08 de junho | 2014

Acusação de prática de improbidade pode levar a cassação de Geninho?

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Do Conselho Editorial

O prefeito Eugênio José Zuliani pulou, deu cambalhotas, fez das tripas coração para não ver seu nome em manchetes negativas nos jornais regionais, só esqueceu do principal, estar muito atento ao que a lei veda ao homem público.

E ai, neste aspecto, seus esforços acabaram, como diria o jargão popular, morrendo afogado na praia.

Depois de tanta luta, no sentido de se blindar acabou abatido por um torpedo que joga por terra as pretensões de seu grupo, manchado que forma pela pecha da improbidade.

Não foram julgados, contam a favor com a presunção da inocência, o que no Brasil, nos bastidores que ampliam e deturpam os fatos, não tem valor algum, o que significa que para alguns já estão julgados e condenados mesmo que não haja trânsito em julgado em última instância.

Não é desta maneira no mundo jurídico onde todos têm direito a ampla defesa e contraditório, mas não é desta maneira nas ruas, onde os ilícitos, os crimes mesmo que não cometidos figuram como, e a vontade pessoal de justiça, condena ou absolve como se magistrados fossem os cidadãos comuns, que apóiam ou contestam os donos do poder.

Geninho vem de um período de dificuldades que vai se ampliando, o seu braço direito, o que têm a chave do cofre, Cleber Cizoto, está sendo investigado por possível enriquecimento ilícito, seu GPZ o censor Paulo Marcondes abandona o barco após ter sido questionado, não se sabe se correta ou incorretamente por falta de pagamentos de aluguéis.

O guru, o líder do grupo, o que a distância se imagina comandava a prefeitura local com a ajuda do grupo de Votuporanga, deputado Rodrigo Garcia, está enrolado nas investigações do cartel do Metrô em São Paulo já que o STF vê elo de ligação do deputado com o cartel.

Em Olímpia, após marchas e contra marchas, idas e vindas a promotora de Justiça Valéria Andréa Ferreira de Lima, titular da 2.ª Promotoria da Comarca de Olímpia, está acusando o prefeito Eugênio José Zuliani e mais duas pessoas de prática de ato de improbidade administrativa. Ela também pede a cassação do mandato do prefeito.
Informação publicada no Diarioweb dá conta de que o prefeito teria fraudado licitação para execução de obra no sistema de captação, tratamento e distribuição de água do rio Cachoeirinha.
Além do prefeito, também são alvos da ação civil pública o ex-secretário de Administração Walter José Trindade; Mauro Celso Marcucci e as empresas MVX Construções, Scamatti & Seller Infraestrutura Ltda. e Bentontix Tecnologia e Comércio Ltda. De acordo com a investigação do MP, a empresa Scamatti & Seller venceu a licitação aberta pela Prefeitura Municipal, que foi contemplada com o repasse de verbas no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC 2). O valor repassado foi de R$ 6,4 milhões.

“A obra, com prazo de conclusão de 18 meses, foi iniciada em janeiro de 2013, mas em julho a empresa obteve a rescisão amigável do contrato, sob a justificativa de impossibilidade de execução da obra em virtude do bloqueio judicial de seus bens, decretado após investigações sobre a participação da empresa em fraudes em licitações na região de Rio Preto. Até a rescisão, nenhum pagamento foi feito”, consta em nota divulgada pelo MP.

Como bem pode se observar pela matéria repercutida nesta Folha da Região, Eugênio José e seu homem de confiança, Walter Trindade, ficaram sob suspeição, pode significar tanto, que possam estar comprometido ou não com o sistema que fraudou a licitação, porém, tudo indica, pelo andar da carruagem que os ventos começaram a soprar na direção contrária dos que arrotavam proximidades com poderosos e possibilidades de não ser punidos por conta destas relações estreitas.

Até onde se sabe, os tradicionais bois de piranha ficaram espertos e parecem não estar se sujeitando a ser jogados na água para ajudar a passagem da boiada, estão resistindo no barranco, e como boi manso que arromba cerca, a boiada está se dispersando temerosa, tudo indica que sobrará apenas o boi soberano e o cutelo da justiça.

Como diria um filósofo de província, quem viver e sobreviver verá.

 

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