18 de junho | 2023

Aos intolerantes a força da lei

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“Observando que o país volta ao leito de normalidade, para se manter relações de convívio fraterno, pode se concluir que o grande erro que não deve mais ser cometido é dar espaço ou conviver com a intolerância”.

 

Do Conselho Editorial

Não é segredo para ninguém que programas sensacionalistas de TV e rádio, jornais não comprometidos com a sociedade, influenciadores extremistas e fascistas contribuíram para que Bolsonaro ganhasse visibilidade e fosse eleito.

A mesma encenação do período que antecedeu a ascensão de Hitler ao poder aconteceu no Brasil com o que seria futuro presidente do país.

A mídia favorável ao lucro do grande empresariado, as igrejas voltadas para o resultado, os latifundiários buscando a defesa de seus interesses, os banqueiros e o capital pretendendo o rentismo e parte da população buscando impor ideias políticas, religiosas e culturais fundamentalistas.

E tanto Adolf Hitler como Bolsonaro, repetindo um discurso polarizador, disseminador de preconceitos e de perseguição a minorias, judeus, ciganos, negros, homossexuais.

Hitler como Bolsonaro não era tido pelos homens de poder, pelos formadores de opinião, como o perigo para a sociedade que viria a ser.

Eram tidos como alguém demagogos, populistas, que falavam verdades, que no poder jamais implantariam o tamanho absurdo que pregavam.

Evidente que Bolsonaro, embora tenha dado uma contribuição nefasta na condução da pandemia e no trato com indígenas, que levou a morte muitas pessoas, não se pode afirmar que tenha implantado uma máquina de morte equivalente a que Hitler implantou.

O seu desejo e dos que o cercavam da volta da ditadura e a implantação de um regime autoritário, aos poucos vem a luz revelados pelos seus pares.

Porém, para além do desmonte do Estado, da implantação de políticas públicas prejudiciais aos mais pobres, o que marcou a vida da população foi o terror implantado pelos gabinetes do ódio, cuja matriz era em Brasília, mas que se esparramou pelo país afora.

E, através de Fake News ou estímulo dado aos seguidores do que poderia se chamar de seita fanática bolsonarista, muitos eventos dramáticos aconteceram ao longo de quatro anos de poder.

Tudo era tratado na bala, na violência, pelos bolsonaristas mais fanatizados, razão pela qual houve mortes por discordância política, invasão em escolas, hospitais, ataques violentos a quem consideravam adversários, perseguição a artistas e a imprensa.

Este jornal foi alvo de um incêndio criminoso e outros órgãos de imprensa foram atacados pelo país afora.

Não se trata de ser a favor ou contra o governo instalado. Trata-se de ser a favor da civilidade, da convivência pacífica entre os que têm pensamento divergente.

Observa-se que com o uso da coerção do Estado através da lei, vagarosamente o país vai retomando as feições de nação civilizada.

A forma como foi tratada a invasão da sede dos três poderes, a retirada dos fanáticos da frente dos quartéis, a invasão das escolas e outras manifestações violentas pelo novo governo, sem ter ocorrido nenhuma morte, é prova real que a força da lei tudo pode.

Esta a razão para que não se descuidem os formadores de opinião e todos os responsáveis pela manutenção da ordem no sentido de que não se desviem dos preceitos legais que permitem o funcionamento da democracia sem a quebra das regras fundamentais e a continuidade da relação pacífica entre todos os segmentos que compõe a sociedade brasileira.

Observando que o país volta ao leito de normalidade, para se manter relações de convívio fraterno, pode se concluir que o grande erro que não deve mais ser cometido é dar espaço ou conviver com a intolerância.

A grande lição extraída deste momento que passou é que os intolerantes devem ser combatidos com a força da lei.

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