22 de janeiro | 2017

Obra iniciada as pressas por Geninho cria um “piscinão” de esgoto na Av. Aurora Forti Neves

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José Antônio Arantes
Uma obra de construção de um canal que seria para reduzir os riscos de en­chen­tes na região, iniciada ao apagar das luzes do governo de Eugênio José Zu­liani, em razão da é­poca das chuvas, está se transformando um verdadeiro “piscinão” de mais de 30 metros que parece ter esgoto (exala cheiro forte) e águas pluviais a céu aberto em plena Avenida Aurora Forti Neves, colocando em risco a saúde dos moradores próximos ao local.

O buraco aberto em terreno baldio que faz frente com a avenida e fundos com o Sindicato dos Bancários e fica ao lado da escola Objetivo tem vários metros de extensão e tem um cano que pode ser de esgoto ou de águas fluviais com fluxo constante, uma água de cor acinzen­tada e de mau cheiro caindo dentro da parte maior que parece uma piscina de esgoto.

Esse emissário possivelmente é o mesmo que foi colocado na época do ex-prefeito Carneiro para canalizar os dejetos que caiam no ribeirão Olhos d´água.

Uma moradora das imediações que não quis se identificar comentou que atualmente sente constantemente um mau cheiro vindo dos ralos de sua residência e que aparecem escorpiões e ratos. Coisa que não acontecia antes do início da obra.

CONVÊNIO FOI ASSINADO EM 2014
O que seria para ser um canal para ajudar no escoamento das águas pluviais iniciado no final do governo Geninho acabou se tornando um problema que deverá merecer atenção da atual administração, já que o período compreendido entre janeiro e começo de fevereiro é considerado chuvoso em nossa região, o que, poderá prolongar por muito mais tempo o término desta obra que está causando transtornos não só no trânsito, para quem trafega pela avenida Aurora Forti Neves, como também para os moradores da região.

O convênio com a Caixa Federal para a execução das obras foi assinado em 2014, mas estas, segundo release da assessoria de imprensa da prefeitura divulgado no final do ano passado e que consta no site do município, tiveram início na segunda semana do mês de dezembro com prazo de 90 dias para terminar.

No entanto, segundo contrato aditivo concedendo novo prazo firmado pela prefeitura com a empresa contratante que é de Rio Preto, mas tem a as­sinatura de um olim­pi­ense que é sobrinho de aliado de Geninho como seu representante, o novo prazo de término da obra está marcado para o dia 16 de fevereiro.

O release do final do ano, publicado no site da prefeitura em 15.12.16, informava que a Prefeitura de Olímpia tinha iniciado naquela semana a obra de construção de um canal para reduzir os riscos de enchentes na região do bair­ro São Benedito. “A o­bra, que irá aumentar a capacidade de vazão, está orçada em mais de R$ 280 mil, e tem um prazo médio de 90 dias para ser concluída”.

Segundo ainda a matéria da época, a obra inicia na Rua Coronel José Me­deiros, atravessa a Avenida Aurora Forti Neves e escoa no Córrego Olhos D’Á­gua. O recurso do convênio para a construção do canal alternativo veio através do Ministério das Cidades. A empresa responsável pela execução do serviço é a Novamar Am­biental e Construtora Lt­da.-EPP.

Ainda de acordo com o release o Secretário de O­bras, Engenharia e Serviços, à época, Luís Car­los Benites Biagi, a obra proporcionará uma maior es­coação das á­guas pluviais que, durante o período das cheias, causam transtornos aos moradores e empresários daquela região.

Infelizmente teve início justamente no período das chuvas.

Segundo informações da assessoria de imprensa atual, a secretaria de O­bras informou que a chuva tem prejudicado o andamento dos trabalhos executados pela empresa responsável e a obra, cujo con­vênio foi firmado em 2014, entrou no RAP – Restos a Pagar do Governo Federal e para não perder o recurso, atrasado pelo Governo Federal teria sido iniciada às pressas pelo governo anterior.

Caminhoneiro reclama do
esgoto jogado a céu aberto

O caminhoneiro Rei­nal­do Antonio Rocha (foto), 41 a­nos, residente nas proximidades do “Pis­ci­não de Dejetos” reclama dos trans­tornos causados principalmente pelo mau cheiro exalado pelo esgoto que está sendo jogado no buraco de mais de 30 metros que foi aberto e há vários dias continua abandonado.

“A gente tem sentido um mau cheiro constante, não sei se é por consequência do esgoto que está sendo jogado nesse buraco. A gente gostaria de saber o que vai acontecer, quando vai acabar essa obra. Se é por causa das chuvas mesmo ou se tem algum outro motivo que está segurando essa obra. A gente pede para as autoridades que tomem providências, porque a população também tem direitos e a gente está sofrendo com isso”, destacou.

E continuou: “Na casa da minha mãe ainda não, mas na vizinhança tem relatos de que têm aparecido ratos e aranhas grandes que não apareciam antes. E tem a questão do trânsito também que tem os turistas que utilizam a avenida e o acesso é por a­qui e estão entrando mu­ito na contra mão colocando em risco a vida das crianças, pois tem muitas que brincam por aqui. Tem a sinalização, mas ninguém está obedecendo”.

O caminhoneiro acrescentou ainda que “já faz uns vinte dias que essa obra está parada, que a gente não vê movimentação de nada. Ninguém toma uma providência, até a sinalização que tinha na interdição da avenida foi retirada e não foi colocada. Então a gente pede que tenham consciência com os moradores da região”, concluiu.

Advogado diz que bagunçou
tudo e até alagou de novo

Para o advogado Waldir Chatagnier (foto), 65, residente na região do “Piscinão de Dejetos”, simplesmente rasgaram o asfalto e, em tempos de chuva, o problema continuou persistindo, pois alagou a região de novo. “Na terça-feira, 17, voltou a alagar essa área toda e o que foi feito ali foi só a mudança do trânsito que bagunçou tudo”.

Chantagnier destaca que ninguém informa o que está sendo feito, o que é feito e o que é aquilo ali. “Simplesmente a gente es­tá perdido nesse pedaço, com o trânsito entupido e persistindo o problema do alagamento. A gente já es­tá sofrendo há muitos a­nos. E é um lugar que está bem esquecido, o pessoal aqui está sentindo isso”.

O advogado destaca ainda que quando alaga a região, fica todo mundo perdido, sem lugar para escoar o trânsito. Não dá para alegar que é por causa da chuva. Eles sabiam que esta é época de chuva. Não podiam rasgar o asfalto aí e deixar o pessoal todo perdido. O que tenho a dizer é que o povo aqui está sofrendo muito”, conclui.

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