22 de setembro | 2014
UTI da S. Casa também aparece no mapa do calvário da Saúde
Depois da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), que praticamente inaugurou o sistema de reclamações, agora foi a vez da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), da Santa Casa de Olímpia aparecer no mapa do calvário da Saúde, forma como está sendo chamada a Caixa Preta da Saúde, site que entrou em funcionamento no mês de abril deste ano, quando foi aberto um canal de reclamações para a população pela AMB – Associação Médica Brasileira.
No caso da Santa Casa, embora sem haver menção à reforma e fechamento temporário da UTI, trata-se de uma reclamação registrada no dia 1.º de agosto por Marina Silva: “Descaso com a população de Olímpia e região”, diz a reclamação dela.
Porém, a reclamação registrada no dia 7 de julho por Stefanny Pinheiro, foi explicitamente contra a situação gerada pela reforma da UTI: “Estamos sem UTI fechou para reforma. Dizem que daqui 2 meses volta a funcionar. Mas já deixaram claro que não vão aceitar pacientes da Upa… Agora me explique uma coisa se não vão aceitar pacientes encaminhados da upa a UTI vai ser de que serventia sendo que a santa casa só recebe pacientes encaminhados de lá (upa) ou particular (600 reais a consulta noturna)?”.
Mas o reclamante ainda acrescentou: “Me expliquem uma coisa, a santa casa é sus e não particular, população de Olímpia e Ribeiro e Baguaçu não deixem isso acontecer, vão para rua se manifestem não deixem acabar com o único hospital… Indignada”.
Por outro lado, para demonstrar que a situação de caos é geral, houve reclamação até mesmo contra o Ambulatório de Referência e Especialidades (ARE), que é chamado popularmente por “Postão”, e diretamente à Secretaria Municipal da Saúde.
FALTA DE MEDICAMENTOS
Segundo a reclamação postada por Rodrigo, no dia 5 de junho, “falta de remédio não tem remédio nem da tireoide, antidepressivo venlafaxina, loratadina, não está tendo nada precisa investigar isso! nós pagamos impostos caros e não temos remédios!”.
Rodrigo acrescentou: “E outro só tenho Unimed porque trabalho na firma, passo no médico pego receita, vou na rede pública para pegar remédio, mas não aceitam a receita por não ser do SUS! nosso imposto e diferente? vamos verificar isso”.
Mas logo no início a UPA e pelo menos mais dois setores da Secretaria Municipal de Saúde, já apareciam no mapa do calvário, por conta das muitas deficiências que apresenta.
Somente na primeira semana de funcionamento do site, o foco das denúncias eram a UPA, Unidades Básicas de Saúde (UBS) e a farmácia da Secretaria Municipal de Saúde que funciona na antiga Beneficência Portuguesa.
O site, que tem o tema “Ajude a abrir a Caixa-Preta da Saúde do Brasil”, entrou em funcionamento no dia 12 de março deste ano e já tinha recebido quase 2,2 mil reclamações de todo o País – uma média de 25 por dia, até na quarta-feira, dia 16. Moradores dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Bahia são os que mais reclamam, segundo a associação.
De acordo com a organização, o principal objetivo do projeto é mapear os problemas da saúde. Além disso, serve para estimular a população a denunciar as condições encontradas nos hospitais, UPAs, postos de saúde e demais unidades de atendimento, informou a associação.
COMO RECLAMAR
Para registrar a queixa, a pessoa deve acessar o site www.caixapretadasaude.org.br e clicar em um ícone amarelo que aparece no canto superior esquerdo da tela. Nesse local, deve indicar o Estado e a cidade. Depois, em outra caixa que se abre, o interessado pode digitar sua reclamação e, se houver, também ler outras queixas.
“A expectativa é que o próprio gestor tome providências para resolver o problema da cidade, uma vez que a informação está pública. Faremos um balanço mensal das denúncias e casos sem solução ou que se avolumam, enviaremos às promotorias de saúde e a outros membros do Ministério Público”, afirma a AMB.
Mas antes de ser publicada no site, as reclamações são avaliadas por uma equipe da “Caixa-Preta”. “Ao receber a denúncia na plataforma online a equipe responsável pela checagem da veracidade entra em contato com médicos da região, profissionais da saúde, ou solicita mais dados e informações para o próprio denunciante. É importante que o denunciante envie fotos ou pequenos vídeos, pois isto dá credibilidade à informação”, explica a assessoria da associação.
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