril | 2014

O povo crê que o poder é exercido por ladrões e imorais?

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Do Conselho Editorial

Uma conversa informal com diversas pessoas levadas de forma aleatória e que poderia ter características de enquête, sem generalizar, revela que grande parte dos ocupantes de cargos eletivos ou por indicação são, na sua maioria, ou ladrões ou imorais.

Salvo uma ou outra citação a alguma personalidade que não preenche o perfil que habita o inconsciente coletivo, a parte maior que circula junto ao poder, no entendimento dos ouvidos, cuida mais de abastecer suas contas bancárias do que em prestar um serviço coletivo de qualidade.

A constatação, que não tem caráter científico, nada traz de muito novo, apenas reafirma o quadro de um país imerso em corrupção, desmando e mazela que por mais que prenda, investigue, fiscalize, mais parece que brotam nichos de corrupção ativa e passiva que drenam finanças dos cofres públicos.

Medidas são apontadas dando a impressão de que finalmente a luz que indica a saída do túnel se fez visível e a moralização será enfim alcançada. 

No entanto, o que parece se vislumbrar é o crescimento assustador da prática dilapidadora do bem público navegando entre indicações de apadrinhados, comissionados, contratação de empresas suspeitas, super faturamento de obras, imóveis em nome de laranjas e exposição de rápido e vertiginoso enriquecimento dos ocupantes do poder.

Somadas estas situações a lentidão da justiça, a prática do engavetamento, o suborno a promotores, delegados, magistrados, a famosa prescrição, o clima é, se não for de total impunidade, de punição seletiva.

E o povo marcado, vida de gado, vai vendo tudo da arquibancada e quando instado a falar em off, como nesta conversa informal quase uma enquête, mostra que embaixo do silêncio temeroso de represálias mora uma certa consciência de que é governado por ladrões e imorais.

E este descrédito, visível do desmanche do estado, da burocracia travadora de progressos, da imposição de leis inócuas, do aparelhamento da coisa pública, do uso indevido da máquina pública, do trato antiético e imoral com fornecedores, das fabricas de notas falsas ou frias, boia do fundo do mar de lamas quando instado o cidadão acerca do que pensa do poder.

E o poder e o poderoso para a maioria não passa de um gangster fantasiado de uma autoridade que bandidos encarcerados não tem. Só isto parece diferenciá-los em sua maioria de sentenciados e detidos.

Grande parte é vista como marginais de fino trato, malandros que usam lábia e inteligência que convencem parte da população que roubar é parte integrante da função pública e que não há mal algum em se colocar no próprio bolso uma porcentagem do dinheiro público desde que se faça a obra.

Esta a visão dos meliantes que tomaram de assalto o país e se contrapõem a uma minoria, que grasna, urra, mia, late, para mudar o quadro dantesco e não consegue, por contar também com a crença instalada no imaginário popular de que não há solução para a corrupção neste país.

Triste que seja desta maneira, que o povo veja desta maneira a classe política e alguns membros de algumas instituições que deveriam fiscalizar, investigar, condenar e optaram por se entregarem a ideia que povoa a visão do senso comum, de que nada vai mudar.

Enquanto isto vai se vivendo em uma nação em que o povo crê que o poder é exercido por ladrões e imorais?.

 

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