Os moradores de um lotea­men­to clandestino incrustado ao lado do Jardim Alvorada, zona leste de Olímpia, não tiveram o que festejar no Dia Mundial das Águas (DMA), que é comemorado anualmente no dia 22 de março. Lá, segundo foi apurado, há 30 residências para abrigar 40 famílias e não há o abastecimento de água da Daemo Ambiental, sucessora do Departamento de Água e Esgoto do Município de Olímpía (DAE­MO).

Além disso, há outro fator de desrespeito ao Meio Ambiente que também é tão preocupante quando a falta da água tratada. Embora até próximo da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) do Jardim Santa Fé, todo o esgoto doméstico produzido por esses mo­radores é jogado em fossas, provavelmente sem nenhum controle sanitário.

Mas será que pelo menos essas famílias fazem parte das estatísticas? A pergunta é valida porque não se sabe se eles entraram no Censo 2012 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Como se sabe, o levantamento do IBGE mostra que Olímpia possuía, pelo menos, 15.102 domicílios. Desse total, 14.271 eram atendidos pela rede geral. Mas além dos atendidos por 827 poços, havia um caso de atendimento através de carro pipa; e dois através de outro meio de abastecimento não especificado no relatório.

Segundo Hélio César Suleiman, secretário-adjunto do Comitê da Bacia Hidrográfica Turvo/Grande, deveria estar superada há tempos. “Países desenvolvidos têm rede em toda a malha urbana, mas aqui existe o problema das favelas e loteamentos irregulares”, disse ao jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto.

POÇOS SEMIARTESIANOS

A grande maioria dos domicílios sem rede de água no Noroeste paulista, dentre eles os casos do loteamento clandestino de Olím­pia – 14,7 mil dos 15 mil – depende de poços semiartesianos.

Essa realidade é comum nos loteamentos irregulares. O problema, nesse caso, é a falta de cuidado na hora de perfurar esses poços: a maior parte não tem autorização do Departamento de Água e Energia Elétrica (Daee). Por isso, muitos são abertos sem cuidados técnicos, como a instalação de laje de proteção. “Sem essa laje, a á­gua pode ser contaminada por produtos químicos existentes no so­lo”, acrescenta Suleiman.

DIA MUNDIAL DA ÁGUA

O Dia Mundial da Água foi criado pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) através da resolução A/RES/47/193 de 21 de fevereiro de 1993, declarando que todo dia 22 de março de cada ano como sendo o Dia Mundial das Águas (D­MA), para ser observado a partir de 1993, de acordo com as recomendações da Conferência das Nações Unidas sobre o meio Ambiente e Desenvolvimento contidas no capítulo 18 (Recursos hídricos) da Agenda 21.