04 de junho | 2012
Família entende que mulher de 27 anos morreu por falta de remédio do pulmão
A família de Gabriele Alexandra Bento de Campos, que faleceu aos 27 anos de idade, depois de 35 dias internada no Hospital das Clínicas (HC), em Ribeirão Preto, entende que ela não resistiu e acabou entrando em óbito por não ter tomado um medicamento específico para melhorar o rendimento de seu pulmão. Gabriele faleceu no início da noite da quarta-feira desta semana, dia 30, por volta das 20h40, quando iniciava um tratamento de hemodiálise.
Trata-se de um medicamento específico e bastante caro que, segundo a mãe de Gabriela, Lucinéia Aparecida Bento, informou na tarde desta sexta-feira, dia 1.º, teria de ser conseguido pelos próprios médicos que a tratavam no HC.
A mãe contou que a própria equipe que atendia sua filha estava transtornada com a situação, porque não esperava que ela teria uma parada cardíaca, quando colocassem o cateter para iniciar a hemodiálise. “Eu conversei com ela uma hora antes dela seguir para fazer a hemodiálise. Era a primeira vez que ela faria. Só que o coração não aguentou”, lamentou a mãe.
A mãe relatou que tudo começou quando Gabriela ainda tinha 14 anos de idade e residia em Bebedouro. A partir de então começou a luta para mantê-la viva, mas sempre dependendo de medicamentos caros, a maioria das vezes obtendo através de ações judiciais. Mas desta vez não deu tempo e por isso até culpa a burocracia pela morte da filha.
A morte considerada prematura, embora com todo agravamento de saúde que Gabriela enfrentava, levou o comerciante Milton Antônio Nascimento a enviar um bilhete à rádio Menina AM, com o seguinte teor: “A todos os poderes constituídos deste País chamado Brasil. A Gabriela se foi, neste hora deve estar ao lado de nosso Pai, 27 anos, deixou um filho inteligente de cinco anos, espero que ela perdoe a todos aqueles que colocaram obstáculos para que ela conseguisse, na rede pública, o medicamenteo que a deixaria viva. Num País de tanta roubalheira e falta de vergonha como o nosso, temos milhões de casos como este. Espero que ela, a Gabriela, sirva de exemplo para tantas outras pessoas que dependem de um medicamento, para continuarem vivas”.
Até em razão disso, a reportagem desta Folha saiu em busca de explicações e descobriu que nem mesmo o nome do medicamento a família tinha conhecimento. A mãe explicou que todo o procedimemento era feito diretamente pelos médicos e que desta vez a filha permaneceu em Olímpia, necessitando de oxigênio para contornar os problemas que atingiram os pulmões, dificultando a respiração, o que fez com que pouco mais de um mês atras Gabriela fosse levada às pressas novamente ao HC.
NA JUSTIÇA
A família buscou ajuda na justiça e no site do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ) consta o processo número 135/2012, com pedido de medida liminar, protocolado no dia 21 de maio pelo advogado Gustavo Matias Perroni, com o seguinte despacho: “1 – Para análise do pedido liminar deverá a autora emendar a inicial com as informações necessárias ao conhecimento do pedido, com declaração do médico responsável pela prescrição descrevendo a urgência necessária ao tratamento, mediante o preenchimento de formulário a ser retirado no Cartório deste Juizado. 2 – Para análise da competência deste Juizado, junte a autora orçamento do medicamento requerido, regularizando o valor da causa nos termos do artigo 260, do Código de Processo Civil. Prazo: 10 dias. Int. Olímpia, d.s. GLAUCIA VESPOLI S. R. DE OLIVEIRA, Juíza de Direito”
ENTENDA O LUPUS
De acordo com uma pesquisa realizada no site Wikipédia, o Lupus é uma doença que “é sempre limitado à pele. É identificado por lesões cutâneas que aparecem na face (60%) ou outras áreas expostas a luz solar (40%). Aproximadamente 10% das pessoas Lúpus Discóide pode evoluir para o Lúpus Sistêmico, o qual pode afetar quase todos os órgãos ou sistemas do corpo. Também pode se formar semelhante a uma verruga (8% dos casos) ou a uma queimadura (2%).
No caso do Lúpus sistêmico, “costuma ser mais grave que o Lúpus Discóide e pode afetar quase todos os órgãos e sistemas. Em algumas pessoas predominam lesões apenas na pele e nas articulações, em outras pode haver acometimento dos rins, coração, pulmões ou sangue”.
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