06 de julho | 2008

Enquete mostra que olimpiense teme comentar atitudes políticas

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A finalidade era saber qual a avaliação que os eleitores fazem sobre a distribuição dos boletins apócrifos, principalmente os distribuídos com textos denegrindo imagem de adversário político. Embora possa até parecer o contrário, na verdade a enquete idealizada pela editoria desta Folha, com a finalidade de discutir o que representam no contexto político, apenas comprovou o que todos imaginam.

O olimpiense teme represálias por comentar as atitudes dos políticos da cidade, principalmente quando se trata de postulantes ao cargo de prefeito. Para se chegar a essa conclusão basta relembrar que em várias ocasiões os trabalhos sobre a câmara municipal, por exemplo, ou mesmo sobre as esferas estadual e federal, sempre foi mais fácil ouvir opiniões dos cidadãos comuns.

Nesta semana, a reportagem procurou ouvir pessoas de várias atividades profissionais para que comentassem o assunto que dominou todas as conversas do final de semana passado, que culminou na desistência da candidatura Celso Mazitelli Júnior e Nilton Roberto Martinez.

Porém, o que mais se ouviu, principalmente de cidadãos comuns da sociedade local, foram desculpas demonstrando receio de verem seus nomes publicados, debatendo a distribuição dos panfletos apócrifos contendo denúncias graves, inclusive atingindo familiares dos então pré-candidatos.

O trabalho evidenciou que as pessoas ficaram receosas em comentar o assunto, com a maioria, inclusive, afirmando que não tinha opinião formada sobre a questão e alguns até declarando que poderiam se comprometer perante as pessoas envolvidas.

Teve até os que afirmaram que não estavam surpresos, porque até consideram uma situação típica do período eleitoral. Alguns, pelo fato de se tratar de um assunto político envolvendo candidato a prefeito, mostraram estar preocupados até em perder emprego se fizesse a manifestação.

Outros demonstraram repúdio ao tipo de manifestação e diziam que até poderia ter um fundo de verdade no que estava escrito no panfleto, mas que se falassem alguma coisa estariam sujeitos a sofrerem conseqüências.

Opiniões

Para um dos poucos que falaram, caso do advogado Rodrigo Alencar, os idealizadores de boletins apócrifos para denegrir a imagem de adversários políticos são "pessoas que insistem em não aceitar a democracia e agem de maneira covarde e cruel com as pessoas de bem", classificando de "tipo de ataque sorrateiro, não condiz com o estado democrático de direito".

Para o também advogado Rodrigo Cabrelli a panfletagem apenas demonstra o despreparo de alguém para administrar a cidade. Demonstrando bastante irritação, o advogado Érico Antônio Padilha declarou que a Justiça Eleitoral tem que descobrir a autoria dos boletins apócrifos.

A professora Marta Custódio deu o tom que o cidadão comum espera da política local. Deixando claro seu desagrado e até desencanto com a campanha que está apenas começando, ela afirma que quer um debate de "cara limpa" (sic) para que a população possa ter acesso a plataformas de governo e não a denúncias anônimas apenas para denegrir a imagem de adversários.

Para o advogado Ricardo José Gisoldi a distribuição descabida de boletins apócrifos no sentido de denegrir a imagem de um adversário político, tem como resultado o descrédito que todo candidato busca junto ao cidadão comum em busca da sua eleição. Ele entende que os políticos deveriam caminhar no sentido de moralizar a política.

Já para a vendedora Idinele Cristina dos Santos Fonseca, embora veja a distribuição de panfletos apócrifos agredindo alguém, no caso um adversário político, uma situação de covardia, por outro lado, considera normal a ocorrência deste tipo de fato no submundo da política eleitoral, deixando entender que vale tudo na disputa de uma eleição.

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