27 de abril | 2014

Santander fecha agência que funcionava em um dos prédios mais tradicionais de Olímpia

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A partir da próxima segunda-feira, dia 28, todos os clientes do Banco Santander, antigo Banco Real, que funcionava no cruzamento da Rua David de Oliveira com a Rua são João, na esquina da Praça da Matriz de São João Batista, passarão a ser atendidos no prédio da esquina da Rua 9 de Julho com a Rua Coronel Francisco Nogueira, onde antigamente funcionava o Banespa, também adquirido pelo Santander.

Enquanto os funcionários do setor de atendimento serão realocados, o processo de unificação adotado pelo banco espanhol desempregará vigilante e copeira. Já a gerente geral será transferida para outra cidade.

“Num primeiro momento foram as dispensas do vigilante e da copeira, mas há preocupação com outras demissões”, afirma o vice-presidente regional do Sindicado dos Bancários de São José do Rio Preto, Hilário Juliano Ruiz de Oliveira, responsável pela sub sede de Olímpia.

No entanto, Ruiz de Oliveira destaca que por causa da unificação das agências haverá deterioração nos serviços de atendimento. “O serviço teria que ser ampliado e não reduzido”, comentou fazendo menção ao acúmulo de clientes que já é verificado normalmente na agência que unificará a desa­tivada.

De acordo com Ruiz, todas as contas do antigo Banco Real passarão a ser atendidas no Santander da Rua 9 de Julho. “Na verdade o banco vai operar com os dois sistemas, ou seja, Santander e Real no mesmo local. Nada muda a não ser o endereço. O número da conta permanece o mesmo”, explica.

Porém, em relação a uma eventual redução de custos, Hilário Ruiz deixa a entender que a medida seria desnecessária. “O banco faz uma centralização de serviços visando economia, redução de custos, embora seja uma agência superavitária”, acrescenta.

Já em relação ao edifício, Hi­lá­rio Ruiz diz que faz parte do imobiliário do banco. Quer dizer, na compra da patente do Banco Real, o Santander comprou também o local onde funcionava a agência.

Prédio da Praça da Matriz teve tombamento histórico decretado

Em março de 2011, o Conselho Municipal de Defesa do Pa­tri­mônio Histórico, Artístico, Cultural e Turístico (Com­dephact), autorizou ao prefeito Eugênio José Zuliani que procedesse o tombamento histórico do prédio do extinto Banco do Comércio e Indústria de São Paulo (Comind), localizado na Praça Rui Barbosa, número 201, esquina das ruas David de Oliveira e São João.
Atualmente, o prédio que já abrigou uma agência do Banco Real, isso se considerando tempos mais recentes da história da cidade, vem abrigando uma das agências do Santander da cidade, mas que será fechada a partir da próxima segunda-feira.

O primeiro decreto de tombamento foi assinado pelo prefeito, ao lado do presidente do Com­dephact e secretário municipal de Cultura, Esportes, Turismo e Lazer, Humberto José Puttini e dos membros do conselho, Ivair Augusto Ribeiro, João Paulo Po­li­sello e Andresa Maieiros Rodri­gues.

Compete ao Comdephact a identificação, preservação, proteção e conservação do patrimônio cultural da cidade. O primeiro imóvel tombado reveste-se de importância histórica por tratar-se de um prédio datado de 1923, época de franca expansão econômica da cafeicultura no município de Olímpia.

BANCO DO COMÉRCIO E INDUSTRIA

O prédio abrigou o extinto Banco do Comércio e Indústria de São Paulo, cuja sede situava-se na capital do Estado, por sua impo­nência arquitetônica e sua localização privilegiada, o prédio simbolizava uma era de opulência e desenvolvimento de Olímpia.

Tanto que, em 1924, o município passaria a ser classificado como o quarto do Estado em movimentação bancária. O tombamento remete a um tempo em que pessoas de várias partes do Brasil e do mundo acreditavam que em Olímpia encontrariam seu futuro, embalados pelo café.

O tombamento implicaria que a Prefeitura reformasse o imóvel e, até a isenção de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), custos cobertos pela instituição financeira que ocupa a edificação.

