28 de abril | 2013

Jair foi flagrado com dinheiro que seria para pagar propina

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Pelo que se pode entender de informações relacionadas a um documento do Tribunal de Justiça de São São Paulo (TJ), que chegou ao conhecimento da imprensa regional, o olimpiense Jair Émerson da Silva, vulgo Miudinho ou Jairzão (foto), de 55 anos de idade, morador da Rua Dr. Irineu Gotardi, Jardim Vitório Paro­lin, em Olímpia, chegou a ser flagrado pela Polícia Federal (PF), transportando dinheiro que seria destinado ao pagamento de propinas a prefeitos da região.

Esse fato teria ocorrido no dia 5 de março deste ano, segundo informação publicada pelo jornal Diário da Região de São José do Rio Preto, no domingo passado, dia 21 de abril. A reportagem inclusive mostra imagens de um trecho do documento que faz menção ao nome de Jair e também do dinheiro que ele carregava.

“Assim, fica evidente a im­pres­cindibilidade da prisão temporária de Jair para se averiguar endereços, onde tais cestas foram entregues, quem são os funcionários da Caixa beneficiados, se, em função desses presentes tal ou qual funcionário realmente agilizou ou não algum procedimento em favor do grupo Demop, além de esclarecer o episódio do dinheiro que transportava e, segundo a Polícia Federal, era destinado a pagamento de propina a prefeitos da região”, diz trecho do documento do TJ.

Imagem do dinheiro foi mostrada duas vezes pelo jornal, numa delas com a legenda que o GAECO flagrou pagamentos de R$ 30 mil e R$ 20 mil a prefeitos de Palestina e Neves Paulista. Na outra, que diligência feita pelo GAECO de Rio Preto constatou que dinheiro vivo seria destinado ao pagamento de propina na região; prova desencadeou a operação “Fratelli”.

O dinheiro dos pagamentos che­gou a ser interceptado na rodovia e fotografado por ordem dos promotores do GAECO que mo­ni­toravam o grupo, no início do mês passado. De acordo com o MPF, no dia 5 de março deste ano, foram confirmadas as evidências que haviam sido “anteriormente captadas nas interceptações telefônicas”.

CAIXA FEDERAL

Mas sabe-se também que Jair não transportou apenas dinheiro como parte de suas funções na chamada Máfia do Asfalto. A mesma imagem do documento do TJ, além do dinheiro mostra que ele também distribuiu várias cestas de Natal a funcionários da Caixa Econômica Federal (CEF), em Rio Preto.

Os “presentes” foram porque, segundo consta, o empresário tinha urgência para cadastrar a empreiteira em um programa do Ministério das Cidades porque planejava começar a construir casas populares financiadas pela CEF e a empresa Scamatti & Seller Investimentos faz habitações populares no programa Minha Casa, Minha Vida em cidades do noroeste paulista.

Essas cestas teriam sido entregues no dia 19 de dezembro de 2012, na casa de cada funcionário. A suspeita é de que técnicos do banco estatal tenham sido coagidos para atestarem medições que não correspondiam à realidade.

De acordo com o jornal, gravações telefônicas feitas durante a “Operação Fratelli” indicam que foram entregues cestas em Rio Preto no valor de até R$ 1,2 mil.

Na interceptação telefônica feita no dia 19 de dezembro do ano passado, Maria Augusta Seller Scamatti, mulher de Olívio Scam­atti – apontado pelo Ministério Pú­blico Federal (MPF) como chefe da quadrilha acusada de fraudar licitações na região, intermediou a entrega de luxuosas cestas de Natal à cúpula da Caixa em Rio Preto. O recebimento de “presentes” por parte de servidores caracteriza, em tese, ato de improbidade administrativa.

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