14 de outubro | 2023

Veterinária doa um de seus rins para salvar vida do próprio filho

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UMA HISTÓRIA DE VIDA!
Maira Mouron relembra a trajetória de luta e esperança de seu filho nascido com insuficiência renal. Do diagnóstico pré-natal ao transplante, a história de uma mãe que jamais desistiu.

 

Maira Mouron, médica veterinária, contou recentemente para o repórter Silvio Facetto a jornada vivenciada após seu filho, Miguel, nascer com insuficiência renal no final de novembro de 2017. Desde os primeiros indícios no pré-natal até o momento decisivo em que doou um de seus rins ao filho, em fevereiro de 2021, a história de Maíra é um testemunho inspirador sobre os laços inquebráveis entre mãe e filho e sobre o poder da esperança e da fé.

Maira recorda-se das primeiras indicações de que algo não estava bem com Miguel. Durante a gestação, os exames mostraram uma má formação nos rins do bebê. A situação tornou-se ainda mais intensa por um detalhe surpreendente: o especialista que deu a segunda opinião sobre o caso era ninguém menos que um parente da família, especialista renomado em gravidez de alto risco.

Por meses, Miguel e sua família enfrentaram desafios quase intransponíveis. O pequeno guerreiro foi diagnosticado com insuficiência renal crônica poucos dias após seu nascimento. Os tratamentos, que incluíram múltiplas internações, transfusões, hemodiálises e cirurgias, trouxeram um impacto avassalador à rotina familiar.

UMA LUTA DIÁRIA PELA VIDA

Maira descreve o cotidiano desse período contando que Miguel não conseguia comer, crescer ou se desenvolver como as outras crianças. A hemodiálise, necessária para purificar seu sangue, era um processo complicado e árduo, especialmente para uma criança tão pequena.

O sofrimento e a resiliência de Maíra são evidentes em suas palavras: “Com dois anos e meio, o Miguel teve uma infecção… E a hemodiálise na nossa região não tinha estrutura para um bebê. Aí tivemos que tomar uma decisão dolorosa”, lembra ela. A família optou por mudar-se para São Paulo, buscando um tratamento melhor para Miguel.

A LUZ NO FINAL DO TÚNEL

E entre as idas e vindas de hospitais e clínicas, surgiu a chama da esperança: a possibilidade de um transplante de rim.

Após dois anos na lista de espera por um rim, sem sucesso, um médico sugeriu a Maira a possibilidade dela mesma ser a doadora. O processo foi longo e complexo, mas a compatibilidade entre mãe e filho era de impressionantes 98%.

“Começou com os exames, primeiro para saber se era compatível. Aí somos compatíveis. Segundo passo é fazer um check-up total…”, relata Maíra. Mas a certeza dela sobre o sucesso da operação era inabalável. “Tinha certeza que ia dar certo, e que eu ia salvar o meu filho”, confessa.

UM RENASCIMENTO

E o milagre aconteceu. No terceiro dia pós-operatório, Miguel já estava em pé, comendo alimentos sólidos, algo inédito em sua curta vida. A sonda dele estava cheia de urina, indicando que o novo rim estava funcionando perfeitamente. E para Maíra, esse momento representa mais do que um simples procedimento médico bem-sucedido; é a materialização de sua fé e amor inabalável por seu filho.

UMA NOVA VISÃO DE MUNDO

Hoje, Miguel leva uma vida normal. Ele vai à escola, brinca e não possui restrições alimentares. A relação entre ele e sua mãe é de extrema cumplicidade e gratidão. Maíra compartilha uma transformação em sua percepção de mundo, valorizando cada pequeno momento e agradecendo diariamente pelas bênçãos da vida.

Ela finaliza com uma mensagem potente: “Para não perder a fé. Eu nunca perdi a fé… Creiam em Deus, tenham fé, porque a tua hora vai chegar. Seja doador de órgãos, salve vida, doe vidas. E é essa a minha mensagem.”

A vida, como bem mostra a jornada de Maíra e Miguel, é repleta de altos e baixos. Mas é também rica em transformações, especialmente quando permeada de amor e esperança. Em um mundo muitas vezes carente de compaixão, histórias como essa nos lembram do que realmente importa: a capacidade humana de amar, se sacrificar e perseverar.

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