04 de agosto | 2018
O caos na saúde local
Do Conselho Editorial
Por mais que o governo de Fernando Cunha se esforce para demonstrar que pretende a implantação de um governo técnico e preocupado com questões essenciais, em algumas áreas o fracasso de sua intenção começa a despontar como notório.
A começar pela tal pretendida moralização do serviço público que possibilitaria um distanciamento da ideia de balcão de negócios que se imaginava ser o governo de Eugênio Zuliani, em que os cargos em comissão eram loteados entre os amigos do jovem coronel.
O atual mandatário parece fincar sua enxada na conquista de votos e ampliação da base de apoio e parece manter a mesma política de antanho do é dando que se recebe, e para isto basta observar a forma adotada para maquiar a necessidade de obedecer a ordem judicial no tocante aos cargos em comissão.
Cunha, embora tenha falseado suas intenções, assim como ocorreu na Câmara Municipal, tentou dar um ar de seriedade ao que pode ser legal, mas que é de uma imoralidade gritante, foi tão equivocado quanto Pimenta e seus pares na Câmara Municipal.
Uma prática comum no Legislativo e no Executivo, desde sempre. É tratar o dinheiro público com desdém e sem rigor algum, contratando apoios e indicando personagens ou parentes de personagens que contribuíram para a campanha, sem se perguntar a utilidade deles no serviço público, ou seu preparo técnico.
Tanto é assim que é bastante comum na Imprensa Oficial vez em sempre a destituição de conhecidas figuras que parasitavam em cargos que ninguém consegue entender suas utilidades.
Isto mais que comprova que nem todos, ou poucos comissionados fazem falta ao serviço público e muitos ali podem estar para cumprimento de promessas de campanha.
E o mesmo ocorre com as secretarias para onde são indicados vereadores eleitos para que os suplentes possam ter direito a famosa teta, não ficando desamparados economicamente, o que em bom português significa sejam sustentados pelo povo.
Há que se reconhecer que no setor de obras a prefeitura, ou o mandatário tem se esmerado para concluir o que foi deixado abandonado, ou não construído por Eugênio, embora pago, como foi o caso do canil, com uma certa criatividade e bom gosto, exemplo da avenida Aurora Forti Neves.
Porém, na Saúde chega a ser chocante o quanto o governo de Fernando Cunha a cada dia mais se iguala ao governo de Eugênio em termos de falta de qualidade dos serviços prestados e de queixas da população.
Difícil a semana em que as redes sociais não exibam queixas e reclamações geralmente fundamentadas de casos chocantes de atendimento abaixo do nível da crítica que demonstra o estado caótico em que se encontra a saúde local.
A campanha Cunha-Martinez tinha como motivo principal o sucateamento da saúde pública promovido pelo governo de Geninho e sua recuperação em breve espaço de tempo.
Necessário lembrar que a campanha de Geninho também se escorou na péssima administração na área de saúde levada a efeito pelo prefeito Carneiro e seu vice Pituca, que são médicos, para se eleger, com promessas que reverteria a situação em menos de seis meses de governo, e conseguiu deixar a saúde em seu governo, muito pior do que era antes.
Cunha cujo vice é médico, prometeu a mesma coisa, só não prometeu em quanto tempo reverteria o quadro, mas, pelas queixas da população, e pelo quadro que se apresenta, a situação só parece piorar.
A saúde local, como é sabido nos bastidores, obedecendo critérios políticos, foi entregue a um partido político com representação na Câmara Municipal para fortalecer a base política do prefeito.
O vereador deste partido, ligado a um ex-vereador e candidato a prefeito derrotado nas últimas eleições, fez a indicação do Secretário de Saúde que desde a posse não conseguiu demonstrar a que veio ou porque Cunha ainda insiste em uma fórmula que indica não funcionar.
A característica de Cunha de centralizar decisões vai se consolidando no imaginário popular, pois, a impressão que passa é que o Secretário de Saúde e todos os demais são rainhas da Inglaterra sem nenhum poder de decisão.
Ocorre que saúde pública cuida de vidas, cuida de humanidade, cuida de gente necessitada de amparo, compreensão e tratamento disponibilizado por profissionais competentes que tenham todo amparo técnico para que possam desenvolver suas atividades com sucesso.
Não é isto que as redes sociais têm gritado nos últimos tempos.
No governo de Eugênio, por pior que tenham sido as políticas públicas de saúde, a secretária da área, por mais incompetente que tenha sido, estava constantemente na mídia vendendo irrealidades e maquiagens para justiçar até o que não tinha justificativa, o que acentua a sensação de que o atual cargo de Secretário de Saúde no município é, infelizmente, apenas decorativo, e as promessas de campanha não conseguirão ser executadas.
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