08 de setembro | 2013

Vereadores, que vergonha sô

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Willian Antônio Zanolli

Vim de nome inteiro que é pra me sentir na totalidade, estou cansado de me discutir por partes, agora vamos ao todo nem que ele venha revelar o fundo, o lodo.

No início eu sempre jogo uma poesia que é pra tirar o aspecto melancólico da coisa.

Gosto mesmo é de subir no coqueiro sem corda, que cordas me arranham, me aprisionam, sem contar que foi assim que aprendi quando dei por mim e que pessoas experientes de tomar água de coco por anos a fio falavam que eu já era gente grande.

E eu lá sei o que é ser grande nesta pequenez?

E já que sendo assim, que assim que penso que talvez possa ser ou vir a ser, que iremos astuciosa­mente tocar em um assunto, que talvez vá incomodar sonolentos edis, propositores de medalhas, comendas, votos de aplausos e outras inutilidades e adereços inúteis.

Voto de aplauso até entendo que os vereadores dêem para alguém.

Na verdade deveriam é tombar, tornar histórica a figura que aplaude o ócio cada vez menos criativo a que eles se entregam durante o mandato.

Voto de aplauso, olha que coisa dúbia, NÉ? Voto é aquilo que o cidadão confere a alguém, que significa crédito, confiança, aplauso significa, nem sei, nem vou consultar o Google.

Pois bem, o eleitor vota no candidato pensando que ele vai representar os seus interesses e o interesse da comunidade, que vai criar lei justa, boa, legítima, e que vai, ai vem à bucha, fiscalizar o Executivo.

Na prática, a casa está caindo na cabeça dos cidadãos e os vereadores, na sua grande maioria, calados, só não parecem mortos por que na hora de medir, o pulso cívico dá duas batidas de dois em dois anos.

Se não entenderam eu desenho. Ano que vem, como eles vão apoiar deputados e senadores que geralmente, depois apóiam suas candidaturas, ai farão um esforço danado pra demonstrar que estavam por ai no anonimato fazendo um esforço feroz para que a vida de seus eleitores melhorasse muito.

Ano que vem, e já começou a novela, viveremos a ilusão de estarmos no melhor dos mundos possíveis.

O que vem de coisa pra cidade, nem cabe na cidade, de tanta coisa prometida pelos deputados apoiados pelos vereadores e pelo prefeito e pelo vice e pelo pelo do pelo do pelo pelo

É tanta gente ajudando que até me sinto atrapalhando.

Só que depois, voltando pros vereadores, deitam em berço esplêndido como agora e esperam a eleição municipal, que nem agora, bem na maciota, sem questionar nada, votando a favor de tudo, sem fiscalizar coisa alguma.

Saúde, pra eles está a melhor coisa do mundo; a cidade não parece ter buracos; a máfia do asfalto não existe; tem remédio na saúde pública, não falta médicos, o Santo Caos da Misericórdia é um relógio suíço e a UPA uma Rollys Royce, cujo motor é de avião.

Remédio na rede pública tem demais, salvo algumas exceções, que envolvem somente as pessoas que precisam.

Sem contar que além de tudo estar perfeito ainda podemos contar com a possibilidade de sermos agraciados com uma comenda, um título qualquer, um voto de aplauso, que maravilha.

A única coisa horrível nesta horrorosa representação legislativa, que é, sem sobra de dúvidas, a que menos discutiu a cidade em todos os tempos até aqui, é talvez a falta de melhorias no sanitário da Câmara Municipal.

Que me parece está sendo resolvida, ainda bem… pessoal que faz… tão pouca coisa pelo município precisa de um bom banheiro para fazer muito menos com muita tranquilidade e com muita serenidade.

Final, que já cansei, esta composição de Câmara está, na minha opinião, tão devagar, tão insossa, tão sem vida, tão demonstrativa de preocupações muito mais egocêntricas que pessoais, que deixa a sensação até de estar em um nível abaixo de quem merece crítica.

Está tão ruim nossa representação legislativa, nossos vereadores em sua maioria, que dá até tédio na hora de pensar criticamente o vazio de sua atuação.

Willian A. Zanolli é artista plástico, jornalista, e ai que pregui …

 

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