22 de maio | 2011

Usuários estariam pagando R$ 220 por atendimento

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De acordo com a representação protocolada pelo artista plástico Willian Antônio Zanolli, familiares de pessoas com problemas mais sérios de saúde estariam pagando R$ 220, sendo R$ 200 para o médico atender como plantonista de distância e R$ 20 para o hospital, para que consigam o atendimento adequado e até a internação, uma vez que, segundo consta, os plantonistas de portaria, aqueles que atendem no pronto socorro, não estariam autorizados a determinar que um paciente seja internado.


“Quanto ao plantão de especialidades, quando a família percebe que o caso é grave acaba se cotizando e pagando para que seja realizado o atendimento e uma possível internação. O valor é de R$ 220,00. R$ 200,00 para o médico e R$ 20,00 para o hospital”, diz um trecho da representação.


No entanto, ressalta Zanolli que Olímpia é uma cidade onde quase 80% de sua população vivem para a mera subsistência e não têm condições de arcar com médicos e remédios quando ficam doentes.


O hospital, também segundo ele, que passa por dificuldades financeiras escancaradamente, “não está conseguindo pagar o plantão de médicos de especialidades à distância, pertencentes ao corpo clínico e necessários para que sejam feitas as internações, e estes não vêm cumprindo o seu dever com regularidade, ficando o paciente de urgência e emergência com sua vida nas mãos de médicos plantonistas generalistas (que não pertencem ao corpo clínico do hospital e, portanto, não podem internar) contratados por empresa terceirizada, sem experiência e realizando diagnósticos que podem estar levando muitos à morte”.


SEM SOLUÇÃO


Ocorre, o que também está citado na representação, que o promotor Gilberto Ramos de Oliveira Junior, em 23 de fevereiro de 2010, alegando que a situação do hospital, após investigação que realizou, poderia colocar em risco a vida de membros da população, recomendou e o prefeito decretou a intervenção na entidade benemerente local.


“Ocorre que, se naquela época o estado do hospital já era considerado de calamidade pelo representante do Ministério Público, hoje, após intervenção ineficiente e tomada da direção por parte de partidários do atual governo, se mostra muitas vezes pior, sem que nenhuma recomendação ou atitude seja tomada, pelo menos ao que se sabe, para modificar uma situação que já pode ter causado a morte de pelo menos três cidadãos”, avisa um dos trechos.

De acordo com a representação, “à época, na verdade, existia era o interesse não disfarçado do atual prefeito de assumir a direção do hospital, que estava sendo administrado por pessoas que não comungavam com sua prática política, mas que vinham resgatando a sua saúde financeira e funcional, eis que administrado com muito mais competência e responsabilidade”.

Além da possível animosidade com a antiga provedora, a advogada Helena de S. Pereira, por parte do prefeito Eugênio José Zulliani, Geninho, uma vez que Helena havia conseguido realizar um trabalho de recuperação da entidade.


Diz ainda a representação que Helena “já havia até construído, com doações da população, o espaço para funcionar um hospital do olho (o que poderia colocá-la como virtual candidata a prefeita da cidade) é praxe, pela história do município, que o chefe do poder executivo coloque sempre seus “apaniguados” para comandarem o único hospital da cidade, que acaba, quase sempre, sendo transformado em cabide de empregos, com administração amadora e provocando uma situação constante de semifalência”.


“Porém, a intervenção ocorreu, terminou, o prefeito conseguiu “eleger” uma diretoria composta por membros de seu grupo político e, no entanto, nada aconteceu. Ao contrário, houve aquilo que se esperava de uma administração populista e politiqueira. O hospital voltou a ficar em situação difícil financeiramente e o que é muito pior, com um provedor que mostra ser destemperado, começou a prestar serviços não condizentes com os padrões mínimos da saúde pública, suspeitando-se de que três pacientes já tenham perdido a vida em razão de tal situação”, acrescenta outro parágrafo do documento.

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