O decreto é averbado juntamente com a matrícula do imóvel no Cartório de Registro, evitando-se, assim, que um futuro comprador não saiba do valor histórico do prédio e mude toda a sua característica.

Na avaliação do Comdephact, segundo laudo assinado pela comissão, o prédio apresenta grande valor arquitetônico para a história do município, caracterizado pelo seu estilo arquitetônico típico do início do século XX, com características neoclássicas, com denominação mais comum – Estilo Eclético – da virada do século XX.

“A fachada e os afastamentos laterais deverão ser mantidos na forma estrutural atual, observada a conservação perfeita das cornijas e todos os detalhes e coroamento da edificação, local de maior desgaste”, acrescenta o laudo.

O prédio possui afastamentos laterais tanto na rua David Oliveira, quanto na Rua São João. “Este afastamento valoriza o entorno da edificação, motivo pelo qual não deverá ser modificado ou ocupado por qualquer elemento construtivo”, assinala o laudo do Comdephact.

“As placas que identificam o estabelecimento comercial deverão ser discretas, condizentes com o estilo; não interferindo ou escondendo os elementos arquitetônicos e fachada”, recomenda a Comissão.

E ressalva: “No quintal lateral haverá necessidade de alteração na cobertura da garagem, pois o material – fibrocimento – não é condizente com o valor artístico do prédio em questão. O passeio frontal ao edifício, de esquina, deverá se adequar ao estilo da fachada, o que sugerimos a substituição por ladrilhos hidráulicos”.

“A partir de agora, nada poderá ser feito externamente nele (prédio) sem que haja uma participação do Comdephact”, ressalta Puttini.

Plano diretor prevê tombamentos em 16 quadras da área central da cidade

A Revisão do Plano Diretor e Lei de Uso e Ocupação do Solo no município de Olímpia, aprovada pela Câmara Municipal no dia 15 de dezembro de 2011, prevê o tombamento histórico em uma área composta por 16 quadras do centro da cidade, que se localizam na denominada Área de Especial Interesse Histórico (AEIH). Nessa área as edificações terão como diretriz a recuperação, restauro e manutenção das fachadas das mesmas.

Trata-se do Projeto de Lei Complementar numero 134/2011, de autoria do prefeito Eugênio José Zuliani, revogando a Lei Complementar número 08 de 03 de março de 2000, e a Lei Complementar número 3.310 de 19 de fevereiro de 2008.

Com alguns braços de extensão, a rigor a maior parte dessas quadras se localiza num quadrilátero composto pelas Ruas Dr. Antônio Olímpia, Bernardino de Campo, Américo Brasileira e Avenida Mário Vieira Marcondes.

Os braços de extensão estão localizados no lado do centro antigo da cidade, o chamado Centro II. Nesse caso, para entender, considera-se como ponto de partida a equina da Mário Vieira com a Rua 9 de Julho em direção à Rua Silva Jardim, convergindo para a esquerda até a Alameda C. Guerreiro (segundo consta no mapa) toda a extensão da Avenida dos Olimpienses no trecho entre Deputado Waldemar Lopes Ferraz e Rua David de Oliveira. Outro braço de extensão vai da Américo Brasiliense pela Rua Washington Luiz até a Waldemar Lopes Ferras e desce até a Rua Coronel José Medeiros, voltando então à Américo Brasiliense.

“Constituindo-se pelo conjunto urbano com interesse de tratamento especial e pelas edificações isoladas que sejam tombadas ou consideradas de interesse histórico, por serem ponto de referência da paisagem enquanto testemunha da história local, incluindo a igreja de Nossa Senhora Aparecida, assim como a antiga estação ferroviária, que permanecem em destaque no conjunto urbano, sendo que nesta área  as edificações não poderão exceder o gabarito de dois pavimentos, e terão como diretriz a recuperação, restauro e manutenção de suas fachadas”, diz a legenda do mapa anexado à lei aprovada.

O Plano Diretor é o instrumento que define as diretrizes de desenvolvimento da cidade para os próximos anos. O principal objetivo dessa legislação é a melhoria da qualidade de vida, com desenvolvimento econômico e inclusão social. O documento foi aprovado em segunda discussão e redação final.

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