29 de abril | 2012

Prefeito criou 20 cargos em comissão durante seu governo

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Embora tivesse anunciado que trabalharia com um número bem menor de cargos comissionados, o prefeito Eugênio José Zuliani já criou 20 novos cargos em comissão desde que assumiu a Prefeitura Municipal de Olímpia. Atualmente, ele tem 80 cargos comissionados, ou seja, aproximadamente 33% a mais do que o que foi deixado por seu antecessor, o ex-prefeito Luiz Fernando Carneiro.

Pelo menos é isso que se entende de uma pesquisa realizada por esta Folha, no site oficial da Prefeitura Municipal de Olímpia, verificando as várias Leis Complementares (LC) criadas a partir de 2008, quando constavam 60 cargos em comissão.

Durante o período em que o atual prefeito está à frente da administração, o prefeito criou 23 novos cargos para atender suas necessidades administrativas. Porém, por outro lado, ele extinguiu apenas três dos que havia quando assumiu em janeiro de 2009.

A primeira criação de cargo comissionado ocorreu pouco mais de 30 dias depois de sua posse, através da LC número 60, de 6 de fevereiro de 2009, quando foi criado um cargo de diretor da Casa Abrigo. Aproximadamente seis meses depois, através da LC 65, de 5 de agosto do mesmo ano, criou um cargo de assessor técnico financeiro.

Mas ainda no mesmo ano, através da LC 69, de 15 de outubro, outros três cargos comissionados foram criados: zelador do recinto do folclore, atualmente diretor do recinto; coordenador de convênios; e secretário executivo de gabinete.

Mas ainda no mesmo ano, através da LC 77, de 25 de novembro de 2009, em função da instalação de duas secretarias municipais, criou dois cargos de secretário municipal e quatro de assessor de secretaria.

Passados alguns meses, ou melhor, quase dois anos, surgiram os 12 cargos responsáveis pela atual polêmica, envolvendo inclusive o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ), em razão da extinção dos mesmos e junto a criação de outros 12.

Na oportunidade, através da LC 94, de 5 de abril de 2011, foram criados os seguintes cargos: 1 gestor do Banco do Povo; 1 assessor do Banco do Povo; 1 Assessor de Governo; 1 Gestor de Incubadora de Empresas; 1 Gestor da Imprensa Oficial do Município; 4 Assessor de Imprensa; 2 Assistente Divisional; 1 Gestor de Ouvidoria.

RESULTADO CONFLITANTE
Ocorre que a visualização do quadro atual conflita e bastante com o que o próprio prefeito afirmara, pelo menos aparentando firmeza, no início de novembro de 2008, quando faltavam aproximadamente dois meses para tomar posse.

Na ocasião, Zuliani falava de quais seriam seus primeiros passos, em nota publicada na imprensa regional, mais precisamente ao Diário da Região, de São José do Rio Preto.

À época, ao falar sobre a montagem do seu secretariado, Zuliani disse: “A maior preocupação é saber montar um time técnico. Colocar cada macaco no seu galho. Há dois caminhos: fazer uma administração voltada aos amigos ou fazer uma administração totalmente técnica”.

Perguntado então, sobre qual caminho escolheria, afirmou: “O segundo, não tenha dúvida. Temos cerca de 70 cargos em comissão. Vamos nomear no máximo 35 e só pensar no resto a partir de abril. Conforme as dívidas que herdaremos, não vou nomear mais ninguém. Principalmente se constatar que esses 35 dão conta do recado”.

Dias antes, em 31 de outubro, o prefeito tinha declarado que pretendia ter um secretariado composto por técnicos nos assuntos para os quais fossem nomeados, do que apenas nomear um companheiro de campanha, ou seja, atender a um ‘acordo político’: “Temos que fazer um governo totalmente técnico. “Existe cabo eleitoral que trabalha para votos e existe o técnico que é gestor e política só se faz através de gestão. Então, tenho certeza que, infelizmente, não contemplaremos muita gente”.

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