12 de junho | 2012

Policial Militar de Guaraci que trabalhava em Olímpia morreu vítima de gripe suína

Compartilhe:

Da redação e Diário da Região
A policial Militar temporária, Luana Barbosa Reis, de 21 anos de idade, que atuava na 2.ª Cia do 33.º BPM/I, de Olímpia, foi a nona vítima fatal da gripe Influenza A H1N1, que ficou conhecida como gripe suína. Ela faleceu na manhã do sábado da semana passada, dia 09 de junho, no Hospital Beneficência Portuguesa de São José do Rio Preto onde permaneceu internada durante 35 dias devido a uma infecção pulmonar.

Mas assim como Luana, que morreu com insuficiência respiratória, outras seis pessoas que morreram com a doença não faziam parte do grupo considerado de risco pelo Ministério da Saúde (a vacina só é distribuída para quem tem de seis meses a dois anos, maiores de 65 anos, gestantes, profissionais da área da saúde e indígenas).

De acordo com o que foi publicado na edição desta terça-feira, dia 12, do jornal Diário da Região, de Rio Preto, a gripe suína  como causa da morte de Luana foi confirmada pela diretora clínica da Beneficência, Valéria Braile.

Também segundo o jornal, a mãe de Luana, Maria Barbosa Reis, disse que a filha procurou uma otorrinolaringologista particular em Rio Preto no dia 4 de maio, pois estava com febre e sintomas de sinusite (dor de cabeça e nariz entupido). No dia seguinte a jovem foi internada no hospital, onde resistiu por 35 dias.

“Nós como mães nunca imaginamos o pior, sempre acreditamos que vai dar tudo certo, mas infelizmente ela não reagiu ao tratamento. Não culpo ninguém pela morte dela”, diz a mãe, que ainda assim acha que a filha deveria ter procurado o médico muito antes.

O policial militar Milton Vieira Filho, de Olímpia, onde Luana trabalhava há quase dois anos, conta que a jovem tinha um trabalho exemplar e sonhava em seguir carreira. “Foi uma pena saber da morte dela, não imaginamos que isso pudesse acontecer”, afirma.

VACINAÇÃO
O infectologista do hospital Emílio Ribas, de São Paulo, Jean Gornchteyn, afirma que o ideal seria que todas as pessoas acima de seis meses de idade fossem vacinadas, mas como isso não é possível, o Ministério da Saúde prioriza alguns grupos mais suscetíveis a ter complicações. O mais importante em casos de suspeita é procurar rapidamente o atendimento médico.

“Febre, dor de cabeça, dor no corpo, cansaço e dificuldade para respirar são os sintomas mais comuns. Se a pessoa sentir mais que um desses sintomas ao mesmo tempo, precisa procurar um médico. E cabe ao profissional realizar pelo menos dois importantes exames, o físico e o raio-x do tórax para que possa assim, prosseguir com o tratamento. Em caso de suspeita de H1N1 o Tamiflu é o medicamento indicado”, explica o médico.

Em Rio Preto a vacinação para as pessoas que fazem parte do grupo de risco continua até quinta-feira, Do início da campanha até quarta-feira, dia 6, foram imunizadas 56.884 pessoas na cidade, o que corresponde a uma cobertura de 76%. A categoria das gestantes é a que apresenta a menor cobertura com 2.639 mulheres vacinadas (67%), seguida dos idosos com 38.575 imunizados (68%).

Lá, para tomar a dose basta procurar uma Unidade Básica de Saúde portando a carteira de vacinação. Para as pessoas que estão fora do grupo a opção são as clínicas particulares, onde a dose custa entre R$ 40 e R$ 50.

No Estado, até o dia 1º de junho, haviam sido vacinados 4,57 milhões de paulistas, dos quais 3,2 milhões de idosos, 270,4 mil gestantes e 657,3 mil crianças entre seis meses e menores de dois anos. O número representa cobertura de 67%.

 66% DAS MORTES FORA DO GRUPO DE RISCO
Também de acordo com a informação do Diário da Região, aproximadamente 66% das mortes provocadas pela gripe suína ocorreram em pessoas que estavam fora do chamado grupo de risco. Assim como a jovem Luana, outros seis pacientes, dos nove que morreram com a doença na região, não estavam no grupo classificado como de risco pelo Ministério da Saúde.

Só nesse grupo a vacina é distribuída gratuitamente em postos de saúde. Dentre as vítimas fatais, apenas a grávida Daiane Possani Romão, a filha que ela esperava Isadora Possani, ambas de Novo Horizonte, e a mulher que não foi identificada pela Prefeitura de Catanduva, portadora de doença crônica, estavam no grupo.

Do grupo de riscos fazem parte os bebês com mais de seis meses e até dois anos, maiores de 65 anos, indígenas e trabalhadores da saúde. Os demais, se quiserem ter segurança contra a gripe suína, têm de procurar clínicas particulares para conseguirem a vacina.

NÚMEROS DA GRIPE
Em Rio Preto a secretaria de saúde confirmou na segunda-feira desta semana, dia 11, ontem mais um caso da Influenza A. De acordo com a pasta, trata-se de uma mulher de 36 anos que está internada no Hospital de Base em bom estado geral de saúde. A paciente, segundo a nota faz parte do grupo de risco, pois tinha doença preexistente.

Com esse, sobem para 19 os casos de gripe A na cidade. Desses, duas pessoas morreram com a doença. Em todo o Estado de São Paulo são 31 casos confirmados até o último dia 30 de maio. Desses, seis pessoas morreram.

DEMORA NO ATENDIMENTO
Por outro lado, uma sindicância aberta pela secretaria de saúde de Rio Preto investiga se houve falha no atendimento do soldador Danilo Romero de Oliveira, 22 anos, que morreu no dia sete de maio depois de passar por três unidades de saúde da cidade até ser internado no Hospital de Base e morrer dois dias depois.

“Só um exame pode confirmar o tipo de vírus, mas independente da confirmação o tratamento deve ser iniciado o quanto antes. Em uma semana o quadro se agrava tanto que o paciente morre”, explica o infectologista.

Compartilhe:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do iFolha; a responsabilidade é do autor da mensagem.

Você deve se logar no site para enviar um comentário. Clique aqui e faça o login!

Ainda não tem nenhum comentário para esse post. Seja o primeiro a comentar!

Mais lidas