23 de julho | 2017
Euripinho, tiroteio, ameaças, Santa Casa e outras dúvidas
Do Conselho Editorial
Houve um tiroteio no centro da cidade de Olímpia, o que é sabido de toda gente visto ser notícia policial que repercutiu na mídia local, regional, nacional e ganha emocionadas discussões nas redes sociais.
Vários feridos e uma morte provocada pela cobrança de uma suposta dívida contraída pelo empresário Euripedes Augusto de Mello junto ao advogado Antonio Luiz Pimenta Laraia.
Segundo o advogado, a dívida correspondia a honorários por serviço prestados na área da advocacia.
De acordo com o mesmo foi contratada uma empresa para pacificamente cuidar da cobrança desta dívida.
Ocorre que, quando da cobrança, tanto devedor quanto os encarregados da cobrança da alegada dívida se desentenderam e, armados, promoveram uma verdadeira cena de filme de “bang bang” nas ruas de Olímpia.
Vários feridos e agora um morto, fruto do desentendimento que a imaginação popular dá asas e viaja em hipóteses para entender as razões que possam ter causado o fatídico evento.
Embora não se pretenda aqui formar juízo de valor acerca da culpa ou da inocência dos envolvidos, necessário notar o que fervilha pelas rodas de discussão, pelos faces e Whatsapps da vida.
Ambos os contendores, de acordo com a voz popular têm histórico de tratativas de determinadas questões através da truculência.
A começar pela forma inusitada de cobrança que foge à lógica do Direito, conforme evidenciam os profissionais da área que defendem o uso da justiça para dirimir questões relacionadas a questão de ordem profissional.
Sem contar a quantidade de armas e de tiros, algo incompreensível para um acontecimento que se pretendia amigável e pacifico, como a demonstrar que havia entre as partes uma animosidade crescente e um temor entre as partes de que poderia o pretendido diálogo culminar da forma violenta como veio a acontecer.
Passado o evento, com resultados funestos, e responsabilidades civis e criminais a serem apuradas pelas autoridades competentes, observa-se, pelo menos de uma das partes envolvidas no conflito, ou, dos que estão no seu entorno, uma tentativa de, através da mesma violência que produziu resultados negativos, intimidar pessoas que se manifestem de forma que contrariem sua vontade de liderar a narrativa.
Pessoas têm sido, de forma objetiva e subjetiva, direta ou indiretamente ameaçadas por emitir opinião acerca dos fatos ocorridos naquele fatídico tiroteio.
Há dúvidas e é natural que o ser humano opine para entender o que pode estar detrás do fato, nas entrelinhas, exatamente por não conceber que algo que tentem simplificar e até naturalizar culmine em uma tragédia inconcebível para os padrões civilizados.
Uma das questões que tem sido alvo de críticas ácidas e não é compreendida pela maioria é o fato de Euripinho estar internado na Santa Casa de Misericórdia de Olímpia sem ter alta médica, ao que tudo indica, e vídeo, ou fotografia, na rede social dando a entender que talvez o mesmo não esteja tão mal de saúde.
Não se está escrevendo aqui que Euripinho, uma das figuras centrais dos episódios sangrentos que culminou na morte de uma pessoa não possa sofrer de doença grave que obrigue sua estada em hospital.
O que se pode afirmar e neste aspecto a voz do povo passa a ter razão para lucubrar sobre hipóteses, é que chega a ser quase comum o procedimento em casos como este, envolvendo pessoa com alto poder aquisitivo, em que a orientação para que não seja efetivada a prisão é que se alegue a condição de debilidade física do envolvido até que se consiga um habeas corpus, uma liminar, um pedido de prisão domiciliar atendido pela justiça.
O que pode ser pior que isto nos casos em que esta situação ocorre, é que geralmente a instituição envolvida, aqui no caso Santa Casa, não tendo nada a ver com a situação, já que se vê obrigada a seguir recomendação médica observada pelo médico que acompanha o caso, acaba sofrendo, junto à população, um desgaste, como se pudesse interromper por vontade ou desejo um tratamento prescrito por autoridade médica.
Por outro lado, e não se está afirmando que seja o caso, há médicos que, comprometidos até a medula, endossam esta prática atuando para dificultar o trabalho da justiça e produzindo, além da desmoralização da categoria, o inexistente vinculo da instituição com o mal feito quando há.
Independente do que possa estar ocorrendo e, tomara, só esteja acontecendo o que está previsto em lei e não artimanhas produzidas pelo poder de compra ou determinadas pelo medo, se faz necessário e ao que tudo indica a justiça já se manifestou, que a situação seja esclarecida na sua totalidade para que não haja prejuízos morais à classe médica, à Santa Casa, ao paciente caso esteja necessitando de cuidados e a Justiça.
Urge que esta situação seja clareada de forma rápida e inconteste e que a população seja devidamente informada sobre os acontecimentos sem temer retaliações ou ameaças que tudo indica, parecem fazer parte do modus operandis de alguns envolvidos na tragédia e que acaba por facilitar a discussão sobre a dúvida em relação ao estado de saúde de um dos principais envolvidos no caso.
Justiça é o que se pode pedir nestas horas em que a sensação de impunidade parece prosperar.
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