06 de junho | 2011

Médica e funcionário maltratam filhos de Ruralli na Santa Casa

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A médica plantonista Mariana Stanford C. Jacob e um enfermeiro que não foi identificado, teriam maltratado os filhos do vigia Luiz Carlos Ruralli, que faleceu aos 50 anos de idade, depois de possível erro médico quando foi atendido na Santa Casa de Olímpia.


De acordo com Carla Roberta Morelli Ruralli (foto), filha de Luiz Carlos, isso teria ocorrido na noite do domingo, dia 30 de maio, quando precisou levar o irmão que estava passando mal para ser socorrido pelo hospital.


“Procuramos a Santa Casa e era a mesma médica. Ela atendeu a gente muito mal, não consultou o meu irmão e humilhou a gente. Tinha um enfermeiro e ele também esculachou com a gente. Eles humilharam a gente no que puderam”, relatou Carla na tarde de ontem, para a esta Folha.


“Ela (a médica) começou a gritar pelos corredores: vocês querem atestado para colocar em jornalzinho. Nisso levantei e disse: a senhora errou e quer continuar errando. Falei um monte lá para ela e ela ficou quieta”, acrescentou. Carla contou também que enquanto isso, seu irmão ficou “lá jogado porque ninguém foi atendê-lo”.


A situação gerada pela atitude chegou a causar medo. “Depois que ela falou tudo isso, ela mandou um soro enorme lá para ele e mandou que ficasse a noite toda. Mas com medo porque ela até poderia fazer alguma coisa contra a gente, assinei um termo de responsabilidade para liberar o meu irmão e fomos embora”, explicou.


A decisão de ir embora, segundo ela, foi, primeiro porque se sentiram como se estivessem jogados a um canto e sendo humilhados: “quero deixar bem claro que se eu assinei o termo é porque a gente estava sendo humilhado ali dentro e meu irmão estava com muito medo e pode ter alguma mágoa ou alguma coisa de até ela vir fazer alguma coisa contra ele”.


A situação foi, segundo se entende do que Carla informou, de total intimidação: “o tempo que nós estivemos lá ela e mais o enfermeiro tentavam intimidar a gente, tanto que na hora que assinei o termo o enfermeiro falou assim: ela falou que vai usar esse termo contra você, ela vai abrir um boletim contra você. Agora pergunto: desde quando assinar um termo é crime? Eu estou assinando porque a gente está sendo humilhado e antes a gente ir embora do que sermos humilhados”.


BUSCANDO ADVOGADO


Por outro lado, Carla informou que vai trocar de advogado pelo fato de o que foi indicado pela OAB fazer parte do quadro de diretores da Santa Casa. Ela acredita que essa situação crie, de alguma forma, uma incompatibilidade para o processo seguir adiante.


Segundo informou, na tarde de ontem ela esteve no escritório do advogado Mário Francisco Montini (que segundo ela foi indicado pela OAB), para tratar do andamento no caso da morte de seu pai e o advogado afirmou que não entraria com processo contra a Santa Casa, porque acredita que o ocorrido não foi por culpa da entidade, mas que se houve erro então é da médica. “Ele foi muito atencioso, mas deixou bem claro que pegaria a causa se fosse contra a médica. Contra a Santa Casa não”, afirmou.


Sendo assim, Carla preferiu pegar os papéis e procurar um advogado conhecido da família e passar o caso a ele. Esse advogado teria lhe dito que estudaria o caso com um colega, mas que acredita na possibilidade de processar, tanto a médica quanto a Santa Casa. No entanto, Carla preferiu não divulgar o nome do advogado por enquanto, para que não haja mais problemas no andamento do processo.


ENTENDA O CASO


Como se recorda, o faxineiro Luiz Carlos Rurali faleceu depois de sofrer um infarto fulminante – infarto agudo do miocárdio – poucas horas depois de receber da médica plantonista Mariana Stanford C. Jacob, atestado comprovando perfeito estado de saúde para o trabalho.


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