27 de maio | 2007

Igreja católica é contra uso da “pílula do dia seguinte”

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 Por ser considerado um instrumento abortivo, a igreja católica é contrária ao uso da chamada "pílula do dia seguinte", medicamento que pode ser usado até 72 horas após a prática do ato sexual, como forma de evitar a gravidez indesejada. A informação é do pároco da Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, frei Flaerdi Valvassori (foto) e confirma decisão plenária da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil).

"A igreja católica defende sempre a vida e desde a fecundação. Por ser assim, nós entendemos a pílula do dia seguinte um instrumento que vai ser usado após a fecundação para se eliminar o ovo fecundado, o zigoto. A igreja se posiciona como contrária dessa pílula", explicou.

Explica ainda que depois da fecundação a vida de um novo ser humano começa a se desenvolver. "Não vai dar em nenhuma outra coisa, em nenhum objeto, a não ser uma vida humana que não é uma coisa, mas uma vida inocente a ser preservada",. reforçou.

A orientação é que as pessoas ajam de maneira a não terem que se preocuparem com possíveis descuidos ou mesmo acidentes que resultem, por exemplo, no rompimento do preservativo (camisa de vênus), de onde surgem os medos de aparecer uma gravidez indesejada. O frei até recomenda que o melhor mesmo é não praticar o sexo fora do casamento.

"A igreja defende sempre a castidade. Castidade e virgindade para nós não são extraordinários, mas deve ser o habitual, o usual, ou seja, a fecundação, a sexualidade, o trato, a genitalidade, fazem parte de um complexo harmonioso que Deus deu ao ser humano. E por mais que isso dê prazer, não consiste em algo que possa ser usado livremente. A igreja incentiva a virgindade e a castidade em toda a vida até o matrimonio", avisou.

No matrimônio, de acordo com Flaedi, a prática da sexualidade é algo abençoado por Deus: "Antes nós reprovamos e dizemos: é melhor que não se faça antes".

Explica que há outras formas de demonstrar carinho e de um casal se entender. Porém, ressalta que a igreja preza muito pela vida e para que o relacionamento entre duas pessoas seja um relacionamento fundado no amor.

"Nós não aceitamos os modismos de "ficar", de apenas se divertir, uns com os outros e também com a genitália. Mas nós incentivamos que as pessoas tenham uma profundidade na opção delas constituírem uma família. A igreja não vai dizer namorem por diversão. De jeito nenhum. O namoro é um período que você vai encontrar um parceiro ou parceira que vai formar uma família", comentou.

Segundo a explicação do pároco, "a genitalidade vem como um complemento. O prazer que vem do sexo vemos como um complemento de uma outra coisa que é muito maior, que é prática do amor de verdade, do amor respeitoso, do amor profundo. Por isso nós nunca vamos aceitar a banalização da prática sexual, mas sempre vamos pedir e insistir, é importante cultivar a amizade, é importante no namoro se conhecerem castamente um ao outro, é importante vocês se prepararem para o casamento".

Por isso, explica, quando acontece de alguém ficar grávida sem querer e esse sem querer for fora do casamento é alguma coisa que não se encaixa dentro dos padrões da religiosidade.

"Ainda que um modismo e um consumismo desenfreado façam com que isso pareça ser normal nos dias de hoje, para nós igreja não é", reforçou ao final o Frei Flaerdi.

 

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