19 de junho | 2011

Ex-provedora diz que contestará eleição da Sta. Casa na justiça

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A ex-provedora da Santa Casa de Olímpia, advogada Helena de Souza Pereira (foto), declarou à esta Folha na tarde desta sexta-feira, dia 17, que contestará na justiça e em todas as instâncias vinculadas ao setor da saúde pública, nesse caso principalmente o Ministério da Saúde, que é responsável pelo gerenciamento do SUS, a eleição da nova diretoria da instituição que está prevista para o início da noite da quarta-feira da semana que vem, dia 22, nas dependências do hospital.


“Vou tomar todas as providências. Vou tomar as medidas judiciais e em todas as instâncias que tiverem que ser tomadas. O prefeito não vai fazer na Santa Casa o que ele tem feito até agora. Eu vou lutar até o fim com todas as minhas últimas forças”, declarou.


Pereira contesta a forma como a renovação da diretoria está sendo conduzida, pelo que ela diz entender pelo prefeito Eugênio José Zuliani, Geninho.


“Essa eleição imposta pelo prefeito Geninho em função da renúncia de vários membros da diretoria é uma verdadeira comédia. Uma comédia que deixaria vermelho de vergonha até mesmo o Hugo Chaves ou Evo Moralles, tamanha a insensatez ditatorial da maneira que está sendo conduzida”, comparou.


Segundo ela, da forma como está proposta a eleição, estão desrespeitando estatuto e normas internas. “Essa eleição deixa bem claro que está sendo levada de uma forma antidemocrática e sem nenhuma transparência. Uma coisa que está sendo imposta com ranços ditatoriais”, reforçou.


Por isso deixa claro que tudo será questionado não só na justiça, mas em todas as instâncias relacionadas à saúde, que tem o dever de fiscalizar o trabalho desenvolvido nas Santas Casas: “que recebem dinheiro público, que deve ser empregado para salvar vidas, mas que, no entanto, pelos últimos acontecimentos, parecem que estão financiando a morte rápida dos usuários do SUS”.


Helena faz também uma comparação com a eleição do ex-provedor, o comerciante Marcelo Elias Najem Gallette, na qual considera que também foi realizada sem nenhuma legalidade, ou seja, sem seguir o que previa o estatuto da instituição.


“Aquele processo eleitoral, que culminou com a minha expulsão, foi totalmente irregular também. Aquele processo já foi viciado, mas mesmo assim dei meu endosso para o agora também ex-provedor”, explica.


“Eu quis crer que o poder público, ou seja, que o prefeito Geninho, com o dinheiro que o município tem, fizesse algo muito melhor do que ele fez. No entanto, a intervenção ditatorial terminou na triste tragédia que ocorreu na Santa Casa, razão pela qual não vejo motivo para endossar esse processo agora, duplamente viciado”, asseverou.


“O que é pior é que nesse processo que ele (prefeito) está impondo a população, está colocando lá pessoas amadoras e com visões politica-eleitorais que vão cuidar de vidas como se cuida de carne verde. Isso é o que estou vendo ali e aquilo não é um matadouro, mas sim um hospital sério, uma instituição séria, que deveria ter como princípio cuidar de vidas, vidas que existiam lá na maternidade e o hospital tem obrigação de manter essas pessoas vivas com plenitude, segurança e dignidade. Não é fazer assim, não. Estão jogando com vidas”, acrescentou.


Ela estranha a quantidade de sócios que foi apresentada para a eleição: “Agora pergunto: a Santa Casa tem 74 anos de existência e só tem 42 sócios, cuja relação foi divulgada? Então, se olhar os 42 nomes quase na totalidade são pessoas ligadas ao prefeito e esse tipo de coisa não pode acontecer. Nós não estamos vivendo numa ditadura”.


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