21 de julho | 2008

Secretaria mantém UBS desativada há 3 meses

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Prometendo uma reforma do prédio que recentemente havia passado por algumas alterações, a Secretaria Municipal de Saúde está mantendo a Unidade Básica de Saúde (UBS) Dr. Humberto Mendes de Carvalho, que fica na esquina das avenidas Waldemar Lopes Ferraz e Aurora Forti Neves, há pelo menos três meses desativada.

Embora não conceda entrevistas para a reportagem desta Folha há pelo menos sete anos, nem mesmo através de ofícios protocolados na secretaria, sempre que perguntado por alguma das emissoras de rádio da cidade o secretário Giovanni Baptista da Silva Júlio promete reativá-la em curto espaço de tempo.

Não foi diferente na terça-feira desta semana, dia 15, quando participava de um dos programas informativos da Rádio Menina AM e foi perguntado pelo locutor se teria alguma novidade sobre a volta do atendimento no local. De acordo com Júlio só estaria faltando fazer a licitação para dar início à obra.

"A Unidade Básica de Saúde Dr. Humberto Mendes de Carvalho teve todo o processo de orçamento terminado e agora vamos entrar em fase de licitação e acredito que no mais tardar em setembro nós já conseguiremos colocar todo o atendimento que antes era prestado lá naquela unidade, voltando com as instalações já adequadas e mais confortáveis, não só para os pacientes que procuram aquela unidade, mas também para os funcionários que lá trabalham", respondeu.

No entanto, ainda persiste um pouco de incerteza no que avalia o secretário: "Acredito que uma boa parte dessa etapa de cotação orçamentária e agora entrando na fase de licitação, que essa parte será cumprida com a mesma regularidade que tem sido as outras ocasiões que tem necessidade de se fazer essa modalidade de compra".

Alias, problemas com as Unidades Básicas de Saúde é o que não faltam e pode ser constado diariamente pela população da cidade, quando necessita de uma. Normalmente o péssimo atendimento acaba levando a pessoa até ao pronto socorro da Santa Casa de Olímpia, que, em razão disso, vive superlotado preocupando os plantonistas.

E essa situação quem vem sendo denunciada, principalmente por esta Folha há anos, acaba de ser constatada na síntese do relatório do Departamento Nacional de Auditorias do SUS (Denasus), concluído nesta semana.

"Constatamos ociosidade nas UBSs: consultórios médico e dentários vazios em determinados horários, porque as consultas estão limitadas a profissionais disponíveis. O acesso à assistência médica nas unidades básicas é limitado por carga horária/profissional disponível. Os pacientes da clínica médica e da ginecologia têm de concorrer a uma das 14 consultas/médico, tendo de enfrentar filas de madrugada (5h).

Por isso, os auditores recomendam que se faça a adequação ao planejamento e a programação anual, para melhorar o acesso aos procedimentos médicos, de enfermagem e aos serviços de apoio diagnóstico e terapêutico.

Secretário

Ao responder a respeito, durante uma entrevista que concedeu ontem à Rádio Difusora, o secretário municipal disse, em sua resposta sobre a demanda reprimida do SUS (Sistema Único de Saúde):

"Infelizmente, a gente sabe que o SUS tem demanda reprimida. É até engraçado, o SUS tem demanda reprimida só em Olímpia? A gente também já tem tomado as providências necessárias e já conseguimos diminuir um pouco, principalmente em relação aos exames complementares, mas a demanda reprimida para consultas, aqui em Olímpia, pelo menos nós não conseguimos. Vamos ver se alguém consegue por esse Brasil afora e dê a fórmula não só para a gente, mas também para os auditores", afirmou.

Júlio falou também do que é preciso fazer: "Ah, seu eu soubesse já teria feito, viu. Mas é assim mesmo, a gente está trabalhando para tentar diminuir. Várias ações, contratação de médico, melhorando a atenção básica com o fornecimento de alimentação para crianças, leite de suplementação alimentar, as vacinas, os medicamentos, evitar que a pessoa tenha retornos desnecessários. Várias ações.

Implementar outros profissionais de saúde na rede pública, no caso, nutricionistas, psicólogos para apoio, tudo isso tem sido feito. Realmente, o SUS, por ser um plano de saúde muito abrangente, realmente tem esta dificuldade.

Mas acredito que do ponto de vista de trabalho, a gente tem trabalhado diuturnamente no sentido de minimizar essas dificuldades. O Brasil inteiro a gente vê que tem dificuldade, falta consulta, falta exame, falta leito hospitalar e aqui em Olímpia, apesar de ser semelhante, é uma situação menos catastrófica".

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