12 de julho | 2020

A caminho do caos? Santa Casa registra três mortes numa semana e média de casos sobe para 7 por dia

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“O pior cego é aquele que não quer
ver, ouvir, nem acreditar. O pior
cego, é aquele se faz de surdo.
Aliás o pior cego não é cego,
é burro !”
Heloá Marques

 

A MENTE ESTÁ …

… apreensiva, mas o teclado teima em acionar as letras que formam a reflexão insofismável de que estamos chegando ao pico, ao platô da pan­de­mia, ao momento em que pode ser tudo ou o quase tudo moralmente suportável, mas jamais será o quase nada.

FOI UMA SEMANA …

… preocupante. Depois de quase quatro meses desde o primeiro decreto de quarentena e da verdadeira revolução que se instalou na vida de toda a população, os acontecimentos e o agravamento da epi­demia do novo corona­vírus acabam expondo a céu aberto as vísceras de uma sociedade desprezível em razão da formação moral, da falta de conhecimento, enfim, do con­ser­vadorismo latente de uma elite que sempre aceitou que os fins justificassem os meios e, para fugir da própria culpa, enxergou a miséria como sinônimo de vagabundagem das classes menos favorecidas.

FICOU ESCANCARADA …

… a existência de um grande contingente de membros das classes dominantes que acredita que a terra é plana, que a ciência não funciona e que o certo, a verdade absoluta, está na opinião formada com base apenas nas mentiras das “fake news”.

PIOR DE TUDO …

… foi a constatação do grande contingente de moradores de Olímpia que vive em situação de vulne­ra­bilidade. Se no Brasil a metade da população subsiste com menos da metade de um salário mínimo por mês, em Olímpia a maioria (grande parte invisível aos olhos do poder público) tem que sobreviver em média com míseros R$ 3 por dia.
 

É LASTIMÁVEL …

… ouvir de quem deveria se indignar com tamanha miséria a justificativa de que esse valor dá para tomar água e comer um pãozinho todo dia.

MAS, MAIS TRISTE …

… ainda é enxergar que esta miserabilidade também acaba se estendendo à própria formação dos seres que não conseguem desenvolver com qualidade mínima as habilidades que teriam direito como humanos, entre elas, a capacidade reflexiva, por falta de desenvolvimento da linguagem e de alimento cultural. E acabam apenas reagindo (sem refletir, por impulso) como meros animais que desenvolvem apenas o instinto.

ESTAS CON­SI­DE­RAÇÕES …

… são necessárias para tentar vislumbrar o que poderá acontecer nas próximas duas ou três semanas quando, já é consenso, deveremos entrar na tal da fase do pico da contaminação e do número de casos e quando deveremos sentir na pele se o que fizemos antes foi o suficiente para não ter que ver nossos parentes e amigos, ou a gente mesmo, caminhando para a morte sem ter direito a tratamento digno, principalmente pela falta de respiradores.

PASSAMOS OS, …

… dois primeiros meses da pandemia seguindo as regras preconizadas pela saúde, mesmo ao arrepio e ao mal exemplo de um presidente que mais parece um moleque querendo fazer estripulias para os colegas do que um chefe de uma nação imensa como o Brasil.

MAS QUANDO …

… chegamos ao início de junho a boiada estourou. Arrebentou a porteira e se espalhou por todos os cantos da cidade, sem máscara, sem se preocupar com o distanciamento social e achando que tudo não passava de uma gripezinha qualquer, já que ficou confinada no curral por dois meses a espera de algo que não veio.

AGORA, QUE …

… a epidemia começa a se materializar com mais intensidade, deve estar começando a bater o medo, o arrependimento de ter acreditado que o simples fato de estar com a vitamina D alta e o sistema imunológico reforçado serviria para evitar o mal maior e o sofrimento indesejável de não conseguir respirar, sem pensar que não existe teoria incontestável quando se trata deste vírus, que pode ter colocado em risco o companheiro (a), a mãe, o pai, o filho (a), além de si mesmo, pois todos estão propensos a contrair a doença e não existe verdade absoluta sobre quais serão as suas consequências.

MAS AGORA …

… só resta rezar, para quem acredita e torcer, ou vibrar energia positiva (quem não é crente) para que o estouro da boiada do fatídico inicio de junho não venha comprometer todo os esforço dos dois primeiros meses de quarentena e que possamos passar o tal do pico da epidemia sem que o caos se instale na cidade.

A DOENÇA É …

… sorrateira e assassina. Na quarta-feira, 8, na Santa Casa, morreu um morador de Olímpia, de 60 anos às 16h30. Poucas horas depois, às 20h59 veio a óbito outro homem, este com 66 anos, de Altair.

NO OUTRO DIA …

… quinta-feira, 9, foi a vez de uma mulher de 46 anos de Cajobi ser internada com suspeita de covid-19 no meio da tarde e falecer poucas horas depois, às 17h50.

MAS OS NÚMEROS …
 

… acabam materializando as expectativas dos estudiosos da matéria de que o pico se daria no mês de julho. De uma média de dois casos por dia em semanas anteriores, na semana passada registramos 37 casos em sete dias, ou seja, uma média de pouco mais de cinco casos por dia, mais do que o dobro de períodos anteriores.

ESTA SEMANA, …

… na quinta-feira, 09, já havia chegado a 43 casos em seis dias, portanto, com uma média diária de pouco mais de sete casos. Um aumento de 40% dos casos.

José Salamargo … Esperando e torcendo bastante para que o nosso platô ou pico da epidemia não seja tão elevado como está se vendo em outras regiões e que consigamos passar esta crise principalmente com o menor número de mortes possíveis e também, para que aqueles que são crentes e que abusaram das festas, do descumprimento das regras das autoridades de saúde, ou que negaram todo o tempo as possíveis consequências, não venham a pagar pelos seus atos e, principalmente, não tenham que carregar nas costas o trauma de tomarem consciência de que fizeram muitos inocentes pagarem por serem pecadores (e aí se enquadram até muitos que se dizem religiosos, mas promoveram aglomerações em templos e possíveis contaminações do vírus em nome de Jesus).

 

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