05 de dezembro | 2008

Geninho não descarta terceirizar coleta de lixo em seu mandato

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O prefeito eleito de Olímpia, vereador Eugênio José Zuliani, Geninho, declarou a uma emissora de rádio da cidade que embora inicialmente descartada, não afasta a possibilidade de terceirizar a coleta de lixo em seu mandado, conforme tem sido ventilado nos últimos dias. No entanto, afirma que, se necessário, é um assunto a ser tratado apenas após o quarto mês de sua administração que inicia no dia primeiro de janeiro.

A questão da terceirização tomou conta dos assuntos nos meios políticos, principalmente, a partir da confirmação em suas contas de campanha prestadas à Justiça Eleitoral, mas ainda não aprovadas definitivamente pela juíza Adriane Bandeira Pereira, que uma empresa do ramo, a Leão & Leão, foi uma das principais financiadoras de sua campanha.

"É difícil falar alguma coisa hoje, até porque estamos distantes do poder e não temos a transição necessária. Temos algumas informações que o pátio da prefeitura ou pára o lixo ou compra quatro caminhões novos", declarou o prefeito eleito durante uma entrevista que concedeu nesta semana à Rádio Difusora AM.

Além disso, citou que tem informações que há um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), assinado pelo prefeito Luiz Fernando Carneiro com o Ministério Público da comarca, para dar solução a problemas relacionados ao aterro sanitário atualmente utilizado pela prefeitura.

"Hoje não tem mais como você ir depositando o lixo em qualquer lugar. Tem que ter o aterro sanitário legalizado. Eu não tenho informação sobre a legalização do atual aterro sanitário de Olímpia", explicou.

Embora procurando evitar confirmar definitivamente a informação, Geninho relatou que tem conhecimento que os outros municípios da comarca também enfrentam problemas com o lixo e prega, primeiro a união desses prefeitos para fazer um grande aterro sanitário que comporte cerca de 100 toneladas de lixo diárias: "com durabilidade de 30 a 40 anos, para poder pensar na próxima geração".

Legalizar

Caso contrário, a solução passa pela legalização do aterro do município ou então, até pela terceirização da coleta. "Não podemos tapar o sol com a peneira e continuar num aterro irregular. Temos que fazer um aterro aprovado pelo Ibama, Cetesb e por todos os demais órgãos competentes para que possamos ter um aterro sanitário decente", justifica.

E acrescenta: "Se nós, da comarca não tivermos uma medida rápida para isso, vamos ter que pagar para levar o nosso lixo e o aterro sanitário mais próximo de Olímpia é em Guatapará, para lá de Ribeirão Preto. Tem um aterro que não sei se está aprovado que é aqui em Ipiguá, então você paga transporte, paga pedágio e paga ainda para despejar o lixo num município de fora".

Depois de falar da necessidade de juntar-se a outros prefeitos da comarca, afirma que, além disso, há o lixo industrial, o hospitalar: "São questões que não dá para brincar mais. A terceirização, a privatização às vezes tem um sentido pejorativo", cita o prefeito eleito, embora defenda como tese considerando que foi o grande mote do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que privatizou, principalmente, as telecomunicações.

DAEMO

No entanto, diferente da situação da coleta do lixo, Geninho descarta qualquer possibilidade de privatizar ou mesmo terceirizar o DAEMO (Departamento de Água e Esgoto do Município de Olímpia). Mas ressalta que na privatização há pontos positivos e negativos a serem analisados.

"Vejo da seguinte forma: existem alguns pontos que não dá para ser privatizado. Você pega um DAEMO, por exemplo, é superavitário, é uma autarquia que dá para ter controle dela, está enxuta, tem lucro que dá para fazer investimentos. Mas todas as outras áreas são passivas de terceirização", afirmou. Porém, no caso da coleta de lixo, se precisar não deixará de trabalhar nesse sentido.

"Em princípio não temos intenção de terceirizar absolutamente nada, mas se chegarmos à conclusão de que o lixo e a manutenção dos caminhões antigos é maior que o aluguel de uma terceirização para fazer a coleta; se chegarmos à conclusão que pagar o lixo para levar em Guatapará ou aqui em Igipuá ou Onda Verde, é mais caro que ter o teu próprio aterro e a prefeitura às vezes não tem dinheiro para o aterro, mas tem uma empresa que faz através da PPP (Parceria Público Privada), isso tudo temos que andar para frente, pensar sem restrição, podemos sim (privatizar), dependendo do diagnóstico que for feito em cada área", ensaia.

Zuliani cita que há exemplos de terceirização que não deram certo, como a merenda escolar que está sendo investigada pela Polícia Federal. Citou também o caso Utinga no transporte coletivo e também dos serviços funerários, que também considera não estariam dentro da regularidade necessária, principalmente em relação a preços.

"Mas a princípio está descartada qualquer tipo de terceirização, até porque não temos diagnóstico de cada área e vamos falar isso só a partir de abril do ano que vem", reforçou.

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