26 de março | 2012

Editor da Folha discorda que pronto socorro seja dissociado do hospital

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O editor desta Folha, advogado e jornalista José Antônio Arantes, embora ressalte com todas as letras que considera o médico Nilton Roberto Martinez um dos melhores profissionais e mais experientes (médico e cirurgião) do interior do Estado de São Paulo, discorda de suas afirmações justamente quando diz que a imprensa bateu na Santa Casa, ou mesmo que os motivos da publicação das notícias tenham sido políticas, e também que o Pronto-Socorro tenha que ser dissociado do hospital.


Embora o médico tenha explicado que o termo bater na Santa Casa e a Santa Casa apanhar da imprensa seriam meras “forças de expressão”, mas salientando ainda em sua explanação na noite da quarta-feira desta semana, dia 21, que isto teria fundo político, “este jornalista entende que se faz necessário deixar bem claro, pelo menos por parte dos veículos que edita (Folha da Região – impresso – e ifolha – na internet), que a Folha nunca foi e nunca será usada para fazer politicagem ou campanha de qualquer candidato que seja. Ao contrário da própria Santa Casa que é administrada por membros do grupo político do prefeito Eugênio, que deverá disputar a reeleição”.


“O que este jornal fez foi simplesmente noticiar o que estava acontecendo no Pronto Socorro do hospital que tem sido motivo de dezenas de queixas desde que foi tomado à força pelo governo de Eugênio. Inclusive, com oficio do próprio diretor clínico enviando ao CRM e ao promotor local”, acrescentou.


Quanto a se enxergar o pronto socorro separadamente do hospital Arantes afirma: “entendo que esta divisão tem fundamento quando vista pelo médico em razão de a direção clínica do PS não ser gerida por ele e, realmente ser uma responsabilidade do Estado, tanto que o município está para inaugurar uma Unidade de Pronto Atendimento que irá substituir o PS do hospital”.


“Aliás – acrescentou – após o funcionamento da UPA, a Santa Casa terá que continuar mantendo um pronto-socorro, mesmo que seja para atendimento de urgências e emergências apenas de particulares e convênios”.


CARNE E UNHA

Entretanto, enquanto isso não ocorrer, de fato e de direito, segundo o entendimento de José Antônio Arantes, o Pronto Socorro não só funciona no hospital, mas é de sua responsabilidade primária, já que mantinha e, deve ter sido prorrogado, um contrato da entidade com a prefeitura para que a Santa Casa atenda toda a urgência e emergência do município.

“Se o contrato é prejudicial, deficitário ou seja lá o que for, a verdade é que ele existiu até dezembro e deve ter sido prorrogado (não se sabe se foi, pois o provedor do hospital reeleito em eleição entre amigos demonstra não ser afeito à transparência). E o que é pior, existia antes da intervenção e funcionava também aos trancos e barrancos, mas melhor administrado, não apresentava tantos casos de descontentamento e nem de reclamações de morte por falta ou péssimo atendimento”, disse.


“Portanto, a crise que atravessa atualmente a Santa Casa local é política sim, pois enquanto for administrada por membros do grupo político do prefeito Eugênio, dificilmente poderá contar com o apoio da sociedade de modo geral. Aliás, não parece ser este o desejo de seus atuais diretores, uma vez que até o telemarketing que funcionava antes de ter sido tomada pelo grupo político do prefeito e que levantava mais de R$ 50 mil por mês direto da população foi desativado e, também, porque o estatuto da entidade considera ser associado aquele que colabora por um certo período constantemente com a entidade”, asseverou.


Disse ainda: “Se mais colaboradores houver, mais associados podem surgir e inviabilizarem o projeto obscuro de manter só os amigos do prefeito no quadro associativo para poder eleger e reeleger quem interessar ao grupo em “eleições” como a que ocorreu na semana passada que não teve a participação nem de 20 pessoas e com número menor ainda de associados, fato comprovado pelo fotógrafo da Folha”.


Outro fator totalmente inibidor de qualquer ajuda de particulares ao hospital, segundo Arantes, “dominado por cupinchas do prefeito Eugênio é a total falta de transparência de sua diretoria, cujo provedor além de instituir a lei da Mordaça no hospital e proibir até que este jornal entreviste os pais da primeira criança a nascer em 2012, convoca entrevista coletiva para ao invés de responder perguntas, achacar a imprensa que não tem rabo preso com o grupo político do prefeito, do qual parece ser membro atuante”.


“O ex vice provedor e diretor da Prodem, que é chamado de Vivaldo, teve a capacidade de, na quarta-feira desta semana, fazer zombarias com os dois únicos representantes da imprensa não comprada pelo poder, ladeado de seis ou sete diretores, os mais novos, que mais pareciam “guarda-costas” dispostos a brigar, com a presença até de um vereador que sempre fica do lado de quem está no poder, que não atira, mas tem apelido de pedra, também fazendo perguntas inibidoras aos repórteres na frente dos outros sabidamente sustentados pelo poder que riam da situação”, acrescentou.


“A entrevista coletiva convocada pelo sr. Mário Mordaça, que demonstrou mais uma vez sua tendência autoritária e ditatorial, não fosse a intervenção do diretor clínico do hospital que, com coragem, acabou desmontando o palco armado para o deboche, poderia ser chamada de reunião coercitiva e não de qualquer outra coisa”.


“Para um dos repórteres presentes o quadro lembrava episódio da antiga novela escrita por Dias Gomes e que foi veiculada na rede Globo de Televisão, Roque Santeiro, que descrevia as nuanças de uma cidade pequena dominada pela politicagem, parecendo que no grupo de Eugênio tem personagens parecidos com Roque Santeiro, Sinhozinho Malta, Zé das Medalhas, Beato Salú e até a viúva Porcina, que nunca foi, pois esta seria a própria Santa Casa”, finaliza.



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