19 de setembro | 2010

Para presidente da Câmara o projeto do lixo está ilegal

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O presidente da Câmara Municipal de Olímpia, Hilário Juliano Ruiz de Oliveira (foto), entende que há ilegalidades no Projeto de Lei 4212/2010, de autoria do prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho, que tem por objetivo principal terceirizar o novo aterro sanitário de Olímpia. O motivo principal é a ausência de um plano municipal de saneamento básico.


Se aprovado, autorizará a outorga em regime de concessão, mediante licitação, a implantação, operação e manutenção de Aterro Sanitário. “Acho que o projeto está ilegal por não atender algumas solicitações que foram feitas no parecer técnico da advogada Marcela Belic Cherubine”, avaliou.


Ele se baseia em parecer da advogada Marcela Belic Cherubini, do escritório Baptista & Cherubini Sociedade de Advogados, de São Paulo, com data do dia 21 de junho de 2010.


Uma das indicações atenderia ao inciso I, do artigo 11, da Lei Federal 11.445/07 estabelece as condições válidas dos contratos que tenham por objeto a prestação de serviços públicos de saneamento básico, a existência de plano de saneamento básico.

Oliveira alerta que o prefeito não poderá dar andamento na proposta, mesmo que aprovada na câmara, justamente porque não atende a legislação, pela ausência de um plano municipal de saneamento. “Ele (prefeito) não vai poder fazer a licitação antes disso”, alertou.

Mesmo assim, o projeto deverá voltar à pauta no dia 27 de setembro, em primeira discussão. “Depois abre prazo de três dias para apresentação de emendas de vereadores. Depois vai para segunda discussão, e se tiver emendas aprovadas vai para discussão final, em sessões separadas.

“Essa é a tramitação normal”, explica.

“O que houve é que tivemos uma divergência de entendimento em relação à concessão de uso, autorizando à concessionária a posse do bem. Nesse caso o nosso regimento interno fala em quorum de dois terços”. Artigo 87, Parágrafo primeiro, cita isso quando se trata de direito real de uso.


Mas ele mesmo explica que foi o primeiro entendimento, mas ainda restou dúvida em relação à questão. “Eu pedi até ao pessoal (jurídico) dar uma aprofundada, estudar melhor, porque ficou certa dúvida”.


MAIS DISCUSSÕES

No entanto, Oliveira cita outros detalhes do projeto que considerados problemáticos. Um deles é a abertura para recebimento de lixo de qualquer localidade.

Diz o presidente que no município de Onda Verde, por exemplo, o aterro está autorizado a receber, além do lixo de lá, apenas o de São José do Rio Preto. “O nosso aqui está aberto para receber de qualquer lugar. Vamos discutir então, vamos tentar limitar à comarca de Olímpia”.


Mesmo a remuneração de um por cento e o imposto sobre serviço de qualquer natureza de um representante comercial é quatro por cento e nesse caso o projeto prevê uma alíquota menor.

“Porque ele vai pagar um por cento”, questiona. “Acho que um por cento é pouco”, acrescentou.
O presidente da câmara quer também discutir qual será a destinação do recurso que entrará através da licitação. “O dinheiro que vai entrar para a prefeitura, vamos destinar uma parte para a Santa Casa. Para entidades assistenciais”.

Oliveira confirma que o projeto deixa aberta a possibilidade de recebimento de lixos tóxicos, principalmente quando se trata de lixo industrial. Mas reconhece que a Cetesb acompanhará a implantação do aterro.


Mas ele quer também insistir na formação de um consórcio regional entre municípios da comarca, pelo menos, “para resolver o problema do lixo domiciliar e o lixo da área de saúde. O lixo industrial poderia também fazer uma discussão para fazer um aterro desse”. “Ou então vamos terceirizar só o industrial”, observou ainda.


O presidente ressalta que pensa apenas em evitar uma aprovação rápida, “a toque de caixa” (sic), quer dizer, sem maior discussão. “Acho que tem pontos positivos, mas eu quero é discutir o projeto com mais tranqüilidade para poder opinar e fazer as propostas de alterações que entendo serem necessárias para pensar também no retorno disso”, diz.

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