01 de maio | 2011

Família irá ao MP para apurar morte de dona de casa na Sta. Casa local

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A família da dona de casa Fernanda da Silva Santos, de 29 anos de idade, que faleceu no início da noite do domingo, dia 24, por volta das 20 horas, pedirá que o Ministério Público (MP) de Olímpia processe os responsáveis pela morte, que teria ocorrido provavelmente por um possível descaso ou ainda em razão da falta de médicos com conhecimentos mais amplos na Santa Casa local.


A informação foi confirmada no final da tarde desta sexta-feira, dia 29, por Márcia da Silva Santos, irmã de Fernanda, que residia na rua Coronel Antônio Pereira, número 184, Jardim Santa Ifigênia, zona norte de Olímpia.


Foi praticamente por acaso que, no início da noite do dia anterior a sua morte, uma pessoa ligada a editoria desta Folha fotografou a dona de casa estirada no chão da entrada do pronto-socorro, sem que recebesse um atendimento médico mais adequado.


De acordo com Márcia Santos, ao chegar na Santa Casa, no final da tarde do sábado, apenas a colocaram em uma cadeira de rodas. “Mas ela não estava mais suportando ficar sentada e queria deitar. Ai, ela caiu no chão e comecei a gritar para que viessem pegá-la”, conta.


“O porteiro disse que não cabia porque já estava lotado. Mas uma pessoa chegou e disse que ela não podia ficar deitada onde estava e falou para que a colocassem para dentro”, acrescentou.

Mas não deixaram que a Márcia Santos entrasse para falar para o médico o que Fernanda sentia.

“Depois, uma enfermeira falou que não tinha mais vaga para uma internação, e que a levássemos de volta para casa. Ela ficou em observação e o segurança chamou a ambulância e a levamos de volta para casa. Depois disso ela começou a piorar”, reclamou novamente.

Segundo as informações, o que se pode ser considerada uma verdadeira via sacra em busca de socorro médico para Fernanda, durou quatro dias, tendo começado na quarta-feira, dia 20, portanto, antes de iniciar o período dos feriados.


A última ida ao hospital foi no início da noite do dia de sua morte, por volta das 18 horas. “Ela morreu sem recurso nenhum. Pelo menos sem atendimento, pelo que vi lá na Santa Casa, nem soro sequer foi aplicado nela”, disse um dos familiares.


OMISSÃO DE SOCORRO


Os familiares entendem até que houve omissão de socorro. Márcia diz que achou o atendimento da Santa Casa muito demorado. “Acho que deveria ter mais médicos para atender os pacientes em estado mais grave. A minha irmã estava piorando. Eles estavam atendendo umas criancinhas e minha irmã estava jogada no chão. Eles a mandaram de volta e não quiseram interná-la de jeito nenhum. Eu acho que houve omissão de socorro”, disse.


“Se tivessem socorrido minha irmã naquela hora que ela estava deitada no chão e eu gritando por socorro para colocá-la para dentro, acho que ela não estaria desse jeito (morta) agora, porque demoraram muito para ver minha irmã e achei isso muito errado deles”, lamenta.


De acordo com a família, apenas aplicavam glicose na mulher e a mandavam de volta para casa. “A irmã dela comentou e eu disse que iria vê-la hoje, mas fui ontem. A hora que vi a menina falei essa menina vai morrer à míngua. Alguém tem que fazer alguma coisa. Mas diz que a Santa Casa não quis atender”, disseram.


DEIXAR MORRER
EM CASA

“Falaram para minha prima para levar ela embora e deixar morrer em casa, porque ela não estava boa e não tinha mais jeito. Que eles não colocariam mais a mão nela. Foram os médicos que falaram”, contou chorando uma mulher que se apresentou apenas como mais uma parente da paciente.


“Ficamos lá fora e queríamos saber como ela estava. Eles não dão informação para a gente. Depois falaram que era cirrose e falei que ela não estava boa e que tinha que deixar que ela ficasse internada.


Eles falaram que não podia e que não teria mais jeito”, disse Rosangela Aparecida Silva, uma amiga que acompanhou o caso.

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