15 de outubro | 2017

Saúde registrou 44 casos de sífilis em nove meses de 2017

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Não dá para acreditar, mas dados divulgados pe­la divisão de Vigilância E­pidemiológica, da Secretaria Municipal de Saúde, indicam que, atualmente, o município de Olímpia, registrou, somente de janeiro a setembro, deste ano, 44 casos de sífilis. Deste total, são 30 em adultos, sendo nove em gestantes e cinco congênitas (paciente grávida que contrai a doença ou engravida durante o tratamento e transmite ao feto se não tratada).

Por isso, a secretaria realizará no período de 21 a 27 de outubro a Campanha de Combate à Sífilis. A ação será desenvolvida pelo Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) em parceria com a Atenção Básica e visa, por meio da oferta de testes rápidos, fazer o diagnóstico da doença e impedir a cadeia de transmissão, além de conscientizar a população sobre os riscos prevenção da doença. Para a campanha, os agentes comunitários de saúde e toda equipe das Unidades Básicas receberão treinamentos e participarão de palestras ministradas pela equipe do CTA.

Durante a semana da campanha, as UBS, com exceção do Centro de Referência do Idoso, realizarão testes rápidos para diagnóstico da doença, tratamento e acompanhamento do paciente, assim como de seu parceiro sexual. É importante ressaltar que a sífilis tem cura e o tratamento é feito com antibiótico, disponível em todas as unidades de saúde.

De acordo com a chefe de setor da Vigilância Epidemiológica, Juliana Bressane, os dados de 2017 são alarmantes, já que, semanalmente, a Saúde recebe, em média, notificação de 3 a 5 casos positivos da doença por meio do teste rápido no município. Acrescenta ainda que a doença, na maioria das vezes, não apresenta nenhum sintoma, o que dificulta a procura dos pacientes para fazer o diagnóstico.

“Precisamos orientar e conscientizar a população sobre a prevenção, pois mesmo a sífilis sendo uma doença curável, os pacientes podem se reinfectar se o parceiro sexual não fizer o tratamento também, sendo assim, a melhor forma de prevenção é o uso de camisinha nas relações sexuais, principal forma de transmissão da doença, explica Juliana.

Em relação às gestantes, são realizados, durante o pré-natal, dois exames para diagnóstico de sífilis, protocolo utilizado em todas as unidades de saúde para prevenção da sífilis congênita, no qual a gestante in­fectada recebe o tratamento junto com seu par­ceiro para que a doença não seja transmitida para o feto.

SÍFILIS CONGÊNITA

A Sífilis congênita pode trazer sérios riscos ao be­bê, como má formação, cegueira, trazendo seque­las irreversíveis e até a mor­te do feto.

A Sífilis é uma Doença Sexualmente Transmis­sí­vel causada pela bactéria Treponema pallidum. Após a infecção inicial, a bactéria pode permanecer no corpo da pessoa por décadas para só depois manifestar-se. A doença é transmitida via contato sexual. De acordo com o Ministério da Saúde, a Sífilis pode ser primária, secundária, latente e congênita.

Na fase primária a doença manifesta-se três semanas após o contágio, formando feridas indolores no local da infecção. As feridas desaparecem em cerca de quatro a seis semanas depois, mesmo sem tratamento. A bactéria torna-se inativa no organismo nesse estágio. A fase secundária ocorre cerca de duas a oito semanas após as primeiras feridas se formarem. O paciente pode apresentar dores musculares, febre, dor de garganta, dificuldade para deglutir, vermelhidão na pele, presença de íngua nas axilas e pelo aumento do fígado e do baço. Já a fase terciária provoca o comprometimento do sistema nervoso central, do sistema cardi­ovascular com inflamação da aorta, lesões na pele e nos ossos.

BALANÇO DOS CASOS

Os dados da Saúde a­pon­tam que no ano de 2010 o município registrou cinco casos da doença, sendo dois com Sífilis Congênita, dois com Sífilis em Gestante e um caso de Sífilis em adulto.

Em 2011, os casos subiram para 10, sendo seis em adulto, três em gestante e um de sífilis congênita. Em 2012, os números reduziram para oito, sendo um caso de sífilis congênita, três em gestantes e quatro em adultos.

No ano de 2013, a cidade registrou um significativo aumento de casos, saltando para 23, sendo 19 em adultos e quatro casos de sífilis em gestantes. O aumento seguiu no ano de 2014, quando foram regis­trados 53 casos, dos quais 39 foram em adultos, 12 em gestantes e dois congênitos.

Já em 2015, houve um pequeno recuo no número de pacientes infectados, totalizando 50, sendo 38 em adultos, nove em gestantes e três congênitas. No ano passado (2016) o índice atingiu o maior número, contabilizando 55 casos. Dentre os números 36 foram em adultos, 10 em gestantes e nove congênitas.

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