08 de fevereiro | 2009

Preso doente ficou 40 dias sem banho de sol

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De acordo com o presidente da subsecção local da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), advogado Gilson Eduardo Delgado, um dos presos da cadeia pública de Severínia, que está doente, estava há mais de 40 dias, sem poder tomar banho de sol. Este é apenas um dos problemas mais sérios que deixa o local em condições desumanas para os detentos.

"Tem gente com problemas mentais. Tem um sujeito, que segundo os carcereiros, não toma banho de sol. Ele realmente tem problema mental e está desde o dia 22 de dezembro numa celinha separada, de 2 metros por 1,5 sem ventilação e sem poder tomar banho de sol. Ou seja, desde o dia 22 de dezembro ele não vê a luz do sol", lamenta.

Para o banho de sol os presos têm um espaço bem restrito, que fica entre as celas. Além disso, o advogado reclama que a cadeia está úmida por causa de infiltrações e sem espaços, obrigando aos presos o revezamento para dormir.

Tem preso que está no chamado seguro que, segundo Delgado, são presos provisórios que estão respondendo processos por crimes sexuais. "Tem dois no seguro, que estão dormindo com comida armazenada próximo ao vaso sanitário. Não têm chuveiro e estão tomando banho de caneca", asseverou. Essa cela separada não está dotada de chuveiro. "Então, a situação realmente é grave", reforçou.

Segundo o presidente da OAB, a situação piorou de um ano e meio para cá, quando fizeram uma vistoria no local, a pedido da câmara municipal da cidade, que havia votado e aprovado um pedido para intervenção da instituição.

"Na ocasião viemos aqui e o delegado chegou a criar um pouco de embaraço para que a gente pudesse fazer alguma coisa, mas ele acabou colaborando e fez os relatórios. O que aconteceu? Quando narramos a situação e o pedido foi encaminhado para a Secretaria de Segurança Pública, pediram informações para o delegado e ele maquiou, porque certamente sofre pressão da Seccional (Delegacia)", afirmou.

Segundo ele, o delegado envia um relatório falando que não há a superlotação de presos porque se trata de uma cadeia de rodízio e não definitiva. "Só que isso não é a realidade. A cadeia nunca tem a capacidade dela suficiente. Na primeira ocasião a justiça de Olímpia determinou que se acomodasse no máximo 20 detentos", afirmou.

Mais uma vez, informa Delgado, a questão será encaminhada para a Comissão de Direitos Humanos da OAB, em São Paulo. De lá será novamente encaminhada uma representação para a Secretaria de Segurança Pública.

"Uma representação narrando tudo o que está acontecendo e pedindo providência e até a interdição se for a medida cabível. Se não tiver outra situação, que se interdite a cadeia", cita, reforçando a interdição é sugerida no documento a ser encaminhado à Secretaria. Embora a cadeia tenha presos de várias localidades, a maioria é da região de Olímpia.

 

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