31 de agosto | 2008

Mesmo em caso de anencefalia a interrupção da gravidez é crime

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 Para o monsenhor Antônio Sant’Clement’s Torras (foto), a interrupção de uma gravidez tem que ser considerada crime, mesmo para os casos de fetos anencéfalos. O representante da igreja católica foi enfático ao afirmar: "interromper a gravidez é matar. Interromper quer dizer matar".

No entendimento do religioso, segundo os preceitos da igreja católica, nem os pais têm direito para decidir pela interrupção da gravidez. O monsenhor avisa que uma das penas que continuam vigorando na igreja católica é para os pais que provocam o aborto: "ficam excomungados".

Quer dizer, todo aborto ou toda a interrupção de gravidez, o que o religioso considera que é a mesma coisa, é um ato de covardia: "matar alguém que não pode nem sequer chorar", lastima. "Não tem nenhum caso que justifique isso. Essa é a minha maneira de pensar, isso é de direito natural e da revelação da lei", acrescenta.

O monsenhor comenta que é muito fácil fazer leis para se condenar os outros. "Nós podemos fazer leis para tentar corrigir os outros, mas não matá-los. Acho que o assunto é muito claro. Diante da vida ninguém tem direito nenhum. Aliás, nós não temos direito de matar nem a vida vegetal sequer. Não temos direito nem a isso e a prova é que a natureza se volta contra o homem por causa dessa ousadia", afirmou.

O maior mistério que existe, segundo explanação do monsenhor Antônio, é o da vida: "e esse mistério é tão mistério que nenhuma ciência humana conseguiu, até hoje, desvendá-lo. Tanto assim que matamos muitas coisas, mas a ciência não conseguiu fazer um ser vivo por pequeno que seja".

E acrescentou: "até hoje a ciência só conseguiu manipular os seres vivos, mas fazer um ser vivo não consegue, porque a vida é o maior mistério que existe, a vida é só Deus e por esse motivo, ninguém tem direito de tirar a vida de ninguém. Não existe motivo algum que justifique isso".

O religioso relatou a história de um peruano que há poucos dias esteve com ele e praticamente não tinha os pés e não tinha mãos. "Mas ele é advogado e professor de faculdade e escreve com os pés e com a boca, toca piano e vários instrumentos. Ele tem três filhas muito bonitas, todas formadas e uma casada e contou isso na palestra que deu", destacou.

Segundo o relato do monsenhor, o homem relatou em sua curta palestra, que quando nasceu, até os vizinhos queriam matá-lo. "Os pais precisaram mudar de cidade para ficarem tranqüilos porque os vizinhos não os deixavam tranqüilos. Nós não temos o direito de matar ninguém, não tem nada que justifique matar um ser humano. Deficiente? Pode ser.

Além do mais nós temos uma experiência muito interessante, nós temos muitas crianças deficientes que são a causa da união da família, inclusive, a experiência de que quando a criança morreu a família se destruiu", finalizou.

 

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