21 de abril | 2024

Comércio enfrenta desafios com a presença de moradores de rua

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MUDANÇAS URBANAS?
Comerciante relata impacto do aumento de moradores de rua em Olímpia no setor. Proprietária descreve situações diárias de pedidos e conflitos com moradores em situação de rua próximo ao seu estabelecimento.

A empresária Mariane Chaves, proprietária de um comércio alimentício na Avenida Aurora Forte Neves, também foi entrevistada para discutir o problema que tem se tornado o grande número de moradores de rua em Olímpia e contou as dificuldades que vem enfrentando diariamente em seu estabelecimento.

Segundo Mariane, seu comércio, que foi inaugurado há alguns meses, está localizado em uma área central e atrai um número significativo de moradores de rua todos os dias.

“Não tem um dia que passe em que não entre um morador de rua aqui na loja para fazer pedido de comida ou de dinheiro”, relata a comerciante.

SEIS PEDINTES
EM HORÁRIOS DIFERENTES

Ela menciona que em alguns dias, chegam a vir seis pessoas em horários diferentes, inclusive em momentos inoportunos, como tarde da noite, causando sustos e situações desconfortáveis.

A situação aumentou recentemente quando um morador de rua se tornou agressivo após ter um pedido negado pela funcionária do estabelecimento.

“Ele ficou eufórico, xingou ela, ameaçou ela e os clientes que estavam na loja”, conta Mariane. O indivíduo chegou a danificar o mobiliário, chutando cadeiras e causando danos físicos ao ambiente.

É UM DESAFIO
POIS AFETA O TURISMO

Esses episódios não são apenas isolados. Mariane descreve o comportamento geral dos moradores de rua como um desafio constante, que afeta não apenas a operação de seu negócio, mas também a experiência dos clientes, muitos dos quais são turistas procurando lazer e descanso na cidade.

Ela expressa compaixão pelas circunstâncias difíceis dessas pessoas, mas também destaca a inviabilidade de atender a todas as solicitações sem comprometer a saúde financeira de seu negócio.

Além dos pedidos frequentes de comida e dinheiro, a presença física e o acúmulo de pertences pessoais dos moradores de rua têm criado problemas adicionais na região.

TENTOU OFERECER
TRABALHO PARA UM DELES

Um vizinho de Mariane teve que interromper uma reforma em seu imóvel porque o local se transformou em um abrigo improvisado para vários moradores de rua.

“Eles ficam ali e eu até conversei com alguns deles, pedi para que não deixassem comida abandonada, porque atrai roedores e outros animais, além de deixar um cheiro desagradável”, explica.

Mariane também tentou oferecer trabalho a um dos moradores, na esperança de ajudar de uma forma mais sustentável. “Eu disse: ‘vem aqui no sábado às quatro horas da tarde, vou te dar um uniforme, nós vamos sair panfletar, eu e você, e eu te pago’”, relata.

QUESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
E PROGRAMAS SOCIAIS

No entanto, a oferta foi ignorada, o que reforça a percepção de que muitos não estão procurando emprego ativamente.

O aumento percebido no número de moradores de rua em Olímpia também levanta questões sobre as políticas públicas e os programas sociais da cidade.

Mariane menciona que a prefeitura oferece várias refeições diárias para os moradores de rua, uma política que ela acredita que pode estar inadvertidamente incentivando a permanência deles nas ruas ao invés de motivá-los a buscar uma reintegração mais efetiva na sociedade.

CHEGOU A REGISTRAR
BOLETIM DE OCORRÊNCIA

Em resposta aos episódios de ameaça e agressividade, Mariane chegou a registrar um boletim de ocorrência. Ela descreve uma situação particularmente tensa onde teve que chamar a guarda municipal para intervir. O morador de rua envolvido foi identificado e possui um histórico de comportamentos semelhantes.

Esses desafios diários têm forçado Mariane e outros comerciantes locais a repensarem suas horas de operação e medidas de segurança. A situação tornou-se tão grave que, em algumas ocasiões, Mariane optou por fechar o comércio mais cedo devido à presença intimidadora de moradores de rua.

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