30 de maio | 2011

Ex-provedora prevê mais mortes e até fechamento da Santa Casa

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A advogada Helena de Souza Pereira (foto), que já foi provedora do hospital, aliás, até considerada pelo atual provedor Marcelo Elias Najem Gallette, como a melhor direção que a Santa Casa de Olímpia já teve, está prevendo mais mortes anormais de pacientes e até o próprio fechamento da instituição, caso a situação que está enfrentando perdure por mais tempo.


Helena Pereira ocupou o cargo de provedora da Santa Casa por dois períodos diretivos, saindo poucos meses antes de completar o mandato, quando da decretação da intervenção pelo prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho, à época, com apoio do Ministério Público local, para melhorar as condições gerais do hospital.


“A continuar dessa forma a Santa Casa está fadada e caminha para o fechamento”, comentou na tarde desta sexta-feira, dia 27.


Um dos motivos que a leva a imaginar o encerramento das atividades é a própria inauguração da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) que, para ela, embora sendo considerada a “salvadora da pátria” (sic), pode, na verdade, representar a morte da Santa Casa.


“Na hora em que começar a funcionar (UPA) a Secretaria da Saúde (Municipal) não vai mais comprar o atendimento de emergência da Santa Casa”, avisou Helena Pereira, lembrando que esse fator representa uma queda significativa no faturamento da instituição.


Isso porque, segundo explica Helena Pereira, o hospital continuará a receber vítimas de acidentes graves, por exemplo, que serão enviados pela UPA e por isso terá de manter o pronto atendimento em funcionamento, sem receber nada do município para tanto, mas apenas pelas internações via SUS. “Na hora que abrir a UPA a secretaria só comprará os serviços de internações que ocorrem principalmente nos casos das cirurgias agendadas, as chamadas eletivas”, avisa.


SEM FILANTROPRIA
PODE PERDER CREDENCIAMENTO DO SUS

Sem contar que outras situações, estas já por decisões internas, podem gerar mais dificuldades financeiras. Isso pode ocorrer, por exemplo, no caso do hospital ficar destituído do selo de filantrópico, por causa de uma medida adotada recentemente por Gallette, quando optou por desativar o terceiro andar, onde havia 10 leitos, além do berçário.


De acordo com a ex-provedora para manter o status de filantrópica é necessário que a Santa Casa mantenha pelo menos 60% dos leitos utilizáveis à disposição do SUS. Se essa perda se confirmar, a instituição terá que passar a recolher todos os impostos gerados pela folha de pagamento, aumentando assim a despesa, o que não ocorre atualmente.


Outro fator é a perda da condição de hospital de referência regional. Pereira explica que sem a referência a Santa Casa não mais receberá pacientes das outras cidades da região, mas mesmo assim a redução do quadro de funcionários é praticamente impossível porque o hospital tem de funcionar em três turnos.


Além disso tudo, Helena Pereira ainda apresentou um breve relatório da situação atual da Santa Casa, que pode ajudar também na composição de um resultado bastante negativo, ou seja, levar à falência completa e ao consequente fechamento.


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